*continuando*
Depois do passeio no jardim, Victor conduziu Evelyn de volta para casa. Ele parecia mais relaxado, talvez por acreditar que ela estava aceitando sua situação. Evelyn, porém, estava mais determinada do que nunca a encontrar uma forma de sair dali.
— Vou precisar resolver algumas coisas no meu escritório novamente — disse Victor, antes de desaparecer por um corredor. — Não saia da sala de estar.
Evelyn assentiu, mantendo o mesmo olhar submisso que vinha treinando. Assim que ele desapareceu de vista, ela voltou para o galpão em sua mente. A pá e o martelo podiam ser úteis, mas ela precisava de mais informações sobre a casa, especialmente sobre o portão que viu no jardim. Talvez Victor o destrancasse em algum momento. Talvez houvesse outra saída.
Ela começou a andar pela casa novamente, explorando silenciosamente os cômodos que Victor não trancava. Em um corredor lateral, encontrou uma porta que parecia ser de um porão. Estava trancada, mas havia uma pequena fresta na madeira. Evelyn tentou espiar, mas não conseguiu ver muito além da escuridão.
De repente, ouviu passos. Voltou para a sala às pressas, sentando-se no sofá antes que Victor aparecesse. Ele entrou na sala pouco depois, carregando uma bandeja com duas taças de vinho.
— Achei que poderíamos relaxar um pouco antes do jantar — disse ele, entregando uma das taças a Evelyn.
Ela aceitou com um sorriso nervoso, mas não tocou no vinho. Algo na forma como Victor a observava a fazia sentir que precisava estar alerta o tempo todo.
— Está gostando de ficar aqui? — perguntou Victor, quebrando o silêncio.
Evelyn olhou para ele, tentando encontrar a resposta certa. — É... tudo muito bonito. Mas... — Ela hesitou, sabendo que precisava medir bem suas palavras. — Eu sinto falta da minha família, e de meus amigos. Sair para festas. Não estou acostumada a ficar tanto tempo em um lugar.
Victor inclinou a cabeça, estudando-a. — Eu entendo. Mas você sabe que isso é para o seu próprio bem, não sabe?
Evelyn apenas assentiu, tentando esconder a raiva crescente. "Para o meu próprio bem?" Ela pensou. "Quem ele acha que está enganando?"
Mais tarde, durante o jantar, Evelyn decidiu tentar uma abordagem diferente. Precisava fazer Victor confiar nela o suficiente para baixar a guarda.
— Victor, posso te perguntar uma coisa? — começou ela, tentando parecer curiosa.
— Claro. O que quiser.
— Por que você me trouxe para cá?
Victor apenas olhou para ela mas com um olhar de intensidade. — Porque você é especial, já te disse isso, Evelyn. Desde o momento em que te vi, soube que precisava cuidar de você. O mundo lá fora é perigoso. Aqui, você está segura.
Ela sentiu um arrepio percorrer seu corpo, mas manteve a compostura. — Eu... agradeço por se importar comigo.
Victor sorriu, satisfeito com a resposta. Evelyn, por outro lado, sentia o nó na garganta apertar. Precisava sair dali.
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Naquela noite, depois que Victor foi dormir, Evelyn ficou acordada, pensando em tudo que tinha visto naquele dia. O portão, o galpão, o porão trancado. Tudo parecia uma peça de um quebra-cabeça, e ela precisava descobrir como montar tudo isso.
Com cuidado para não fazer barulho, ela se levantou e foi até o closet. Vasculhou suas roupas e encontrou um lenço, que poderia usar para carregar ferramentas do galpão caso conseguisse voltar lá. Sua mente estava a mil, planejando cada movimento.
Enquanto se preparava para voltar para a cama, ouviu passos no corredor. Seu coração disparou. Ela fechou o closet e fingiu estar dormindo.
A porta do quarto se abriu lentamente, e Victor entrou. Ele ficou parado ali por alguns instantes, observando-a, antes de se aproximar da cama. Evelyn sentiu sua respiração prender enquanto ele acariciava seus cabelos.
— Você é perfeita, Evelyn — murmurou ele, antes de se deitar junto de Evelyn.
Evelyn abriu os olhos, sem que Victor percebesse que ela estava acordada. Sua determinação era agora mais forte do que nunca. Ela sabia que precisava fazer algo o mais rápido possivel.
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Atualizado até capítulo 23
Comments
REIN
Não posso acreditar que chorei com uma história fictícia... mas é tão emocionante!
2025-01-11
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