Capítulo 20

Era raro eu tirar férias. O trabalho como investigador-chefe demandava muito tempo e energia, e, quando eu não estava envolvido em um caso, estava planejando como resolver o próximo. Mas, pela primeira vez em anos, decidi que precisava de uma pausa – uma verdadeira pausa. E, para ser honesto, não conseguia imaginar passar esse tempo sem Amanda.

Estava no meu apartamento, organizando algumas coisas enquanto esperava ela chegar. O plano já estava traçado: um cruzeiro pelas Bahamas, sete dias sem pensar em trabalho, sem reuniões, apenas mar azul, sol quente e a companhia dela.

Quando Amanda entrou pela porta, com aquele sorriso que sempre me fazia esquecer do mundo, tive certeza de que a decisão de chamá-la foi a melhor que já tomei.

— Ei, você está ocupado? – ela perguntou, jogando a bolsa em uma cadeira e vindo até mim.

— Não muito. Mas preciso conversar com você sobre algo.

Ela arqueou uma sobrancelha, curiosa, e se sentou no braço do sofá, cruzando os braços como se esperasse uma grande revelação.

— Estou oficialmente de férias, e decidi fazer algo que nunca fiz antes.

— Deixar de ser controlador por uma semana? – ela provocou, rindo.

Revirei os olhos, mas ri junto.

— Algo assim. Reservei um cruzeiro para as Bahamas. Sete dias no paraíso, sem interrupções.

Os olhos dela brilharam, mas, antes que ela pudesse responder, continuei:

— E eu quero que você vá comigo.

Amanda piscou algumas vezes, surpresa, e, por um momento, pensei que ela fosse recusar.

— Antony, você tem certeza disso? Quer dizer... é um grande passo, não acha?

— Eu tenho certeza de uma coisa: quero passar esse tempo com você. Não tem mais ninguém que eu prefira ao meu lado.

Ela desviou o olhar, sorrindo, claramente tentando disfarçar o quanto estava feliz com o convite.

— E então? Vai comigo ou não?

Ela fingiu pensar por alguns segundos antes de se levantar e cruzar os braços, como se fosse fazer uma negociação.

— Bom... só se você me prometer que não vai levar sua arma.

— Sem armas. Prometo.

— E que vai relaxar de verdade, sem ficar pensando em trabalho.

— Fechado.

— Então acho que posso aceitar.

Puxei-a para mais perto e a beijei, sentindo a excitação crescer em meu peito. Mal podia esperar para compartilhar aqueles dias com ela, longe de tudo e de todos.

Eu não sabia o que aquelas férias trariam para nós, mas tinha certeza de uma coisa: seriam inesquecíveis.

...[...]...

Saímos do meu apartamento com as malas prontas e o clima de empolgação no ar. Antes de seguir para o aeroporto, paramos no McDonald's. Amanda parecia faminta, e eu nunca diria não para aqueles nuggets que, segundo ela, eram "essenciais para começar qualquer viagem".

Ela estava animada, comentando sobre as coisas que queria fazer no cruzeiro enquanto mordia um cheeseburger. Seus olhos brilhavam, e eu me pegava sorrindo como um idiota enquanto a ouvia falar.

— Espero que você saiba dançar, Antony — disse ela, com um sorriso travesso. — Porque eu vou te arrastar para a pista.

— Dançar não é exatamente o meu ponto forte, mas prometo me esforçar.

— Melhor para você, porque não aceito "não" como resposta.

Depois do lanche, seguimos para o aeroporto. Eram quase onze da noite, e a área de embarque estava movimentada, mas de forma tranquila. Encontramos duas poltronas perto do nosso portão de embarque, e ela logo se acomodou ao meu lado.

Amanda parecia exausta, mas ainda mantinha um sorriso no rosto enquanto mexia no celular. O tempo passou, e o movimento ao nosso redor começou a diminuir. Olhei para o lado e percebi que ela tinha encostado a cabeça no meu ombro, os olhos fechados e a respiração calma.

Eu sorri, ajustando a posição para que ela ficasse mais confortável. A sensação de tê-la ali, confiando em mim o suficiente para adormecer, me deu uma paz que eu não sentia há tempos.

As horas passaram devagar. Amanda continuou dormindo, enquanto eu passava o tempo lendo no celular e observando o ambiente ao nosso redor. Às duas da manhã, o sistema de som anunciou nosso voo.

— Amanda — murmurei, balançando-a levemente.

Ela abriu os olhos devagar, confusa por um momento, antes de se sentar ereta e bocejar.

— Já? — perguntou, com a voz rouca de sono.

— Já. É hora de embarcar.

Ela se levantou, ajeitando o cabelo e pegando sua bagagem de mão. Estava adoravelmente desorientada, e eu me segurei para não provocá-la. Seguimos juntos para a fila, e, pouco depois, estávamos acomodados no avião.

Quando as luzes da cabine diminuíram e o avião começou a taxiar na pista, Amanda segurou minha mão, entrelaçando seus dedos aos meus.

Ela sorriu e encostou a cabeça no meu ombro novamente, pronta para dormir mais um pouco. Enquanto o avião decolava, eu olhava pela janela, sentindo que aquelas férias não seriam apenas um descanso. Seriam o início de algo muito maior entre nós.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!