Capítulo 10

John

- Presta atenção Maju, você vai ficar com o papai hoje no trabalho, mas se comporta e não mexe em nada.

- Tá bom papai. Você trabalha aqui?

Estávamos no elevador indo para a parte do ateliê da Sofia.

- A moça que o papai trabalha de segurança é quem trabalha aqui, e eu tenho que ficar nos lugares que ela estiver.

Assim que o elevador parou e se abriu peguei na mão da Maju e saímos, e dei de cara com Sofia usando um lindo vestido todo branco. Não era bem o vestido de noiva que eu imagino ela usando, mas estava linda. E a minha filha tinha que perguntar se ela ia se casar. E ela respondeu que sim, mas que aquele não era seu vestido de noiva, o que me fez pensar que ela já deve ter desenhado o vestido que vai usar para se casar com aquele otário.

- Você desenha os vestidos de princesa? Pode desenhar um para mim também?

Minha filha esqueceu totalmente o que havíamos combinado no elevador. Mas para minha surpresa Sofia entrou no jogo dela e disse que desenhava. O que ela não sabe é que Maju não vai esquecer isso até ter o tal vestido de princesa.

Enquanto Maju desenhava toda feliz na mesa da Sofia, com aquele tanto de lápis de cor a sua disposição, eu fiquei olhando os desenhos da Sofia que estavam sobre a mesa. E ela é talentosa mesmo.

Ela voltou ainda vestida com o vestido que eu supôs ser da Mavi, noiva do Adam. Pegou seu celular que estava sobre a mesa e ligou para Maitê vir a ajudar com o zíper que não conseguia abrir. Enquanto ela conversava com Maju sobre seu desenho, vi que algo a incomodava. Deveria ser os alfinetes que estavam no vestido. Ela tentava puxar o zíper nas suas costas e não conseguia. Então resolvi ajudar.

- Se me permitir, posso ajudar._ falei bem próximo a ela e seu perfume invadiu meus sentidos.

- Não precisa. Maitê já vai vir me ajudar.

- Está se contorcendo por causa do alfinete que está te machucando. Vou abrir só um pouquinho para facilitar, aí o resto você consegue sozinha.

Segurei sua mão e a tirei do zíper que ela segurava, a levando delicadamente até a lateral do seu corpo.

Então eu abri um pequeno espaço do zíper, só para facilitar para Sofia. Mas nesse processo fui imprudente e toquei levemente sua pele enquanto abria o zíper.

Percebi que sua pele ficou arrepiada com meu toque me trazendo lembranças do nosso passado.

💭 - Você tem certeza Sofia? Se eu começar não vou conseguir parar.

- Tenho John. Estou esperando por esse momento a muito tempo. Chega de me enrolar.

Sofia já estava com 18 anos, e passou a me pressionar ainda mais. Consegui enrolar ela por mais alguns meses depois do seu aniversário, mas chegou o ponto que eu não aguentava mais.

Existe uma regra dentro da família Wanny, que depois de chegarem a maior idade, os seguranças não precisam e não podem mais reportar o que seus protegidos fazem da vida deles, com quem conversam ou se encontram. A não ser que seja uma situação de perigo. É uma maneira deles terem um pouco de "liberdade" e aprenderem responsabilidades. Me parece que é assim desde o pai do seu Thomas e dona Catarina.

E então depois que Sofia fez 18 anos, a vigilância em cima dela diminuiu, ao ponto de conseguirmos nos encontrar no meu apartamento. E então a diabinha passou a me provocar, e os banhos gelados não estavam mais me ajudando. 💭

- Papai, terminei. Ficou igual a Sofia?

Maju me tirou dos meus pensamentos, e só então percebi que Sofia não estava mais ali.

- Está filha. Ficou lindo

- Linda como a Sofia papai?

- Sim, linda como a Sofia._ respondi para minha filha e só então percebi que Sofia estava vindo em nossa direção.

Não sei dizer se ela ouviu, mas não falei nenhuma mentira.

- Olha Sofia. Terminei seu desenho e papai disse que ficou linda igual você.

Se ela não ouviu, Maju fez o favor de contar o que falei. Sofia ficou vermelha na hora. Ah, vontade de a beijar naquele momento.

- Ahh, deixa eu ver Maju. Ficou lindo seu desenho. Vou guardar com carinho. Obrigada._ ela falou para minha filha tentando disfarçar seu desconforto pelo meu elogio que Maju transmitiu a ela.

As duas passaram a tarde toda naquela mesa. Maju fez outros desenhos, mostrou a Frozen para Sofia e claro, cobrou seu vestido de princesa.

- Olha Maju, seu vestido está pronto.

- Que lindo, posso levar embora?

- Não pode Maju. _ minha filha fez uma carinha triste e Sofia a abraçou. - Não fica triste. Eu preciso do desenho para mandar fazer seu vestido.

- Você vai fazer um vestido de verdade para mim? Não é só no desenho?

- Claro que não. Você vai ter um vestido de princesa. Prometo!

- Não precisa do vestido. Só o desenho está bom né filha?

- Eu sabia, meu pai não deixa nada Sofia.

- Kkk Deixa eu te contar que meu pai é assim também.

- Mas você é adulta já.

- Mas mesmo assim. Ele que colocou seu pai para andar o dia inteiro me seguindo onde eu vou, como se eu precisasse de babá._ limpei a garganta e Sofia deu um leve sorriso , enquanto Maju dava risada.

- Eu preciso de babá ainda.

E elas seguiram desenhando, pintando e conversando. As duas se deram muito bem em tão pouco tempo juntas.

Quase na hora que Sofia costuma ir embora, Maitê entrou no seu ateliê com um buquê de flores. Deveria ser do imbecil do Diogo. Um buquê extravagante e exagerado como ele.

- Se fosse eu jogava no lixo. _ Maitê disse a sua prima lhe entregando o buquê.

- Maitê, por favor._ Sofia repreendeu a prima.

- Ah desculpa._ ela olhou de canto na minha direção. - Enfim, já dei minha opinião. Estou indo embora. Maria Júlia adorei te conhecer. Venha todos os dias se quiser.

- Eu posso?_ minha filha perguntou olhando para Sofia com os olhos brilhando.

Sofia me olhou e depois respondeu a pequena que estava sentada ao seu lado.

- Claro que pode Maju. Pode vir sempre que você quiser.

Maju levantou e deu um abraço nela.

- Também quero abraço. Fui eu que te convidei primeiro. _ Maitê fez que estava ofendida e Maju foi abraçar ela também.

Quanto ao buquê, Sofia deixou ali na ponta da sua mesa, não dando muita importância a ele. Tudo muito estranho, e o fato da Maitê mandar jogar no lixo me fez lembrar do rosto marcado da Sofia quando ficou sozinha com aquele idiota do noivo.

Precisava prestar atenção no que estava acontecendo. Tinha algo muito errado com aquele idiota do Diogo, e eu ia descobrir.

- Já podemos ir embora também._ Sofia falou pegando suas coisas e desligando seu computador.

Peguei a mochila da Maju, e quando me virei as duas estavam indo para o elevador, e para minha surpresa, minha filha estava de mãos dadas com Sofia, e permaneceram assim até chegarem ao carro.

Coloquei minha filha sentada no banco de trás e arrumei seu cinto de segurança. Sofia entrou e se sentou ao seu lado.

- Seu carro é lindo. Porque você não dirige?

- Eu não consigo, tenho medo._ Sofia lhe respondeu com tristeza.

Realmente, Sofia foi a que deu mais trabalho para ensinar a dirigir quando ficávamos na fazenda do seu Thomas. Ela realmente tinha medo. Conseguiu tirar carteira de habilitação, mas nunca a usou até onde eu sei.

As duas foram conversando o caminho todo até chegarmos no apartamento da Sofia.

Quando estávamos na porta do apartamento, Maju atacou novamente.

- Você mora aqui?

- Sim, eu moro. Você quer conhecer minha casa?_ Sofia perguntou, logo para Maju!

- Quero!_ respondeu toda empolgada.

- Filha nos voltamos daqui. A senhorita Sofia deve estar cansada e você ainda tem aula amanhã cedo.

- Eu não falei Sofia. Meu pai não deixa nada._ Maju falou fazendo drama.

- Uma artista minha filha, pode ser atriz se você quiser._ ela revirou os olhinhos para mim e voltou a fazer carinha de vítima para Sofia.

- Kkk Já falei que eu te entendo né Maju? Mas acho que seu pai tem razão. Você está com uma carinha de sono.

- Mas se meu pai é seu segurança, ele não tem que ficar aqui com você? Você vai deixar a Sofia sozinha papai?

Maju nunca desisti. Sofia olhou para mim e se abaixou na altura da pequena insistente.

- Seu pai precisa descansar também, então a noite ele vai para a casa. E aqui nesse prédio tem um monte de seguranças se eu precisar. Está vendo as câmeras ali?_ Sofia apontou para as várias câmeras de segurança que tem no corredor que dá para seu apartamento. - Se os seguranças do prédio verem algo estranho ou alguém suspeito na minha porta, eles vem até aqui.

- Isso filha, eu só preciso acompanhar a senhorita Sofia fora daqui. E agora pare de fazer perguntas e deixa a Sofia entrar.

- Tá bom. Posso ir desenhar com você amanhã Sofia?

- Maria Júlia!_ o que eu faço com essa minha filha?

- Kkk Vamos fazer assim. Pede para seu pai te levar numa sexta-feira, aí no sábado você não tem aula não é mesmo? _ Maju respondeu que sim com a cabeça. - Então combinado. Te espero para a gente continuar seu vestido de princesa.

Sofia abriu os braços para Maju a abraçar, e minha filha foi com tanta vontade que derrubou Sofia que estava agachada em sua frente.

- Maju, mais cuidado filha. _ falei tirando minha filha de cima da Sofia e depois a ajudei a levantar.

Segurei sua mão e a puxei, mas fiz isso com um pouco de força e dei impulso demais a ela, que veio com tudo na minha direção e se chocou contra o meu peito. A segurei pela sua cintura para que seu corpo não voltasse para trás e caísse novamente com a força do impacto, a envolvendo nos meus braços. Nossos rostos ficaram muito próximos, nossos narizes a centímetros de se tocarem, nossos olhos se encontraram e ficamos olhando um no olho do outro por um tempo, mas aí, como instinto ou porque meu corpo se lembrava perfeitamente das vezes que tive Sofia em meus braços, apertei mais meus braços em sua cintura, colando mais nossos corpos e meus olhos foram para sua boca. Aquela boca tão linda e convidativa. E para piorar a minha situação, Sofia umedeceu os lábios e deixou sua boca entreaberta. Aquilo era claramente um convite para beija-lá. Apertei mais meus braços em sua cintura ao ponto dela soltar um gemido baixinho. Ah Sofia. Perdi totalmente o pouco juízo que ainda tinha, e eu ia beija-lá, com certeza ia, e Sofia não me parecia que ia impedir.

Mas aí Maria Júlia fez um barulho ao nosso lado, e saímos do transe que estávamos. Sofia pareceu cair em si, colocou as palmas das suas mãos no meu peito, e de forma sútil me empurrou para que nossos corpos se afastassem. Eu fui afrouxando meus braços da sua cintura, e contra minha vontade, Sofia foi deslizando para fora dos meus braços.

Ela visivelmente constrangida, passou as mãos pela calça jeans que estava usando, depois arrumou seus cabelos.

- Ehhhh, bem.. Te espero para outra visita então Maju. Adorei te conhecer._ ela deu um abraço na minha filha e meio desorientada ainda foi indo em direção a abrir a porta do apartamento.

Ela ia deixando sua bolsa que caiu junto com ela e havia ficado no chão. Me abaixei e a peguei.

- Você não se machucou?_ perguntei estendendo a bolsa em sua direção.

- Não. Não me machuquei. E você Maju, machucou?_ usou minha filha para me evitar kk

- Não Sofia. Desculpa te derrubar.

- A culpa foi minha que me desequilibrei. Está tudo bem tá. Até outro dia._elas se despediram com um tchauzinho e Sofia entrou correndo, sem olhar para mim.

Posso jurar que ela está do outro lado da porta tentando se recuperar kkk

O que aconteceu aqui? O que eu ia fazer se Maju não tivesse interrompido?

Realmente, juízo eu não tenho.

Sofia está noiva. De um babaca, é verdade. Mas está noiva. E eu não tenho o direito de fazer isso com ela, mesmo querendo muito.

Peguei minha filha pela mão e fomos embora. Noite difícil a minha. Tive sonhos com Sofia, ou foram lembranças enquanto dormia?

Não sei, só sei que sentimentos que eu achava que estavam adormecidos, voltaram com tudo, e parece que mais fortes ainda.

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Comments

Josigg Gomes Galdino

Josigg Gomes Galdino

Como vai descobrir,se passa o tempo todo com ela e quando termina , vai pra casa e as vezes o cretino do Diogo, está com ela

2025-02-27

6

Jucileide Gonçalves

Jucileide Gonçalves

Sei que aí dentro ainda mora um pedacinho de mim, um grande amor não se acaba assim é como diz a letra da música que realmente um grande amor não acaba tão fácil mesmo com o passar dos anos.

2025-03-15

0

Josigg Gomes Galdino

Josigg Gomes Galdino

Você é o Diogo, são dois otários, idiotas, estúpidos e imbecis , você a magoou,por amá-la,e o outro só está com ela,por dinheiro

2025-02-27

2

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