Capítulo 2

Sofia, 28 anos, estilista e herdeira da família Wanny. Filha única de Catarina Wanny e Eduardo.

- Filha essa é a última semana do Lucas como seu segurança._ estávamos tomando café da manhã quando meu pai me falou.

- Tudo bem pai. Lucas me falou mesmo que será sua última semana. Estou feliz por ele, se esforçou muito e conseguiu entrar para a polícia federal como ele queria.

- Pois é filha. Semana que vem John começa a trabalhar com você._ meu coração acelerou.

- John? Que John pai?_ diga que não é o John que estou pensando, por favor.

- O John querida._ minha mãe respondeu, me fazendo uma expressão de "se acalma".

- É filha, o John. Que está fazendo a segurança do Adam a anos._ meu pai respondeu meio desconfiado. - Algum problema com ele querida?

- Ah, não pai. Claro que não. É que ele é o segurança do Adam a anos como o senhor falou, além de serem amigos. Achei estranho, só isso.

- Pois é, parece que ele pediu para voltar a trabalhar na equipe do Brasil. Algum problema familiar, aí eu pedi para o Stone pôr ele como seu segurança. Considero o John um dos melhores, e queria ele a muito tempo cuidando de você.

Poxa vida pai. Logo o John?

Claro que meu pai nem sonha do meu passado com John, diferente da minha mãe que eu contei tudo na época.

E a partir daí passei a semana inteira na expectativa. Na sexta-feira vi que o chefe de segurança da minha família, o senhor James Stone, e seu filho, John, foram até a loja e ateliê que tenho no centro da cidade. Senhor Stone o levou para que pudesse ver as instalações e fazerem seus planos de segurança. Procedimento normal toda vez que muda de segurança. Eu estava na loja e os vi de longe, mas dei um jeito de me esconder, não queria cruzar com pai e filho no mesmo dia.

Acho um exagero andar com segurança, mas depois que Adam sofreu uma tentativa de sequestro, eu passei a não reclamar mais com meu pai sobre isso.

Segunda-feira e hoje John começa efetivamente como meu segurança.

Vamos lá Sofia, cabeça erguida. E lembre-se, John é um fantasma para você.

Abri a porta da casa dos meus pais onde dormi o final de semana, e quando olhei para a rua do condomínio, lá estava o carro me esperando, e ele, John, parado ao seu lado, na posição típica de todo segurança.

Droga, não vou conseguir olhar para ele. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Mavi, precisava mesmo falar com ela sobre seu vestido de noiva.

Mavi é a noiva do meu primo Adam. Eles moram nos EUA, onde Adam foi a alguns anos para trabalhar na matriz da empresa da nossa família. Futuramente será o novo CEO.

Eu e Adam temos a mesma idade, com diferença de meses apenas. E somos como irmãos.

Inclusive, era Adam quem nos ajudava, John e eu, nos nossos encontros amorosos. Digamos que Adam foi nosso cupido.

- Bom dia. Vamos para o ateliê._ falei a ele ainda escrevendo a mensagem a Mavi.

John não falou nada, mas com o canto dos meus olhos vi que ele fez um aceno com a cabeça concordando e abriu a porta para mim.

John foi dirigindo o carro, enquanto eu fui no banco de trás. Não gosto nada disso, me parece coisa de gente esnobe, mas eu não consigo dirigir. Já tentei, tenho até carteira de habilitação, mas entro em pânico e não consigo. E tudo piorou depois do acidente do Adam. Ele quase morreu nesse acidente, e isso só fez piorar meu medo de dirigir.

Chegamos na loja que tenho com a Maitê, minha prima. É uma loja de peças de roupas exclusivas, não tem outra peça igual, então fazemos sob medida do corpo da cliente. Eu as recebo no meu ateliê, que fica no andar superior a loja. Enquanto eu cuido da parte criativa, desenhos, croquis e tudo que envolve o desenvolvimento de uma peça de roupa, Maitê cuida da loja, da parte administrativa e financeira. Temos mais duas meninas que trabalham com a gente na loja, além da equipe de costura que temos também em outro local, na confecção.

- Bom dia Sofi, John._ Maitê nos cumprimentou assim que chegamos. Eu a respondi e vi que John fez um aceno com a cabeça para ela como resposta. Como sempre, John continua sendo de poucas palavras.

- Bom dia Maitê, está tudo bem por aqui?

- Tudo sim. Clara vai vir a tarde fazer a prova do vestido.

- Perfeito. Vou subir, se precisar é só me chamar.

Subimos e no elevador que é pequeno, ficamos muito próximos, com nossos ombros quase se tocando. Dei um passo para trás dele e foquei meus olhos no meu celular.

Seria muito difícil fazer de conta que John não existe agora que estamos ficando o dia inteiro juntos. Então resolvi falar alguma coisa com ele.

- Pode se sentar, vou ficar o dia todo aqui e se continuar aí em pé vai se cansar._falei evitando olhar para ele.

A manhã toda fiquei no ateliê, estava desenhando o vestido de noiva da Mavi. Enquanto eu trabalhava, John ficou sentado em uma poltrona próximo a janela. De vez enquanto, quando eu percebia que ele estava olhando para fora, eu me permitia olhar rapidamente para ele. Mas me xingava mentalmente por isso, e voltava minha atenção no desenho que estava fazendo.

Recebi uma mensagem do meu noivo me chamando para almoçar com ele, mas hoje não estava com cabeça para isso, então recusei.

- Oi Sofi, vamos almoçar?_ Maitê saiu do elevador já me chamando para ir almoçar com ela.

Olhei para as horas no meu celular, já era hora do almoço mesmo.

- Só se for num restaurante aqui perto Maitê. Recusei o convite do Diogo para almoçar com ele, e não quero encontrar com ele.

- Perfeito. Vamos no restaurante italiano aqui próximo. Adoro a comida deles.

- Ok.

Peguei meu casaco, minha bolsa e celular. Quando viu que eu estava indo para o elevador, John se levantou.

- Vamos almoçar._ falei para ele pondo meu casaco e acompanhando Maitê para o elevador.

Com os três no elevador foi impossível a gente não se tocar. E Maitê ainda parece que fez de propósito e praticamente me empurrou para o lado dele, fazendo com nossos braços se encostassem. Depois de anos, meu corpo reconheceu o calor do corpo dele, isso sem falar do perfume misturado com algum produto de barbear que John deve ter usado para aparar a barba que usa.

Fomos no meu carro, com John dirigindo.

Maitê não é uma Wanny, então não precisa andar com seguranças, e ela acha o máximo quando tem que sair comigo.

- Adoro isso de alguém dirigir e eu ir de madame no banco de trás kkk

- Besteira Maitê. Queria eu não precisar disso._ falei olhando rapidamente para frente, e por milésimos de segundos, meus olhos se encontraram com os do John, que me olhava pelo espelho retrovisor.

No restaurante John abriu a porta para Maitê descer enquanto eu desci o mais rápido possível para ele não fazer o mesmo para mim. Ele se posicionou próximo ao carro e ali ficou enquanto nós duas começamos ir em direção a entrada do restaurante.

- Vamos John, almoça com a gente.

- Obrigado senhorita Maitê, mas vou aguardar as senhoritas aqui.

- E vai ficar com fome? Acredito que minha prima ainda não virou uma senhora de escravos, não é Sofi?_ ela me falou fazendo sinal com os olhos para que eu falasse alguma coisa para ele.

- Eu almoço quando retornarmos para a loja.

Maitê continuava me fazendo sinal com os olhos. E também, Lucas nunca ficou do lado de fora me esperando, eu sempre o fazia entrar e almoçar. Quando estava com Diogo, Lucas comia numa mesa separada. Meu noivo é um chato com relação a isso. Mas comigo e Maitê, Lucas almoçava na mesma mesa e ainda participava das conversas.

- Lucas sempre almoçava conosco, se quiser nos acompanhar, não vejo problema ._ falei me obrigando a olhar para ele.

- É isso mesmo. Vamos logo John que estou com fome._ Maitê o chamou novamente.

Ele balançou a cabeça concordando e nos acompanhou.

- Senta John. _ Maitê o fez se sentar de frente para mim enquanto ela se sentou ao meu lado.

Almoçamos, comigo evitando olhar para frente, respondendo apenas o que Maitê perguntava, assim como John também falava apenas com ela e só dava respostas. Mas com minha visão periférica conseguia ver que ele comia me olhando.

A tarde minha rotina se repetiu no ateliê, com a diferença que recebi uma cliente para prova de uma vestido de festa que estou fazendo para ela.

- Espera lá na loja por favor enquanto a cliente estiver aqui.

- Claro, vou descer. Com licença.

Quando o elevador com John dentro se fechou eu pude respirar normalmente.

Em pensar que já o amei tanto e que não queria ficar um minuto se quer longe dele.

Mas John me machucou muito, quebrou meu coração em mil pedacinhos. O mesmo coração que eu o entreguei, assim como entreguei meu corpo e minha pureza. John foi o primeiro em tudo na minha vida. Meu primeiro amor, meu primeiro homem, e minha primeira e grande decepção.

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Comments

Renata Boaro

Renata Boaro

que eu li no livro um amor para mavi ele a deixou por diferenças de status se não tiver errada ele tem uma filha

2025-04-01

0

Jucileide Gonçalves

Jucileide Gonçalves

Tô curiosa para saber o que aconteceu.

2025-03-15

1

Neuza Silva

Neuza Silva

acho q tem um mal entendido ou alguém inventou alguma mentira pra ela , penso q foi a mãe dela

2025-03-09

1

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