GUARDA REAL

Depois de longos sete dias, enfim o torneio chegou ao fim.

Os portões de Segara, que antes pareciam quase esquecidos, vibraram com a energia das multidões que vinham de todas as partes das terras de Aderon. O torneio trouxe não apenas os mais habilidosos guerreiros e estrategistas, mas também mercadores, artistas e viajantes em busca de diversão e oportunidades. As ruas de Segara, normalmente serenas, foram tomadas por barracas coloridas, músicos animados e o constante murmúrio de negociações e trocas.

O impacto econômico foi imediato e impressionante. Os mercados estavam abarrotados de produtos exóticos: tecidos finos, armas reluzentes forjadas em Tunskard e especiarias raras vindas das terras mais distantes. As tavernas, antes silenciosas ao cair da noite, fervilhavam de vida, com brindes sendo erguidos e histórias de bravura sendo contadas até o amanhecer.

Os cofres reais sentiram o peso das moedas que agora fluíam para Segara. Comerciantes locais prosperaram, e até mesmo os plebeus mais simples puderam aproveitar as sobras dessa abundância, encontrando novas oportunidades de trabalho e vendas. Ainda assim, por trás de todo o esplendor do evento, havia uma preocupação silenciosa.

O rei Vitares Argan II observava tudo do alto de sua varanda no castelo. Ele sabia que o torneio havia sido uma distração bem-vinda para a população e um impulso necessário para a economia, mas as tensões no reino ainda não estavam resolvidas. As notícias dos ataques dos Barkes, ditas a ele por Jargan e os rumores de insatisfação nas regiões mais distantes de Segara pairavam como uma sombra sobre a alegria do momento.

O rei Vitares, ao receber a notícia dos devastadores ataques dos Barkes às aldeias de Tunskard, não hesitou em tomar uma decisão firme. Ele ordenou que Jargan Valeris, que ainda permanecia em Segara após o torneio, levasse todos os competidores, tanto os vencedores quanto os derrotados, para reforçar as forças de Tunskard. Os que saíram vitoriosos no torneio foram honrados com a oportunidade de integrar a Guarda Real de Tunskard, uma posição de prestígio que refletia sua habilidade e bravura demonstradas nos combates.

Já os que não venceram, para surpresa de muitos, receberam a chance de se tornarem soldados. Apesar de não terem conquistado o título máximo no torneio, eles foram recebidos com reconhecimento por sua coragem e esforço. Quando a notícia foi anunciada, um sentimento inesperado tomou conta dos derrotados: em vez de frustração, houve alegria e orgulho. Afinal, mesmo sem a vitória, estavam sendo valorizados e teriam um papel importante na defesa de suas terras.

A decisão foi vista como um gesto de sabedoria e liderança por parte de Vitares, pois não apenas reforçava os exércitos, mas também dava a todos os competidores um senso de propósito e pertencimento. Naquele momento, não importava mais quem havia vencido ou perdido no campo do torneio; todos estavam unidos em uma causa maior.

Porém Jon e Onurb, os vencedores do primeiro dia, Vitares decidiu que eles permanece no reino, pois ele viu que eles eram ótimos guerreiros.

No entanto, entre todos os competidores, dois se destacaram de forma singular: Jon e Onurb, os vencedores do primeiro dia do torneio. O rei Vitares, observando atentamente suas habilidades excepcionais e a destreza com que lidaram com os desafios, tomou uma decisão especial. Ele ordenou que, ao contrário dos demais, Jon e Onurb permanecessem no Reino de Segara.

Para Vitares, esses dois guerreiros não eram apenas habilidosos, mas demonstraram qualidades que iam além do campo de batalha. Sua coragem, inteligência estratégica e espírito de liderança os tornavam indispensáveis para o futuro do reino. "Eles são mais do que vencedores de um torneio", pensou o rei, "são protetores em potencial para os desafios que ainda estão por vir."

A escolha de Vitares não apenas destacou Jon e Onurb, mas também elevou sua posição perante os olhos da corte e dos outros competidores. Permanecer em Segara era um grande reconhecimento, e ambos entenderam que essa decisão vinha acompanhada de responsabilidade. Eles agora fariam parte de algo maior, servindo diretamente ao reino em um papel que poucos poderiam ocupar.

Assim, no dia seguinte, a corte de Jargan iniciou seu retorno para Tunskard, levando consigo todos os competidores que haviam participado do torneio. A jornada de volta foi acompanhada por um reforço significativo: cinquenta soldados adicionais enviados diretamente por ordem do rei Vitares. Esses soldados eram experientes e bem treinados, preparados para fortalecer a defesa de Tunskard diante dos perigos iminentes.

No entanto, Vitares optou por manter um ar de sigilo absoluto. Ele não revelou a ninguém em Segara sobre os acontecimentos que o levaram a tomar tais decisões. Nem mesmo os nobres mais próximos de sua confiança foram informados dos ataques dos Barkes às aldeias de Tunskard. Para o povo e a corte, o envio dos soldados parecia apenas um gesto de boa vontade, uma oferta para fortalecer os laços entre os dois reinos.

A escolha de Vitares em ocultar a gravidade da situação refletia sua preocupação em evitar o pânico entre seus súditos. Ele sabia que a notícia de tais ataques poderia gerar insegurança, questionamentos sobre a própria proteção de Segara e até mesmo minar a confiança na força do reino. Por isso, agiu com cautela, garantindo que apenas os mais diretamente envolvidos soubessem da verdadeira ameaça que pairava sobre as terras de Midirin.

Na mesma noite, Jon e Onurb foram honrados com uma nomeação que marcaria suas vidas para sempre: tornaram-se oficialmente integrantes da Guarda Real de Segara. O anúncio foi feito de maneira solene, no coração do castelo, dentro do imponente salão principal. Ali, sob o brilho das tochas e candelabros que iluminavam o ambiente, os dois jovens se ajoelharam diante do rei Vitares.

O silêncio tomou conta do salão enquanto o rei, ladeado por seus conselheiros e nobres, ergueu sua espada cerimonial. Com palavras de respeito e admiração, ele os declarou defensores da coroa e do reino, destacando sua coragem e habilidade demonstradas durante o torneio. Jon e Onurb receberam as honras com humildade, sentindo o peso e a responsabilidade do novo título que carregariam.

O momento foi ainda mais especial para Jon, pois ele descobriu que teria seu amigo de longa data, Will, como chefe e mentor dentro da Guarda Real. Essa notícia trouxe um misto de alegria e motivação, pois ele sabia que teria ao seu lado alguém em quem confiava profundamente para guiá-lo nessa nova jornada.

Após a cerimônia, o salão foi tomado por aplausos calorosos de todos os nobres e chefes presentes. As palavras de aprovação e os olhares orgulhosos confirmavam que aquela era uma ocasião memorável. Para Jon e Onurb, aquela noite representava o início de um capítulo promissor em suas vidas, dentro dos muros do castelo de Segara.

Jon e Onurb, agora oficialmente parte da Guarda Real de Segara, começaram a conversar logo após a cerimônia. Eles se olharam com um sorriso, ambos cientes de que aquele momento significava muito mais do que uma simples nomeação; era o início de uma nova jornada. Durante a conversa, começaram a se conhecer melhor, compartilhando suas histórias e experiências, o que rapidamente os fez perceber que, apesar das diferenças em seus passados, tinham muito em comum. A amizade entre eles se fortaleceu ali, no calor das celebrações, selada pela honra que agora carregavam.

Logo, chegaram os momentos de grande importância: receberam as armaduras que os identificariam como membros da Guarda Real. As armaduras, feitas com o mais fino metal de Segara, eram resistentes e ao mesmo tempo leves, projetadas para proteger sem sacrificar a agilidade. Jon e Onurb, impressionados com a qualidade dos itens que agora vestiam, sabiam que aquelas peças representavam mais do que proteção física; eram símbolos de sua nova posição e de seu compromisso com a defesa do reino.

Além disso, receberam espadas, armas forjadas com precisão, em espólio das batalhas passadas, com detalhes intrincados nas lâminas, e as capas da Guarda Real, que, com seus bordados ricos, flutuavam com majestade por trás deles. As capas eram de um azul profundo, bordadas com o emblema de Segara, destacando sua lealdade ao rei Vitares e ao reino. Aquele conjunto não apenas os tornava guerreiros, mas também os transformava em símbolos de proteção e coragem.

Ambos se sentiram tocados pela solenidade do momento, conscientes da responsabilidade que agora pesava sobre seus ombros. Contudo, não puderam deixar de sorrir, pois a jornada que começava ali, com armaduras, espadas e capas, significava que eles agora eram parte de algo maior, uma força que protegeria Segara dos desafios que estavam por vir. O vínculo de amizade entre eles só cresceu, e as palavras trocadas naquela noite se tornaram promessas silenciosas de lealdade e bravura.

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Bruno Rafael

Bruno Rafael

Onurb não luta com duas adagas?

2025-01-07

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