Apítulo 8
Joyce
Sai de perto de Lucien com um sorriso triunfante. Ele pensou que poderia quebrar minha armadura, mas foi muito enganado. O beijo que dei foi para mostrar que não se pode brincar comigo, que há um preço alto para me desafiar. Não permitiria que ele pensasse que poderia controlar minha vida ou meu destino.
A cada passo, o som das folhas secas sob meus pés parecia ecoar pela floresta da Corte Noturna. As árvores aqui eram mais densas, quase como se o tempo tivesse parado em algum lugar sombrio. O ar estava carregado de umidade e o cheiro de terra molhada me envolvia enquanto eu avançava. Quando dei uma olhada rápida para trás, pude ver Lucien, mas não olhei de novo. Ele ainda estava lá, perdido em seus pensamentos, mas minha mente estava em outro lugar. O beijo que ele me roubou ainda estava queimando em meus lábios. Mas isso seria um lembrete para ele.
Eu sabia o que estava fazendo. Não era só para me vingar, mas para mostrar a ele que não se pode brincar comigo. Ele pensou que eu estava sob seu controle, mas eu tinha o controle da minha própria vida.
Lucien
Essa mulher é doida, pensei. Mas sei que mereci esse contra-ataque. Eu usei Joyce para ficar ao nosso lado, e só depois de roubar aquele beijo, ela decidiu ir atrás de Feyre na Corte Noturna. Agora, ao chegar à Corte Primaveril, meu Grão-Senhor já me esperava, e eu não consegui parar de pensar na intensidade do beijo de Joyce. Meu corpo ainda reagia à lembrança, mas eu me forçava a focar no que diria a Tamlin sobre o ocorrido.
Ao entrar no escritório de Tamlin, ele me olhou fixamente. Seus olhos dourados estavam tingidos de frustração.
“Deixou ela onde ordenei?” Tamlin disse, em voz grave.
“Sim, senhor,” respondi, mas logo acrescentamos: “Mas Tamlin, você acha que Joyce conseguirá convencer Feyre para voltar?”
Tamlin rugiu de frustração: “Não seja pessimista, Lucien!”
Deixando Tamlin sozinho, fui para o meu quarto. Enquanto eu despia, retirando a roupa suja da batalha, meus pensamentos estavam completamente ocupados com Joyce. Tomara que ela se cuide no caminho e que, de alguma forma, consiga fazer Tamlin perceber que Feyre não o ama mais. Se Tamlin perceber isso, ele vai entender que precisa voltar a viver sua vida.
Deitei-me na cama, pensando nas últimas palavras de Joyce e no beijo que ela me roubou. A sensação de seus lábios contra os meus ainda me arrepiava.
Joyce
Caminhei mais profundamente pela floresta da Corte Noturna. As árvores eram mais densas, suas sombras se esticaram ao longo dos séculos. O cheiro de terra úmido me envolvia enquanto os galhos ao meu redor rangiam com o vento. As árvores tinham uma voz pálida, como se a vida aqui fosse mais silenciosa, mais solitária.
E então, eu a vi.
Uma árvore diferente, muito maior que as outras, com galhos que se movem suavemente, como se estivessem respirando. O cheiro da árvore me atingiu primeiro — um aroma doce e ácido, estranho.
A Árvore Sussurrante.
A árvore era viva, uma entidade que alimentava os viajantes desavisados. Seus botões se moviam rapidamente e envenenavam ao toque. Eu sabia o que fazer. Sem hesitar, peguei uma de minhas flechas encantadas com fogo e atirei com precisão no tronco da árvore. Ela apodreceu instantaneamente, enquanto folhas secavam e caíam em uma chuva de cinzas.
“Ufa, menos uma,” murmurei para mim mesma.
Mas ainda não havia tempo a perder. Olhei para o céu — cerca de 15 horas, eu tinha que chegar antes do anoitecer. Segui em frente, mais apressada agora, até que um som de batalha cortou o ar.
Me escondi entre as árvores e, ao olhar para a clara à minha frente, vi um feérico com asas enormes, negras como a noite. Ele parecia ser da Corte Noturna, com tatuagens cobrindo seu corpo musculoso e os olhos dourados de um caçador. Ele enfrentou o Dragão de Névoa.
O dragão, feito de névoa e engano, estava tentando obscurecer o campo de batalha, criando ilusões e engolindo a floresta ao seu redor. Sentindo o cheiro humano, o dragão se virou em minha direção. Eu sabia que havia sido descoberta.
O feérico me encontrou, seus olhos dilatados quando me viu. Ele transmitiu com um toque de sarcasmo. “Pelos deuses... não pode ser...”
Ele se mudou de mim, sua presença esmagadora. Eu, tentando manter a calma, tirei minha adaga e o desafiei. “Onde está Feyre? O que fez com minha amiga?”
Ele não respondeu, apenas me informou com um interesse estranho, mais uma vez se aproximando e me cheirando. O que era aquilo?
“Uma humana... os deuses me odeiam,” ele disse em tom de desdém. “Minha parceira não pode ser uma humana.”
Senti o calor subindo e avançando com meu arco. Ele, porém, se mudou ainda mais rápido e cortejou meu arco com um movimento brusco. Engoli em seco, mas não recuei.
“Feérico maldito, onde está Feyre? Não tenho medo de você!”
Ele então me olhou, impassível, e falou: “Você não tem ideia do que aconteceu com Feyre depois da guerra. Ela está salva. Venha comigo, vou levá-la até ela.”
Antes que eu pudesse reagir, ele proteja suas asas e me deixe pela cintura. O contato fez meu corpo reagir involuntariamente, e ele percebeu. Olhou-me nos olhos e falou com um sorriso ameaçador: “Melhor não se mexer, se não quiser que sua amiga tenha um fim bem doloroso.”
Eu arregalei os olhos, surpresa, mas com raiva crescente, me deixei levar. Mesmo fervendo de ódio, não tinha escolha.
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Atualizado até capítulo 34
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