Capítulo 19

Sofia

Eu estava me sentindo tão leve e mais feliz depois do final do meu noivado com Diogo. Era estranho, mas você já viram alguém ficar feliz por descobrir que era corna? Então, eu fiquei.

- Olá meu casal favorito. _ Maitê entrou no ateliê com essa para mim e John.

Se eu estava feliz com o término com Diogo, meu pai e Maitê estavam três vezes mais, e posso dizer que um certo segurança também não escondia que havia gostado.

- O que foi prima?

- Vocês já viram a atualização dos padrinhos do Adam? Agora sim as fotos ficarão lindas.

- Vi, e gostei muito._ John falou dando um leve sorrisinho, olhando para a tela do seu notebook olhando as várias telinhas que mostravam minha loja e a parte externa dela.

- Do que vocês estão falando?

Maitê me passou seu tablet, era a lista de padrinhos do casamento do meu primo Adam com sua noiva Mavi. Seria madrinha junto com John de padrinho. Fiquei surpresa, Adam já tinha tirado Diogo da lista, e eu só tinha contato para meus pais e Maitê sobre o final do noivado.

- Como será que Adam ficou sabendo né? _ falei olhando para John que só deu risada e continuou olhando seu notebook.

E minha semana passou assim, tranquila e leve. A notícia se espalhou entre meus familiares, e todos ficaram felizes. Do Diogo não tive nem sinal, espero que já esteja casado com a Larissa e sejam felizes bem longe de mim.

Na quinta eu não consegui ir treinar de manhã como sempre vou, então fui a noite, e acabei fazendo amizade com meu vizinho Ricardo. Ele se mudou a cerca de um mês, e eu já tinha cruzado com ele pelo corredor e até no elevador. Ricardo é médico e gosta muito de malhar. Bonito também, não pude deixar de reparar nesse pequeno detalhe.

Na nossa conversa durante o nosso treino acabei falando de um show que seria no sábado e eu não consegui ingresso. E para minha surpresa, na sexta-feira Ricardo estava me esperando na porta do meu apartamento com dois ingressos e um lindo buquê de flores. Amei muito mais os ingressos claro, não que as flores não sejam bonitas. Mas flores para mim tem que ser de alguém especial.

E no sábado lá estava eu toda feliz no show. John dispensou o segurança que fica comigo nos finais de semana e foi comigo. Algo me diz que Ricardo tem alguma coisa a haver com essa alteração na escala dos seguranças kkk

Ricardo apareceu e ficou comigo vendo o show e conversando. No início estava tudo tranquilo, até eu perceber que ele começou a ficar mais próximo, sua mão foi para minha cintura, e eu sabia que ele ia me beijar. Eu queria ou não queria? Ele é bem gato, e seria interessante beija-ló, isso se eu não sentisse um par de olhos azuis queimando atrás de mim. E como nos velhos tempos fui deixando acontecer, para ver qual seria a reação do John. Mas de repente ele chegou me falando que precisávamos sair dali, e eu achei que era algo sério, e nem pensei em questionar, fui só indo por onde ele me conduzia. Mas quando chegamos no carro ele me disse que não era nada de mais, então entendi que John havia me tirado do show por causa do Ricardo.

Eu fiquei furiosa com John, não por causa do Ricardo, e sim pelo show que queria tanto ver e perdi. Começamos uma pequena discussão, e John veio me dizer que fez tudo aquilo por ciúmes. Mas com que direito ele poderia ter me tirado do show por ciúmes se não temos nada um com o outro?!

Aí ele me falou o que eu esperei tanto ouvir, mas não sei se poderia acreditar em suas palavras.

- Por que eu te amo Sofia._ segurou meu rosto com suas mãos. - Nunca deixei de te amar.

Eu queria acreditar, mas também precisava manter os pés no chão. O medo de ser tudo mentira novamente e me iludir com algo que só existia para mim. Lágrimas se formaram em meus olhos ao lembrar cenas do passado.

- Outra mentira para me levar para cama John? Outra mentira para me iludir e depois jogar fora como se eu fosse um lixo? Não tenho mais 18 anos.

- Não é mentira Sofia. Eu te amo. Eu menti a anos atrás quando te falei que não amava. Me perdoa, sei que fui um idiota e falei coisas horríveis para você. Mas saiba que doeu mais em mim do que em você cada palavra que falei aquele dia.

A partir daí tivemos a conversa que deveríamos ter tido a muito tempo. Foram muitos maus entendidos, sem contar o que o senhor Stone fez com o próprio filho. Entendi a situação pela qual John passou na época, o fato de eu ser praticamente uma menina e nossa diferença social. Já havíamos conversado várias vezes sobre, e eu sabia o quanto isso o incomodava. E o medo de perder a mãe com a pressão psicológica que o pai fez. Por isso resolvi nos dar uma segunda chance como John me pediu. Mas precisamos ir devagar, terminei um noivado a poucos dias, e a opinião pública não perdoa, e eu sairia como a errada, a que trocou o noivo empresário pelo segurança. Estava até vendo as manchetes.

- Tudo bem. Mas vamos com calma ok?

- De acordo. E esse vamos com calma, inclui que não posso te beijar?

Como eu ia negar um beijo com qual eu sonhava a tanto tempo?! E foi tão bom, talvez melhor até que nosso primeiro primeiro beijo no lavabo da casa do tio Thomas.

John me puxou pela cintura para colar nossos corpos, uma mão foi por debaixo dos meus cabelos, me segurando com firmeza pela nuca, mas com delicadeza ao mesmo tempo. E quando nossos lábios se tocaram, as borboletas no meu estômago fizeram festa, e todos meus sentimentos por ele voltaram, e a sensação que meu coração ia explodir de amor estava de volta. Sensação essa que nunca mais senti depois de John.

Nosso beijo calmo, começou a ficar mais ousado, e senti a mão quente subindo pela minha coxa, me causando muitas sensações, e eu sabia que tinha que ser forte, ou não ia resistir e me entregar a ele ali mesmo. Meu corpo pediu por isso, mas meu cérebro me fez ser mais cautelosa. Realmente, a Sofia adolescente tinha ficado para trás. A adulta fez John parar por ali, mesmo querendo mais.

Para nos acalmarmos John me pediu para falar sobre meu curso nos EUA e o tempo que fiquei por lá. Eu não sei em que momento dormi, mas senti que estava sendo carregada, e no dia seguinte acordei na minha cama, vestida ainda com a roupa que fui ao show. Levantei, tomei banho e quando abri a porta do meu quarto já consegui sentir cheiro de café. Mas quem poderia ser se dona Emília não fica aqui no final de semana? Quando estava chegando ao final da escada vi que era John. Ele veio até mim e me cumprimentou com um beijo.

- Bom dia.

- Bom dia John. Gosto do seu conceito do "vamos com calma" kk

Era apenas uma brincadeira, na verdade tinha adorado acordar e ver ele ali, fazendo nosso café da manhã. Recordações desses momentos vieram a minha mente enquanto tomávamos café da manhã juntos, conversando e dando risada felizes.

Depois John me deixou na casa dos meus pais.

- Era o John filha?

- Olhando na janela pai? Que feio kkk

- Só estava vendo se está fazendo frio ou calor.

- Sei kkk E sim paizinho, era o John. Ele me deixou aqui e eu dei o resto do dia de folga para ele.

- Pois então manda mensagem e o convide para almoçar conosco, desde que ele traga a pequena Maju claro.

- Pai kkk Vou ver com ele. _ fui em direção a cozinha onde minha mãe estava vendo junto as meninas da cozinha o nosso almoço. - Bom dia Rosinha, Sarinha. Bom dia mãezinha.

- Que felicidade hein menina. Viu passarinho verde?

- Talvez azul Rosinha do meu coração.

- Será que eu entendi Sofi?

- Talvez mãe. Agora preciso de uma água._ peguei uma água e sai jogando beijos para elas.

Fui para meu quarto, me joguei na minha cama e mandei uma mensagem para John.

📲 Meu pai te convidou para almoçar conosco hoje, desde que você traga a Maju kk

Demorou uns minutinhos e ele me respondeu.

📲 Estou chegando agora em casa. Mas vamos sim, Maju vai amar e eu mais ainda por te ver novamente hoje. Me passa o horário do almoço.

O almoço de domingo na casa dos meus pais é sempre tarde, então marquei para eles chegarem as 13:00 e provavelmente não estaria pronto ainda.

- Oi Sofia._ Maju já chegou correndo e me abraçando.

- Oi Maju. Que saudades de você pequena._ a peguei no colo e dei um beijo.

- Pode me dando ela aqui. Vem pequena Maju. _ meu pai a roubou de mim. - Entra John, seja bem vindo. Thomas está lá atrás, vamos lá conversar.

- Obrigado pelo convite seu Eduardo.

- Posso brincar na piscina vovô Eduardo?

- Maria Júlia! Que liberdade é essa com seu Eduardo?

- Não briga com ela John, fui eu que pedi para ela me chamar de avô. Espero que você não se importe, é claro.

- Tudo bem. Só não abusa né Maria Júlia.

- Deixa a menina. E hoje está frio para a piscina de fora pequena, mas tem uma piscina menor que é aquecida. Filha leva ela para se trocar. E John vamos lá conversar com o Thomas.

- Ok. Vamos para a piscina aquecida então Maju. _ falei pegando sua mãozinha e subindo as escadas.

Minha mãe havia comprado biquínis para Maju usar quando viesse os visitar. Escolhi um bem lindinho e desci com ela para a piscina aquecida. Eu fiquei sentada do lado de fora só cuidando dela enquanto brincava. Estava distraída vendo ela quando senti um beijo no meu ombro.

- John, ela poderia ter visto.

- Está distraída, e eu com saudades de você.

- Acho que você realmente não conhece a palavra devagar kkk

- Algumas palavras do português eu me neguei aprender kkk

Passamos uma tarde de domingo em família bem gostosa. Além do meu tio Thomas, tia Júlia, minha prima Aurora, seu marido Rafael e a pequena Helena, filha deles, também vieram para o almoço. Aí a festa na piscina aquecida foi até tarde, com Maju e Helena brincando. Tive que entrar para cuidar da Helena que ainda é um bebê praticamente, tem um pouco mais de um aninho de idade, e aproveitei para brincar com as duas.

- Obrigada por vir almoçar com a gente Maju._ dei um beijo nela que já estava no banco do carro com o cinto de segurança.

Ela fez sinal de tchau com a mãozinha e John fechou a porta do carro para ela.

- Obrigado pelo almoço. Te pego amanhã aqui._ John falou passando a mão pelo meu rosto, fazendo um carinho.

- Obrigada por terem vindo. Até amanhã John.

Ficamos nos olhando por um tempo.

- Eu vou antes que te dê um beijão aqui na frente da casa do seu pai. Estamos parecendo dois adolescentes kkk

- Kkk Até amanhã._ joguei um beijo no ar para ele e fui para casa.

Quando estava entrando, me virei para olhar para a rua, e John estava lá, com as mãos nos bolsos, me olhando e sorrindo.

Fiz um sinal de tchau e entrei.

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