capitulo 9: sob as sombras do amanhecer

O silêncio na casa parecia mais opressor do que nunca. Evelyn sabia que agora, mais do que antes, precisaria de paciência e precisão para planejar sua próxima tentativa de fuga. Sua mente estava a mil, revivendo os últimos momentos no portão, o toque de Victor, a frieza em sua voz e a força com que ele a trouxe de volta. Mas ela também se apegava a um único pensamento: ele não estava em casa agora.

Sentada na cama, Evelyn percebeu algo estranho. A casa, geralmente repleta de câmeras e sensores discretos, parecia estar diferente. Havia pequenos detalhes que escaparam à sua atenção antes. Talvez fosse paranoia, mas ela sentia como se Victor estivesse se antecipando para os seus próximos movimentos.

Lembrou-se da planta da casa que encontrou no porão. As anotações manuais, os caminhos marcados, os espaços destacados. Ela sabia que o porão guardava segredos além do que ela havia descoberto. Precisava voltar lá, mas agora a situação era ainda mais arriscada. Victor provavelmente reforçaria sua vigilância, ele não confiaria mas nela tão fácil, e a chave que ela encontrara já não estava em suas mãos.

Decidida, Evelyn levantou-se e começou a examinar o quarto minuciosamente. Passou os dedos pelas bordas dos móveis, inspecionou o rodapé e até os quadros na parede. Foi então que encontrou algo. Atrás de um pequeno espelho no canto do quarto, havia um compartimento embutido. Dentro dele, um gravador de áudio estava escondido. O visor digital piscava, indicando que o dispositivo estava ativo.

— Ele está me ouvindo... — sussurrou para si mesma, sentindo um arrepio percorrer por sua espinha.

Desligou o gravador com cuidado e o colocou de volta no esconderijo, tentando deixá-lo exatamente como encontrou. Mas agora tinha certeza de que precisava ser mais estratégica. Se Victor estava monitorando cada palavra sua, cada movimento, ela teria que agir como se tivesse desistido.

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Quando Victor retornou, Evelyn já estava na cama, fingindo estar adormecida. Ele entrou no quarto sem fazer barulho, mas ela sentiu sua presença. Ele ficou parado por alguns instantes, observando-a, antes de sair novamente, trancando a porta mais uma vez. Somente quando ela ouviu o som de seus passos se afastando é que abriu os olhos.

Na manhã seguinte, Evelyn tentou algo diferente. Mostrou-se submissa, menos defensiva. Conversou com Victor durante o café da manhã, sorrindo de forma hesitante, mas o suficiente para desarmá-lo. Ele parecia satisfeito com sua mudança de comportamento.

— É disso que eu estou falando, Evelyn. — Ele disse, enquanto passava manteiga em um pedaço de pão. — Nós podemos ser felizes aqui. Sem segredos, sem fugas. Apenas nós dois.

As palavras de Victor ficaram se repetindo em sua cabeça, ele realmente gosta de mim?, depois de tudo.

Evelyn acenou, fingindo concordar, mas por dentro sua mente trabalhava freneticamente. Ela precisava ganhar tempo e a confiança dele novamente, mesmo que fosse apenas uma ilusão.

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Durante os dias seguintes, Evelyn começou a reconstruir seu plano. Ela sabia que voltar ao porão seria essencial. Precisava das informações que estavam na planta da casa e talvez até descobrir mais sobre os segredos de Victor. Em uma noite, enquanto Victor tomava banho, ela encontrou um pequeno pedaço de arame no closet do quarto. Guardou-o em seu bolso, esperando poder usá-lo para destrancar a porta novamente, ou algumas gavetas.

Naquela noite, enquanto estava trancada no quarto, ela usou o arame para tentar abrir a porta. A fechadura era antiga e resistente, mas Evelyn tinha persistência. Após minutos de tentativa, ouviu um clique. O coração quase saiu pela boca, mas ela se obrigou a manter a calma. Abriu a porta devagar, os olhos atentos aos corredores dessa vez não avia seguranças.

O silêncio da casa era opressor, mas Evelyn se moveu com cautela. Voltou ao porão e, dessa vez, explorou mais profundamente. Passou por caixas que não havia aberto antes e encontrou algo que a deixou sem fôlego: um diário. Era de Victor.

Sentada no chão frio, ela abriu o caderno e começou a ler. As páginas estavam repletas de pensamentos obsessivos, descrições sobre ela e, Evelyn refletia, será que ele realmente gosta de mim ou só quer me manter aqui, mas o mais assustador, avia anotações de como ele planejava mantê-la ali para sempre. Victor tinha registrado cada detalhe: sua rotina, suas reações, até mesmo os momentos em que ela tentou sorrir para ele.

Uma frase, em particular, fez o corpo de Evelyn gelar:

"Se ela tentar fugir novamente, saberei exatamente o que fazer. Não posso deixá-la escapar. Nunca."

Evelyn fechou o diário rapidamente, sentindo-se exposta. Victor estava muito mais preparado do que ela imaginava. Mas ao mesmo tempo, percebeu que ele também tinha um ponto fraco: sua obsessão por ela. Era isso que ela precisava usar contra ele.

Antes de sair do porão, guardou o diário no lugar exato onde encontrou. Subiu as escadas com cuidado e trancou a porta atrás de si, voltando para o quarto como se nada tivesse acontecido.

Deitada na cama, Evelyn traçou mentalmente o próximo passo. Não poderia apenas fugir; precisava enganá-lo completamente. Sabia que seria arriscado, mas não tinha escolha.

Evelyn queria a sua liberdade, mas começou a pensar nos momentos em que estava com Victor, no jardim, Evelyn estava perdida em pensamentos, sabia que o magoaria denovo, mas não queria mas ficar alí.

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