Evelyn acordou antes de Victor naquela manhã. O sol entrava pelas cortinas, iluminando o quarto de maneira suave. Ela ficou deitada por alguns minutos, ouvindo a respiração calma dele enquanto tentava organizar seus pensamentos. Sabia que não podia perder tempo. Cada segundo era crucial.
Com cuidado, saiu da cama e foi até o closet, pegando roupas simples para vestir. Colocou o lenço no bolso de sua calça, tentando não fazer barulho. Voltou para o quarto, mas Victor continuava dormindo profundamente. A rotina da casa já estava clara para ela: ele sempre ia para o escritório depois do café da manhã. Esse seria o momento ideal para agir.
Quando Victor acordou, ele parecia de bom humor.
— Bom dia, princesa — disse, com um sorriso preguiçoso.
Evelyn retribuiu com um sorriso tímido. — Bom dia, Victor. Dormiu bem?
— Como nunca — respondeu ele, sentando-se na cama. — Espero que você também tenha descansado.
— Sim, descansei bastante — mentiu Evelyn, escondendo o nervosismo.
Pouco depois, eles desceram para tomar café da manhã. Evelyn tentou agir normalmente, conversando e respondendo de maneira que não levantasse suspeitas. Victor parecia satisfeito com seu comportamento, o que lhe deu um pouco mais de confiança.
— O que acha de darmos outro passeio no jardim hoje? — sugeriu ele, enquanto terminava seu café.
Evelyn hesitou por um instante, mas logo respondeu. — Claro, seria ótimo.
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No jardim, Evelyn prestava atenção em tudo. Ela sabia que não podia chamar a atenção de Victor como no dia anterior. Desta vez, seria mais sutil. Enquanto caminhava, ela fingiu interesse em uma das árvores perto do galpão.
— Essas árvores são lindas — comentou. — São muito antigas?
Victor olhou para a árvore, distraído pela pergunta. — Algumas delas têm décadas. Meu avô as plantou quando comprou a casa.
Enquanto ele falava, Evelyn deu alguns passos em direção ao galpão, fingindo observar o chão. Ela reparou que a porta ainda estava aberta, provavelmente porque Victor não havia notado seu interesse no local antes.
— É incrível — disse ela, voltando-se para ele com um sorriso. — Sua família deve ter muitas histórias sobre esse lugar.
Victor sorriu, parecendo orgulhoso. — Sim, muitas. Talvez eu conte algumas para você mais tarde.
Depois de alguns minutos, Victor sugeriu que voltassem para dentro. Evelyn concordou, já satisfeita por ter confirmado que o galpão ainda era acessível.
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Quando Victor foi para o escritório, Evelyn começou a colocar seu plano em prática. Foi até o jardim novamente, certificando-se de que ninguém a estava observando, e entrou no galpão. Pegou a pá e o martelo, enrolando-os no lenço para escondê-los. Sua ideia era levar as ferramentas para o quarto e escondê-las lá até que pudesse usá-las para abrir o portão ou descobrir o que havia no porão.
De volta à casa, Evelyn passou pelos corredores com o coração disparado. Quando chegou ao quarto, escondeu as ferramentas embaixo do colchão.
Pouco depois, ouviu Victor chamá-la. Ele estava no escritório e queria que ela viesse até lá.
Evelyn foi até o local, tentando manter a calma. Quando entrou, viu que ele estava sentado em uma poltrona, com um livro nas mãos.
— Você parece distraída hoje, Evelyn — comentou ele, olhando-a fixamente.
Ela forçou um sorriso. — Não, só estava pensando.
— Pensando em quê? — perguntou ele, fechando o livro e inclinando-se na poltrona.
— Em como sua vida deve ter sido aqui, nessa casa. Parece um lugar cheio de histórias.
Victor sorriu, mas seu olhar não parecia completamente convencido. — É mesmo. Mas sabe, Evelyn, eu gosto de ter você aqui. Faz com que o lugar pareça mais vivo, e animado.
Evelyn soriu, mas por dentro sentia um nó no estômago. Precisava ser ainda mais cuidadosa. Victor estava atento, e qualquer deslize poderia arruinar seus planos.
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Naquela noite, Evelyn esperou até ter certeza de que Victor estava dormindo. Ela pegou o martelo e a pá debaixo do colchão e saiu do quarto em silêncio. Seu destino era o porão.
Quando chegou à porta trancada, usou o martelo para tentar forçar a fechadura. Levou alguns minutos, mas conseguiu abrir.
O que encontrou lá dentro fez seu coração parar.
O porão estava cheio de coisas: fotos, e até documentos. Era como se Victor tivesse planejado tudo. Evelyn começou a tremer. Tudo parecia ainda mais sombrio do que ela imaginava.
Mas, em meio ao medo, encontrou algo que poderia ajudá-la: uma chave.
Sem perder tempo, pegou a chave e voltou para o quarto, escondendo-a junto das ferramentas. Agora, Evelyn tinha um novo plano: descobrir a qual porta aquela chave pertencia e se poderia usá-la para fugir.
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Atualizado até capítulo 23
Comments
Maria Aparecida Monteiro Firmino Cida
acho que ele sabe de todos os passos 👣 dela
2025-01-16
4
Maria Aparecida Monteiro Firmino Cida
não sei de nada ainda comoveu achar maravilhosa cheia suspense eu hein
2025-01-16
0
Diana
Que história maravilhosa, amei! 😍📚👍🏼
2025-01-11
1