CAPÍTULO 17

Era uma noite estrelada quando Hakari e Aki chegaram em frente à imponente mansão da família Hanazawa. O portão de ferro ornamentado se abriu automaticamente assim que o carro parou, revelando um caminho iluminado por postes de luz dourados que levava até a entrada principal. A mansão era gigantesca, com paredes de mármore branco e vitrais brilhantes que refletiam as luzes do jardim meticulosamente bem cuidado.

Aki abaixou a cabeça, sentindo o peso da preocupação sobre seus ombros. Seu coração batia acelerado, e sua mente estava cheia de pensamentos sobre o possível fim de seu relacionamento com Hakari. Ele percebeu sua apreensão e, com um gesto carinhoso, colocou a mão sobre a cabeça dela e começou a fazer um cafuné suave.

— Não se preocupe, vai dar tudo certo. Confie em mim. — disse Hakari com um sorriso tranquilo.

Aki ergueu os olhos para ele, encontrando conforto em seu olhar firme e confiante. Ela respirou fundo e acenou com a cabeça, tentando se acalmar.

Eles caminharam de mãos dadas até a grande porta de madeira maciça, que foi aberta por dois mordomos vestidos impecavelmente de preto. Assim que entraram, foram recepcionados por uma fila de empregados alinhados, todos inclinando levemente a cabeça em saudação.

— Seja bem-vinda, senhorita Aki. — disseram em uníssono, suas vozes ecoando pelo enorme hall de entrada.

O ambiente era luxuoso, com lustres de cristal pendendo do teto alto, um tapete vermelho estendido pelo chão de mármore e diversas obras de arte nas paredes. A atmosfera impunha respeito, mas Hakari manteve sua postura serena.

De repente, passos firmes ecoaram pela escada de mármore no centro do hall. O pai de Aki apareceu descendo os degraus com elegância e imponência. Ele era um homem alto, de cabelos negros bem penteados, vestindo um terno cinza feito sob medida. Seu olhar afiado se fixou em Hakari assim que ele chegou ao último degrau.

— Então, você é o tal namorado da minha filha. — disse ele, com um tom de voz firme e avaliador. — É um prazer conhecê-lo.

Hakari não hesitou e, mantendo um sorriso cortês, respondeu de maneira confiante:

— O prazer é todo meu, senhor Hanazawa.

O ambiente ficou silencioso por alguns segundos, enquanto o pai de Aki analisava Hakari atentamente. A tensão no ar era palpável, mas Hakari permaneceu calmo, sem demonstrar nenhum sinal de insegurança. Aki segurou sua mão com mais força, temendo o que viria a seguir.

Todos estavam reunidos ao redor da mesa de jantar luxuosamente decorada. Os pais de Aki ocupavam as cadeiras centrais, enquanto sua irmã mais velha, acompanhada dos dois filhos gêmeos, sentava-se ao lado da mãe. O irmão mais novo de Aki, visivelmente menos interessado, brincava distraidamente com os talheres. O ambiente era sofisticado, com um enorme lustre de cristal iluminando a sala e paredes adornadas com obras de arte valiosas.

O pai de Aki olhou diretamente para Hakari, sua expressão era séria e analítica.

— Então, Hakari, o que seus pais fazem da vida? — perguntou, entrelaçando os dedos sobre a mesa.

Hakari manteve a calma e respondeu com naturalidade:

— Meus pais são escritores de livros.

A mãe de Aki arqueou uma sobrancelha, interessada, enquanto a irmã mais velha ajeitava o cabelo com uma expressão curiosa. O pai, no entanto, manteve a postura firme.

— Escritores, é? E quais seriam essas obras? — ele questionou, desconfiado.

Hakari sorriu levemente e respondeu:

— Meu pai é o autor de "Amor Infinito" e minha mãe escreveu "Entre o Mundo da Luz e das Trevas".

No mesmo instante, o silêncio tomou conta da mesa. Todos os membros da família Hanazawa ficaram visivelmente chocados. Os gêmeos pararam de brincar com os talheres, a irmã mais velha arregalou os olhos e a mãe de Aki cobriu a boca com a mão, surpresa. O pai de Aki, embora tentasse manter a compostura, demonstrava incredulidade.

— Você está dizendo que é filho dos autores dessas obras? — a mãe de Aki perguntou, atônita.

— Sim, se quiserem, posso provar. — Hakari pegou o celular do bolso e deslizou a galeria de fotos até encontrar uma imagem de seus pais juntos em uma premiação literária. Ele virou a tela para a família Hanazawa.

Todos se inclinaram para ver. Os gêmeos vibraram de empolgação, a irmã mais velha sorriu surpresa e a mãe de Aki soltou um leve suspiro. O pai de Aki, no entanto, apenas assentiu, tentando esconder sua surpresa.

— Impressionante... — murmurou ele, antes de endireitar a postura. — Mas isso não muda nada.

Ele enfiou a mão no bolso interno do terno e retirou um talão de cheques. Calmamente, puxou uma caneta dourada e começou a preencher um valor em branco.

— Sei que você salvou minha filha, Hakari, e sou grato por isso. Mas não posso permitir que ela namore um garoto de classe inferior. Vamos acabar com essa ilusão agora. — Ele rasgou o cheque da folha e deslizou-o sobre a mesa. — Diga o quanto quer para se afastar dela.

O ambiente ficou tenso. Aki arregalou os olhos, sentindo o peito apertar. A mãe dela olhou para o marido com uma expressão preocupada, mas não disse nada. A irmã mais velha observava a cena em silêncio, enquanto os gêmeos, inocentes, não compreendiam o que estava acontecendo.

Hakari permaneceu impassível. Ele olhou para o cheque e, sem hesitar, empurrou-o de volta para o pai de Aki.

— O dinheiro não compra o amor, senhor Hanazawa. Não há preço para algo verdadeiro. — Sua voz era firme e resoluta.

O pai de Aki franziu a testa, sentindo-se desafiado. Antes que pudesse responder, Hakari sentiu algo. Seu olhar endureceu, e ele se levantou abruptamente da cadeira.

— Hakari? — Aki perguntou, preocupada.

Ele virou-se para a porta da mansão, sua expressão séria. Uma presença monstruosa estava vindo em sua direção. Algo estava errado.

— Aki, fique atrás de mim. — Hakari murmurou, seus olhos brilhando intensamente.

A mansão Hanazawa estava em total silêncio quando Hakari, com uma expressão determinada, olhou para o céu através da janela. Seus olhos brilhavam com uma energia desconhecida, e seus cabelos esvoaçavam levemente. Ele sentiu uma força crescente dentro de si, uma energia elétrica se formando em seus músculos. De repente, ele levantou as mãos, e um relâmpago cortou o ar. O som do trovão fez todos na sala se encolherem, e os membros da família Hanazawa olharam, incrédulos, para ele.

— O que... o que está acontecendo com você, Hakari? — Aki perguntou, sua voz trêmula.

Com um movimento rápido, Hakari se lançou para fora da janela, saltando com graça sobre o parapeito. Ele sentiu o poder da eletricidade se concentrando em seu corpo, suas veias pulsando com energia pura. No instante seguinte, ele começou a flutuar, seus pés se afastando do chão, e logo estava voando sobre a mansão, deixando uma trilha de faíscas azuis brilhantes no ar.

A família Hanazawa olhou pela janela, boquiaberta, tentando entender o que estava acontecendo. Mas antes que qualquer um pudesse falar, um portal se abriu no ar, e uma enorme cobra serpente, com escamas negras e olhos vermelhos brilhantes, atravessou-o com uma velocidade surpreendente. Ela se contorceu no ar, abrindo sua enorme boca, pronta para atacar.

— O que é isso?! — gritou o pai de Aki, recuando instintivamente.

Hakari não hesitou. Ele ergueu as mãos para o céu, e de repente, um bastão celestial, brilhando com uma luz dourada, apareceu em sua mão. Ele o segurou com força, e a arma começou a crescer a uma velocidade impressionante, até se tornar do tamanho de um edifício. Com um grito, Hakari usou o bastão para esmagar a cobra serpente, que foi instantaneamente esmagada pelo impacto. O som do corpo da cobra se estilhaçando foi seguido por uma nuvem negra que se espalhou pela sala.

Mas antes que a ameaça fosse completamente eliminada, a cobra, mesmo morta, liberou um gás venenoso. Todos na sala olharam assustados, sem saber o que estava acontecendo, e, sem querer, respiraram a substância tóxica. Seus rostos ficaram pálidos, e logo começaram a cair no chão, sentindo uma fraqueza extrema, suas forças desaparecendo rapidamente.

— Não! — Aki gritou, mas mal conseguia se manter de pé.

Hakari, agora com o bastão celestial ainda em mãos, rapidamente levantou a outra mão e uma onda de luz dourada irradiou dele. Ele começou a conjurar uma magia de cura. As luzes envolviam cada membro da família Hanazawa, e a fraqueza foi lentamente se dissipando. O veneno foi neutralizado, e logo todos estavam respirando com normalidade novamente, seus rostos voltando ao tom saudável de antes.

Depois de uma hora, quando todos estavam sentados novamente na sala, respirando calmamente, Hakari começou a explicar o que havia acontecido. A família Hanazawa o ouvia com atenção, ainda um pouco atônita com a revelação de seus poderes. Quando ele terminou, o pai de Aki, com os olhos baixos, levantou-se.

— Hakari... — ele começou, com a voz embargada. — Eu quero pedir desculpas. Eu... Eu pensei que o melhor para minha filha seria que ela ficasse longe de você, mas vendo agora o que você fez por nós... vejo que estava errado. Eu só queria o bem dela, e... sinto muito.

Hakari olhou para ele, suas feições sérias suavizando-se. Ele deu um passo à frente e colocou uma mão no ombro do homem.

— Não precisa se sentir mal, senhor Hanazawa. Eu entendo o que o senhor queria. Só quero que a Aki seja feliz, e isso inclui respeitar as preocupações do senhor.

O pai de Aki olhou para Hakari, os olhos cheios de gratidão.

— Eu... Eu não sei como agradecer. Não só por ter salvado todos nós do veneno, mas por ter cuidado da minha filha. Eu te peço, Hakari, cuide dela... ela precisa de alguém como você.

Hakari olhou para Aki, que estava ao lado dele, com os olhos brilhando de emoção. Ele então se voltou para o pai dela.

— Senhor Hanazawa... Posso continuar com o relacionamento com sua filha? Ela é muito importante para mim.

O pai de Aki olhou para Hakari, com um sorriso sincero.

— Sim, Hakari. Eu te dou minha permissão. Cuide bem dela.

Nesse momento, Aki não conseguiu conter as lágrimas. Ela correu até Hakari, jogando-se em seus braços, enquanto as palavras saíam de sua boca entre soluços de felicidade.

— Eu sabia que você era incrível, Hakari... Eu sabia! — Aki exclamou, abraçando-o com força, seu coração transbordando de emoção.

Hakari sorriu, acariciando seus cabelos.

— Eu sempre vou estar aqui para você, Aki. Sempre.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!