Acordei com uma sensação quente e confortável me envolvendo. A princípio, achei que ainda estava sonhando, mas o peso do braço que descansava sobre minha cintura e o som suave da respiração atrás de mim me trouxeram de volta à realidade.
Era Antony.
Eu podia sentir o calor do corpo dele, o cheiro amadeirado e suave que sempre me fazia querer ficar mais perto. Ele estava tão perto que, por um momento, meu coração disparou, e um sorriso involuntário tomou conta do meu rosto.
Eu nem sabia como tínhamos chegado a esse ponto, mas também não me importava. O peso do braço dele era acolhedor, e pela primeira vez em muito tempo, me senti segura.
Sem me mover muito, virei levemente o rosto para olhá-lo. Ele ainda estava com os olhos fechados, o rosto sereno e os cabelos bagunçados de um jeito que o deixava ainda mais bonito.
— Bom dia — murmurei, tentando não parecer nervosa.
Ele abriu os olhos devagar, e quando me viu, um sorriso suave surgiu em seus lábios.
— Bom dia — respondeu com a voz rouca de quem acabou de acordar.
Por um momento, ficamos apenas nos olhando, como se o tempo tivesse parado. E então ele falou, quase em um sussurro:
— Desculpa... acho que invadi seu espaço.
— Não precisa se desculpar. — Minha voz saiu mais baixa do que eu esperava. — Eu... gostei.
Antony franziu levemente a testa, como se estivesse tentando entender o que eu queria dizer. E, antes que eu perdesse a coragem, virei-me completamente para ele, ficando de frente, com nossos rostos separados apenas por alguns centímetros.
— Amanda... — ele começou, mas eu o interrompi, colocando a mão suavemente em seu rosto.
— Antony, eu... — Eu respirei fundo, tentando encontrar as palavras certas. — Você não faz ideia do quanto tem significado pra mim.
Ele não respondeu, apenas segurou minha mão que ainda estava em seu rosto, os olhos fixos nos meus, como se estivesse esperando alguma permissão.
E eu dei.
Me inclinei devagar, fechando a distância entre nós. Quando nossos lábios se tocaram, foi como se tudo ao meu redor desaparecesse. O beijo era suave, cheio de cuidado, mas ao mesmo tempo intenso, como se ambos estivéssemos esperando por aquele momento há muito tempo.
Quando nos afastamos, ele encostou a testa na minha, ainda segurando minha mão.
— Eu estava esperando você fazer isso — ele disse, com um sorriso que fez meu coração acelerar ainda mais.
— Eu sei. — Sorri de volta, sem conseguir conter a felicidade que transbordava em mim.
Naquele momento, tudo parecia certo.
...[...]...
Deixei o apartamento de Antony com o coração leve e um sorriso que eu não conseguia esconder. O beijo da manhã ainda estava fresco na minha memória, e a sensação de estar ao lado dele parecia certa de uma forma que eu nunca tinha sentido antes.
Mas a realidade me chamava, e eu precisava voltar à rotina. Minha clínica odontológica ficava em um dos shoppings mais sofisticados da cidade, onde o vidro espelhado das paredes e o mármore reluzente do chão refletiam o luxo e a sofisticação daquele lugar.
Cheguei ao consultório, e a recepcionista, Clara, me recebeu com um sorriso caloroso.
— Bom dia, doutora Amanda! Está com uma cara ótima hoje. — Ela me olhou com um sorriso de quem sabia mais do que dizia.
— Bom dia, Clara. Dormir bem faz milagres — respondi, tentando disfarçar o rubor que subia pelo meu rosto.
Ela soltou uma risadinha, mas não disse mais nada.
Enquanto me preparava para atender o primeiro paciente do dia, dei uma olhada no meu reflexo no espelho do consultório. Apesar das poucas horas de sono, eu parecia mais feliz, mais radiante. Antony estava mudando tudo, e eu sabia que não era apenas uma paixão passageira.
Meu dia começou com uma agenda cheia: consultas de rotina, clareamentos, e até um procedimento mais complexo de reabilitação oral. A cada paciente, minha mente voltava para Antony e para a tranquilidade que senti ao seu lado naquela manhã.
Na pausa para o almoço, sentei na pequena sala dos funcionários com minha marmita, mas minha concentração estava longe. Peguei o celular e, antes que percebesse, estava digitando uma mensagem para ele:
"Espero que esteja se cuidando e tomando os remédios! Vou cobrar mais tarde."
A resposta veio em segundos.
"Com você como minha médica, não tenho escolha. Estou me sentindo melhor já. Janta comigo hoje?"
Sorri para a tela, sem conseguir evitar.
"Claro!"
Eu já podia imaginar seu sorriso ao ler minha resposta.
Depois de enviar a mensagem, respirei fundo, tentando me concentrar no restante do dia. Era incrível como Antony conseguia transformar até o meu trabalho mais corriqueiro em algo leve, simplesmente por existir.
E enquanto me preparava para a próxima consulta, uma certeza crescia dentro de mim: eu estava apaixonada, e isso não me assustava. Pelo contrário, era exatamente o que eu precisava.
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Atualizado até capítulo 30
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