Eu estava jogado no sofá da minha sala, cercado por lenços amassados e embalagens de remédio. A virose havia me derrubado, e eu me sentia como se tivesse sido atropelado por um caminhão. Meu plano era ficar sozinho, descansar e me recuperar em paz.
Até que a campainha tocou.
Levantei com esforço, me arrastando até a porta, e quando a abri, lá estava Amanda, segurando uma sacola cheia de remédios e outra com ingredientes frescos.
— O que você tá fazendo aqui? — perguntei, surpreso.
— Cuidando de você, óbvio. — Ela entrou sem pedir permissão, já indo direto para a cozinha. — Não achou que ia te deixar apodrecendo nesse sofá, né?
Eu tentei protestar, seguindo-a.
— Amanda, você vai pegar essa virose. Não precisava ter vindo.
Ela me olhou por cima do ombro enquanto tirava os ingredientes da sacola.
— Antony, eu sou mais resistente que você.– falou cheia de si, e tive vontade de rir. – E, sinceramente, nem me importo. Agora vai deitar, que eu vou fazer uma sopa.
Ela era impossível de argumentar. Soltei um suspiro derrotado e voltei para o sofá, mas meu olhar ficou grudado nela. A maneira como ela se movia pela cozinha, tão à vontade, como se já fizesse parte da minha vida há anos.
E foi nesse momento que eu percebi.
Eu estava apaixonado por Amanda.
E, caramba, como era boa essa sensação. Estar apaixonado por ela fazia tudo parecer mais leve, mais certo. Amanda tinha essa energia que era quase contagiante. Seu jeito meio bagunçado, meio imprevisível, às vezes mal-humorado, outras vezes com o maior sorriso do mundo... Era perfeito. Ela era perfeita.
Amanda me fazia ser alguém melhor. Alguém que comprava flores e mandava para o trabalho dela só para ver seu sorriso quando recebesse. Alguém que lembrava de pedir comida saudável para ela, porque sabia que ela se alimentava mal quando estava ocupada. Alguém que passava noites assistindo comédias românticas que nunca tinha imaginado gostar, só para ter o que conversar com ela no dia seguinte.
Mas, para ela, isso ainda era só amizade.
Eu queria mais. Eu queria que Amanda soubesse que eu via nela muito mais do que uma amiga. Mas, ao mesmo tempo, eu tinha medo. Medo de estragar tudo. Medo de perder o que já tínhamos.
— Por que você tá me olhando assim? — a voz dela me tirou dos meus pensamentos.
— Assim como? — tentei disfarçar, mas o sorriso no canto da boca me entregou.
Ela trouxe a sopa para a mesa de centro e sentou ao meu lado no sofá, soprando uma colher antes de me entregar.
— Assim... Como se estivesse pensando alguma coisa que não quer me contar.
— Talvez eu esteja. — Dei de ombros, tentando não parecer tão óbvio.
— E o que seria? — Ela arqueou uma sobrancelha, desafiadora.
Balancei a cabeça, rindo.
— Nada que você precise saber agora.
Ela bufou, fingindo irritação, mas logo sorriu.
Amanda era tudo o que eu não sabia que precisava. E, mesmo que ela chamasse isso de amizade, eu sabia que, em algum momento, precisaria arriscar. Porque a verdade era que eu não queria ser só amigo dela. Eu queria ser tudo.
A sopa estava perfeita. Ou talvez fosse o fato de Amanda tê-la preparado com tanto cuidado que a fazia parecer a melhor sopa que eu já comi. Depois de insistir que ela também comesse, nós ficamos conversando na sala, enquanto a noite avançava.
Eu já me sentia um pouco melhor, mas Amanda não queria saber de sair dali.
— Tá tarde, Amanda. Você deve está cansada.Vou chamar um uber pra você. — Levantei, mas ela me cortou com aquele olhar decidido que era impossível ignorar. – Não quero que fique doente.
— Nem pensar. Eu disse que ia cuidar de você, e é isso que eu vou fazer. — Ela cruzou os braços, desafiadora.
— Você vai pegar essa virose também...
— E daí? Não vou te deixar sozinho. E se eu pegar, você cuida de mim.
Suspirei, derrotado. Quando Amanda colocava algo na cabeça, não havia discussão que mudasse sua decisão.
— Tá, mas pelo menos coloca uma roupa confortável. Vai pegar uma camisa minha.
Ela sorriu vitoriosa e foi até o quarto, vasculhando o guarda-roupa até encontrar uma camisa velha que parecia um vestido nela. Ela voltou à sala, com os cabelos soltos e descalça, e se jogou no sofá.
— Tá vendo? Perfeito pra uma noite de plantão.
Eu ri, ainda sem acreditar que ela realmente ia dormir ali.
— Amanda, o sofá não é confortável...
— Já dormi em lugares bem piores. Tá ótimo.
Mesmo assim, ver ela tentando se ajeitar, encolhida de um jeito todo torto, me incomodava. Eu sabia que não ia conseguir dormir sabendo que ela estava daquele jeito.
Depois que ela apagou, eu me aproximei com cuidado. Amanda estava tão tranquila que parecia quase impossível ela ser a mesma pessoa teimosa de minutos atrás. Passei os braços por baixo dela, tentando não acordá-la, e a carreguei até o meu quarto.
Ela se mexeu um pouco, murmurando algo, mas não acordou. Coloquei-a na cama com cuidado, cobrindo-a com o edredom. Eu pretendia dormir no sofá, mas no final das contas, me rendi.
Subi na cama, mantendo uma distância segura, mas mesmo assim sentindo a presença dela ao meu lado. Amanda respirava tranquila, e eu fiquei por um bom tempo olhando para o teto, pensando em como aquele momento parecia surreal.
Talvez fosse a febre ainda em mim, ou talvez fosse o fato de que Amanda fazia tudo parecer diferente, mas eu finalmente fechei os olhos e dormi. Não como alguém doente, mas como alguém que, pela primeira vez em muito tempo, sentia que não estava mais sozinho.
.........
...Ps: Alguém avisa a Amanda que o Antony tá apaixonadinho por ela? 🥹🥹( se bem que ela também tá apaixonadinha por ele)...
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Atualizado até capítulo 30
Comments
Eliana S
eu acho que ela se apaixonou por ele primeiro,só esta esperando ele sentir o mesmo. Corre o risco de que na hora que ela perceber que sente o mesmo el peça o Antony em namoro kkkkkkkkkkk
2025-04-06
1
Lice
💘💘💘
2025-01-23
1