O sol nascia timidamente, tingindo o céu com um tom laranja pálido, enquanto eu estacionava a viatura próximo ao local do crime. O cansaço pesava em meus ombros após duas noites sem dormir, mas eu não podia me dar ao luxo de descansar. O relógio estava correndo, e eu tinha apenas 24 horas para encontrar algo que pudesse esclarecer o que aconteceu ou Amanda seria levada a para o presídio até o julgamento.
As fitas amarelas isolavam a área, e o silêncio da floresta era quase sufocante. O som das folhas balançando com o vento parecia amplificar a tensão no ar. Cruzei o perímetro e me aproximei de um dos peritos que ainda estava analisando detalhes no local.
— E as câmeras de segurança? Alguma novidade? — Perguntei, sabendo que a resposta provavelmente não seria boa.
— Infelizmente, nada. Estavam quebradas há semanas. Não há registros de movimentação naquela noite. — Respondeu o perito, enquanto ajeitava os óculos.
Suspirei, frustrado. Sem imagens, tudo dependia das evidências no local e da reconstituição dos fatos.
— Vou dar mais uma olhada. Preciso revisar cada detalhe. — Falei, calçando as luvas para não comprometer a cena.
O lugar ainda estava preservado. O carro do casal continuava estacionado de forma desleixada, como se tivesse sido deixado às pressas. A porta do motorista estava aberta, e as marcas de lama indicavam que alguém havia saído rapidamente. Caminhei ao redor do veículo, observando atentamente o solo.
A alguns metros do local onde o corpo de Gael foi encontrado, algo chamou minha atenção. A princípio parecia apenas mais um pedaço de tecido sujo de barro, mas, ao me aproximar, percebi que era um capuz preto. Ele estava parcialmente escondido sob algumas folhas. Peguei-o com cuidado, analisando o tecido.
— Isso não estava listado no relatório inicial. — Murmurei para mim mesmo.
Chamei o perito que estava próximo.
— Preciso que isso seja analisado. Pode haver vestígios de DNA ou algo que nos ajude a identificar de quem é esse capuz. — Entreguei o objeto a ele, que o guardou em um saco plástico.
Continuei a vasculhar a área ao redor, mas não encontrei mais nada significativo. As evidências até agora eram escassas, mas algo não estava certo. A pancada na cabeça de Amanda, as marcas de unhas no corpo de Gael... Tudo indicava uma luta, mas algo parecia fora de lugar.
Depois de horas reanalisando o ambiente, não havia mais nada que eu pudesse fazer ali. Retornei para a delegacia com a sensação de que estava perdendo alguma coisa, algo que poderia mudar todo o rumo do caso.
Ao chegar, fui direto para minha mesa, espalhando as fotos das evidências e começando a revisá-las mais uma vez. O prazo para manter Amanda sob custódia estava se esgotando, e a pressão de encontrar respostas era quase insuportável.
No fundo, uma pergunta me assombrava: se Amanda não se lembrava de nada, quem poderia estar por trás disso? Ou será que ela estava escondendo algo mais sombrio?
Os pais e o advogado de Amanda estavam com ela em uma cela especial, o tipo de cela destinada a pessoas de maior poder aquisitivo. Ela estava sentada em um pequeno banco, com as mãos apoiadas no colo, enquanto os três conversavam em voz baixa.
As evidências contra ela eram circunstanciais, mas ainda assim, eu não podia ignorar as marcas no corpo de Gael e as manchas de sangue nas roupas de Amanda. Revisitei mentalmente as fotos tiradas durante a perícia: a cabeça dela tinha um ferimento que indicava uma pancada, enquanto suas costas estavam cobertas por hematomas e arranhões quase imperceptíveis.
...𓇢𓆸...
Mais tarde naquele dia, solicitei um novo interrogatório com Amanda. Precisávamos de qualquer detalhe, qualquer memória que pudesse nos ajudar a desvendar o que realmente aconteceu. David estava ao meu lado, em silêncio, observando enquanto os oficiais traziam Amanda para a sala de interrogatório.
Ela entrou acompanhada de uma policial, com os olhos fundos e um ar de exaustão evidente. Parecia mais fragilizada do que antes, mas ainda mantinha aquela postura defensiva, como se estivesse lutando contra o próprio mundo.
— Amanda, precisamos conversar. — Minha voz saiu calma, mas firme, enquanto me sentava na cadeira em frente a ela.
Ela não respondeu, apenas manteve os olhos fixos na mesa. David permaneceu de pé, recostado contra a parede, como apoio silencioso.
— Você precisa se lembrar de algo, Amanda. — Continuei, mantendo meu tom baixo, mas direto. — O tempo está contra você. Se não conseguirmos esclarecer o que aconteceu, você será transferida para um presídio em breve.
Essa última frase pareceu atingi-la. As mãos dela começaram a tremer, os olhos inquietos piscavam rápido demais, e ela balançou a cabeça em negativa.
— Eu não sei... Não me lembro... — Amanda murmurou, quase como um mantra, enquanto sua respiração acelerava.
— Amanda, tente. Por favor. Algo, qualquer coisa. Quem mais estava lá? Você lembra de algum som, de alguém se aproximando? Qualquer detalhe pode ajudar. — Pressionei, mas sem elevar a voz.
De repente, ela colocou as mãos nos ouvidos, os dedos pressionando contra a cabeça como se tentasse abafar alguma coisa dentro dela.
— Eu não sei! Eu não sei! — Gritou, a voz tomada pelo desespero.
Antes que pudéssemos reagir, Amanda perdeu completamente o controle. Ela empurrou a mesa com uma força que parecia impossível para alguém em seu estado, derrubando cadeiras no processo. David deu um passo à frente, mas ergui a mão para ele parar.
— Amanda, calma! — Tentei acalmá-la, mas ela estava tomada por uma crise, os olhos marejados de lágrimas, a respiração descompassada.
Dois policiais entraram rapidamente na sala, mas pedi que não a tocassem.
— Saiam. Ela precisa de espaço. — Ordenei, enquanto Amanda continuava chorando e tremendo.
David e eu a observamos em silêncio, tentando entender o que aquela reação significava. Era medo? Culpabilidade? Ou algo que ela não conseguia processar?
Após a crise, Amanda foi levada de volta para a cela especial, onde recebeu atendimento psicológico. Não poderíamos forçá-la mais naquele momento. A situação exigia cuidado.
No entanto, minha determinação em solucionar esse caso crescia a cada segundo. Conversei com David enquanto caminhávamos pelo corredor.
— Algo está errado, David. A reação dela... Não parece só culpa ou medo de prisão. Parece que ela está bloqueando alguma coisa. — Falei, refletindo em voz alta.
— Pode ser. Mas pode ser também que ela realmente não se lembre de nada. — Ele respondeu, cruzando os braços.
— Vou rever os relatórios novamente. Talvez haja algo que deixamos passar.
O tempo estava contra nós, mas eu sabia que a verdade estava ali, em algum lugar, esperando para ser descoberta.
.........
...Ps: Calmem aí. Vai dar certo ...
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Atualizado até capítulo 30
Comments
Andressa Lopes
o carro que ela viu atrás deles, alguém seguiu eles. ahhhhjhhjjhhhhhhhhh tô surtando aqui. maisss por favor
2025-01-09
2
lua 🌙
essa história parece que estamos na sena do crime! coração disparado para os esclarecimentos
2025-01-09
1
Andressa Lopes
eu acho que eu sou a única desocupada 🤣🤣🤣🤣🫣sou a primeira a curtir e e pedir atualização 🤣🤣
2025-01-09
1