A respiração quente de Ezra queimava contra a pele de Helena.
Lilith apertava seus dedos na cintura dela, puxando-a, como se quisesse gravar aquele momento na própria pele.
Os corpos estavam juntos, misturados, conectados de uma forma que não fazia sentido.
Ou talvez fizesse.
— Você quer tudo, não é? — Lilith sussurrou no ouvido de Helena.
Helena sorriu.
— Quero.
Ezra riu, um som rouco e carregado de algo diferente.
— E se tudo for demais?
Helena o encarou.
— Vocês têm medo de mim, Ezra?
Silêncio.
Lilith e Ezra se entreolharam.
Eles sabiam que a resposta deveria ser sim.
Mas, naquele momento, com seus corpos enlaçados, o suor misturado, os dedos cravados na pele uns dos outros…
A resposta real era não.
Eles não tinham medo.
Não ainda.
O Gosto do Perigo
Ezra deslizou a boca pela clavícula de Helena, mordendo de leve, testando os limites.
Lilith deslizou os dedos por suas costas, traçando cada vértebra, como se estivesse tentando decifrá-la.
Mas Helena?
Helena só queria ver até onde eles iriam.
O quão longe eles podiam ser levados antes de perceberem que estavam perdidos.
E quando finalmente desabaram, juntos, os três envoltos em desejo, suor e algo que beirava o inominável…
Helena apenas sorriu.
Porque aquele jogo não tinha fim.
E, no fundo, eles nunca tiveram escolha.
Os três estavam jogados na cama, corpos entrelaçados no calor da madrugada.
Ezra encarava o teto, perdido em pensamentos. Lilith deslizava os dedos pela pele de Helena, distraída, como se estivesse tentando entender o que acabara de acontecer.
E Helena?
Helena os observava com um sorriso quase cruel.
— O que foi? — Ezra perguntou, sem desviar o olhar do teto.
— Vocês estão pensando demais. — Helena respondeu, passando a ponta dos dedos pelo peito dele.
Lilith apoiou o queixo no ombro de Helena.
— E se for só curiosidade?
Helena ergueu uma sobrancelha.
— E se for?
Lilith hesitou.
Ezra virou a cabeça na direção delas.
— E se não for?
Silêncio.
Um segundo. Dois.
Então Helena riu.
— Vocês querem que eu responda isso?
Ezra e Lilith não disseram nada.
Mas seus olhares diziam tudo.
Eles queriam saber.
Queriam entender.
Mas Helena não era feita para ser entendida.
Ela era o mistério.
Então, em vez de responder, ela apenas se levantou da cama, deixando os dois ali, confusos, presos entre o desejo e a dúvida.
Porque, no fundo, talvez eles fossem apenas uma curiosidade para ela.
Ou talvez…
Talvez ela também estivesse se perguntando o mesmo.
Helena sentiu os olhares deles queimando suas costas quando se levantou da cama.
Ezra se apoiou no cotovelo, observando-a como se tentasse capturar algo invisível nela.
Lilith mordeu o lábio, pensativa.
— Você sempre faz isso? — perguntou Lilith.
Helena virou o rosto, divertida.
— Isso o quê?
— Se afasta no momento em que percebe que pode significar algo.
Ezra estreitou os olhos.
— Será que significa?
Helena apenas os observou. Eles estavam esperando uma resposta.
E isso era interessante.
Ela caminhou lentamente de volta para a cama, subiu sobre os dois e segurou seus rostos com uma delicadeza estranha.
Os olhos de Lilith brilhavam com curiosidade e incerteza.
Os de Ezra carregavam um desafio silencioso.
Helena se inclinou para perto, os lábios quase tocando os deles.
— Vocês estão tentando me entender.
— E você está fugindo disso. — Ezra rebateu.
Helena riu, deslizando os dedos pelo pescoço dele.
— Talvez eu só não tenha uma resposta.
Lilith deslizou a mão pela perna de Helena, apertando sua coxa.
— Ou talvez você tenha medo de tê-la.
O silêncio entre os três ficou denso.
Helena não recuou.
Mas, pela primeira vez, também não soube o que dizer.
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Atualizado até capítulo 35
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