Capítulo Treze

Jade Sinclair

— Então é assim que as mulheres que já estiveram comigo se sentem? — Ele inclinou-se, os olhos fixos nos meus, aquele olhar predador que tantas vezes o ajudou a conseguir o que queria.

— Relaxadas por ter uma noite com um homem que é delicioso e causa prazeres constantes?—perguntei a ele.

A provocação era clara, mas eu me mantive impassível. Ele estava acostumado a mulheres que sucumbiam ao charme dele, que se perdiam naquelas palavras suaves e no sorriso fácil. Eu, porém, não podia me dar ao luxo de ser mais uma. Já havia caído uma vez, e só aquela vez seria suficiente.

— Greg, isso não é um jogo — rebati, mantendo meu tom firme. — E não, eu não me sinto usada. Eu precisava relaxar, só isso. E você foi bom nisso. Mas não significa nada além disso.

O sorriso de Greg desapareceu, substituído por uma expressão que eu não via nele com frequência: desapontamento. Era estranho vê-lo assim, vulnerável, mesmo que apenas por um momento. Ele desviou o olhar, como se estivesse procurando algo no horizonte, mas voltou a me encarar com uma intensidade que me fez sentir exposta.

— Eu me sinto usado, Jade. — As palavras dele eram diretas, sem rodeios, cortantes. — Você não tem coração? Eu quero mais de você.

Hesitei por um segundo. Não era a resposta que eu esperava. Não de Greg, o playboy que sempre tinha tudo sob controle, ao menos era a imagem que eu tinha dele, que nunca demonstrava precisar de ninguém além de si mesmo. Ele estava tentando me alcançar, me puxar para algo mais profundo, mas eu não podia. Não queria me envolver, não com ele. Minha vida já era complicada o suficiente.

— E você deu mais para as mulheres com quem passou uma única noite? — rebati, mais fria do que pretendia. — Não quero que pense que, só porque você é meu fisioterapeuta, tem algum tipo de privilégio ou pode me tratar diferente. Foi uma noite incrível, Greg. Mas é só isso. Uma noite.

Greg apertou o volante com força, os nós dos dedos ficando brancos. Ele parecia estar se segurando, como se lutasse para não dizer algo que sabia que não poderia voltar atrás. Havia uma luta interna nele, um conflito que eu só conseguia vislumbrar na superfície.

— Você acha que foi só uma noite para mim? — Ele me olhou com uma intensidade que me fez vacilar por um segundo. — Eu não quero ser só isso para você, Jade.

Respirei fundo, sentindo o peso da situação. Eu sabia que ele queria mais, que talvez até precisasse de mais, mas eu não podia oferecer o que ele buscava. Não porque não quisesse, mas porque sabia que, no fundo, não havia espaço para mais complicações na minha vida. Não agora, não com tudo que eu já carregava.

— Greg, você é meu fisioterapeuta. E... eu não posso me dar ao luxo de misturar as coisas. — Minha voz saiu mais suave, quase um sussurro, e eu podia observar o reflexo da frustração nos olhos dele. — Nós dois sabemos que você nunca se contenta com pouco, e eu não posso te dar o que você quer.

Ele balançou a cabeça lentamente, um sorriso amargo brincando nos lábios.

— Talvez você esteja certa, Jade. Mas isso não muda o que eu sinto. E eu vou te dar tempo. Só não espere que eu desista fácil.

Com essas palavras, Greg me lançou um último olhar, cheio de promessas e desafios, antes de ele me ajudar a sair do carro.

Enquanto ele se afastava, pude sentir o peso do que havia sido deixado não dito entre nós. Uma parte de mim queria acreditar que poderia controlar o que estava por vir, mas eu sabia que Greg não era do tipo que aceitava não como resposta.

E assim, Carla se aproximou e me ajudou a entrar em casa, fechei porta, tentando me convencer de que aquilo era o fim, mesmo sabendo que era apenas o começo de algo muito mais complicado do que eu poderia imaginar.

Continua...

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