Saí do banheiro ainda com a toalha amarrada na cintura, o cabelo pingando. Meu celular estava aceso em cima da cama, vibrando com insistência. Peguei o aparelho e vi 19 chamadas perdidas de Amanda. Senti meu estômago afundar. Algo estava errado, muito errado.
Sem pensar duas vezes, retornei a ligação. O toque pareceu durar uma eternidade, cada segundo aumentava minha ansiedade. Ninguém atendeu.
"Merda," murmurei, jogando a toalha de lado e vestindo a roupa o mais rápido que pude. Peguei minha arma e a coloquei no coldre, enquanto já discava para Lohan, o policial da delegacia especialista em tecnologia.
— Lohan, preciso que você rastreie um celular pra mim, agora.
— Manda o número, chefe.
Enviei imediatamente o contato de Amanda. Não demorou dois minutos e recebi a localização em tempo real dela. O ponto no mapa mostrava que ela estava em movimento, dirigindo por uma avenida movimentada.
Enquanto eu corria para o carro, o celular tocou novamente. Era Amanda. Atendi no mesmo instante.
— Amanda? Onde você está?
A voz dela veio do outro lado, apavorada, ofegante:
— Antony, eu estou indo para a delegacia... mas tem alguém me seguindo! É o Marco! Ele está no meu encalço, não sei o que fazer!
O som de um buzinaço cortou o fundo da ligação, o que só intensificou minha preocupação.
— Amanda, calma, escuta. Trave as portas do carro e não pare por nada, está me ouvindo? Vou encontrar você.
— Ele está cada vez mais perto! — ela choramingou, o pânico evidente. — Eu estou com medo, Antony!
— Eu vou resolver isso, Amanda. Só continua dirigindo. Estou a caminho.
Desliguei a chamada e acelerei o carro como se minha vida dependesse disso. Talvez dependesse. Ou melhor, talvez a dela dependesse.
Fiz outra ligação enquanto ultrapassava os limites de velocidade.
— Lohan, preciso que você acione todas as viaturas próximas à avenida! Tem um carro suspeito seguindo um veículo dirigido por Amanda. Eu quero bloqueios montados imediatamente!
— Estou enviando o alerta agora mesmo, chefe.
Cada segundo parecia uma eternidade. Minha mente rodava com mil possibilidades. Marco estava se mostrando mais perigoso do que eu imaginava, e Amanda não estava em condições de se defender.
Pisei fundo no acelerador, desviando de carros e ignorando todos os semáforos. O localizador de Amanda piscava na tela do celular preso ao painel, cada vez mais perto. Meu coração estava acelerado como nunca, e a tensão no ar era quase sufocante.
Quando entrei na avenida indicada, vi que o ponto estava se movendo mais devagar. Ela havia reduzido a velocidade, o que me deixou apreensivo. A rua era pouco iluminada, e eu podia ouvir ao longe o som das sirenes das viaturas. Um leve alívio passou por mim. As viaturas já estavam lá.
Respirei fundo, mas apenas por um momento. Quando cheguei ao local onde a polícia havia fechado a rua, a situação já estava fora de controle. Assim que estacionei o carro e saltei, tiros começaram a ecoar no ar, vindos de um carro preto que tentava fugir desesperadamente.
— Atenção, todos! Cobertura! — gritou um dos policiais, puxando a arma enquanto buscava abrigo atrás de uma viatura.
Os flashes dos disparos cortavam a escuridão da rua, e a tensão tomou conta de todos. Peguei minha arma e me movi rapidamente para me proteger ao lado de outro policial.
— Quem está atirando? — perguntei a um dos agentes.
— É o carro que estava seguindo Amanda! Tentamos interceptar, mas eles abriram fogo antes mesmo de conseguirmos abordá-los.
Olhei para o carro de Amanda mais adiante, parado em uma esquina. As portas estavam trancadas, mas não conseguia vê-la dentro dele por causa dos vidros escuros. Meu coração disparou.
— E Amanda? — perguntei.
— Ainda não conseguimos chegar até ela, chefe!
— Droga! — murmurei, meu olhar alternando entre o carro suspeito e o de Amanda.
Os tiros continuavam, mas agora os policiais começavam a revidar com precisão. O carro preto tentou avançar, mas uma das viaturas fechava a frente, enquanto outra se posicionava na retaguarda.
— Eu preciso chegar até ela! — gritei para o policial ao meu lado.
— Espere, Antony! Está perigoso demais!
Mas eu não ia esperar. Amanda estava ali, e Marco estava armado. Meu instinto me dizia que, se eu não agisse rápido, poderia ser tarde demais.
Corri entre as viaturas, abaixado enquanto me aproximava do carro dela. Ao chegar mais perto, bati na janela do motorista.
— Amanda! Sou eu, Antony! Abra a porta!
Dentro do carro, vi sua silhueta tremendo, o rosto pálido e molhado de lágrimas. Ela destrancou a porta com dificuldade, e eu a abri rapidamente, puxando-a para fora.
— Você está bem? — perguntei, segurando seu rosto com as mãos.
Ela apenas balançou a cabeça, ainda em choque.
— Vamos sair daqui. Fique atrás de mim.
Enquanto eu a protegia, os tiros finalmente cessaram. Olhei para trás e vi que os policiais haviam conseguido neutralizar o carro suspeito. Um dos ocupantes estava no chão, algemado, enquanto outro ainda estava dentro do veículo, aparentemente ferido.
— Marco está aí? — perguntei a um dos policiais que fazia a contenção.
— Não sabemos ainda, mas o carro está registrado no nome dele.
A raiva subiu em mim como uma onda, mas me concentrei em tirar Amanda do local o mais rápido possível.
— Está tudo bem agora. Você está segura — murmurei, guiando-a de volta para minha viatura.
As sirenes da ambulância ecoaram ao longe, misturando-se com o caos da cena. Quando o veículo parou, os paramédicos rapidamente desceram para dar suporte a ela e ao homem ferido no chão.
— Ela está em estado de choque — informei aos paramédicos enquanto entregava Amanda a eles. — Cuidem dela, por favor.
Amanda estava pálida, tremendo, mas tentou recusar o suporte.
— Eu estou bem... preciso falar com você, Antony... — disse, sua voz fraca, quase suplicante.
— Você vai falar comigo. Só deixe eles cuidarem de você primeiro, ok? — respondi, tentando acalmá-la.
Enquanto isso, um dos paramédicos verificava o homem ferido no chão, que ainda estava consciente, embora sangrasse no ombro. Era um dos cúmplices de Marco. Ele olhou para mim com uma expressão de dor e ódio.
— Onde está Marco? — perguntei, aproximando-me.
Ele não disse nada, apenas desviou o olhar. Um dos policiais ao meu lado se aproximou.
— Já demos o alerta para fechar todas as saídas da cidade. Ele não vai conseguir ir muito longe.
Assenti, mas o nervosismo ainda apertava meu peito. Marco havia conseguido escapar novamente, e isso só aumentava minha frustração.
Depois que os paramédicos terminaram de estabilizar Amanda, ela se recusou a ser levada ao hospital.
— Não... eu preciso falar agora. Antony, eu lembrei de tudo.
Olhei para ela, surpreso e cauteloso ao mesmo tempo.
— Tudo? — perguntei, aproximando-me.
Ela assentiu, segurando meu braço como se dependesse disso para não cair.
— Foi o Marco... ele estava lá desde o começo. Ele e Gael brigaram. Gael estava tentando protegê-lo, e eu entrei no meio. Eles começaram a lutar, e eu... eu fui empurrada. Caí na mata... bati a cabeça. Quando acordei, ouvi um barulho. Ele... ele assobiava, Antony. Aquele mesmo assobio que eu lembrei.
As palavras dela vieram como uma enxurrada, o peso da lembrança clara demais para ser ignorado.
— Ele estava assobiando enquanto arrastava o corpo de Gael. Quando eu tentei levantar, ele me viu. Ele veio atrás de mim... gritando que eu não contaria nada pra ninguém. Ele estava com uma arma, Antony!
Meus punhos cerraram, e o sangue subiu à cabeça. Marco não só era um assassino, mas também tentou fazer Amanda pagar pelo crime dele.
— Isso muda tudo. Vou cuidar disso, Amanda. Marco não vai sair dessa.
Ela assentiu, mas eu sabia que o peso do que ela havia passado ainda estava ali, assombrando-a. Eu a deixei com um dos paramédicos para que pudesse se recompor, enquanto eu começava a organizar os próximos passos.
Marco podia ter fugido, mas com a cidade cercada e Amanda finalmente lembrando de tudo, eu sabia que era só uma questão de tempo até colocá-lo atrás das grades.
.........
...Ps: Por essa nem o futuro esperava HAHAHA....
...Eu tô amando ver o Antony todo preocupado com ela 😭...
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Atualizado até capítulo 30
Comments
Lucineide Tavares
nem nós esperávamos por isso o próprio irmão?
2025-01-12
3
F Valeria Feliciano
parece q o Marcos não é irmão de vdd do gael, se não na comparação de DNA alguns alelos teriam aparecido como parente de Gael...
2025-02-07
1
Anne-Cécile
Eu imaginei tanta coisa, menos isso kkkkk
2025-02-09
1