Sofia
- Oi minha bonequinha. Vim te buscar._ Diogo apareceu no meu ateliê um pouco antes do horário que eu costumo sair.
- Oi Diogo._ ele veio até mim e me deu um selinho.
-Segurança, pode sair. Quero conversar a sós com minha noiva.
Vi que John não gostou da ordem. Conheço bem aquela expressão dele, de que alguém vai apanhar e com certeza não é ele. Ele não faz questão de esconder que toda vez que meu noivo aparece ele não gosta, e quando Diogo me chama de "bonequinha" , John revira os olhos. Só não entendo o porquê dessas atitudes dele.
Fiz um sinal com a cabeça para que ele saísse. Vi que ele respirou fundo, olhou para fora pela janela, levantou e foi para o elevador.
- Esse cara tem que ficar o dia inteiro aqui com você Sofia?
- Ele é meu segurança Diogo.
- Pois que espere lá em baixo. Não gosto do jeito que ele te olha.
- São ordens do meu pai Diogo. E ele vai continuar aqui sim.
Diogo me lançou um olhar dos pés a cabeça, passou seu dedo polegar em seus lábios e veio em minha direção.
- Se seu noivo, futuro marido diz que não gosta do jeito que um zê ninguém fica te olhando, você vai fazer o que eu te digo. Esse segurança fica o dia inteiro aqui sem fazer nada, só te olhando. Pois a partir de agora ele fica lá na loja. Se ele quer dar em cima de alguma mulher, que seja na sua priminha ou naquelas duas que trabalham ali, que não são ninguém iguais a ele.
- Olha como você fala da Maitê e das meninas Diogo. Não vou admi.._ ele não deixou eu terminar de falar e segurou meu queixo com força, apertando.
- Você não tem que admitir ou deixar de admitir nada. E olha você como fala comigo.
- Está me machucando Diogo._ falei com dificuldade já que ele apertava meus maxilar.
- Olha o que você me fez fazer bonequinha. Por que sempre tem que me contrariar Sofia? Eu que só quero o seu bem sempre._ ele falava passando seus dedos levemente no lugar que a pouco estava apertando.
- O que deu em você Diogo?_ eu realmente não entendia a atitude dele.
Diogo nunca foi romântico, a não ser bem no início do nosso relacionamento. Depois ele mudou, mas também nunca foi violento ou com uma atitude como aquela.
- Tive um dia difícil bonequinha. Só isso. Agora vamos embora. Um bom vinho e sua companhia me farão me acalmar.
- Eu já marquei de ir jantar com meus pais hoje. Se quiser ir comigo está convidado. Vou para meu apartamento e depois vou para a casa deles.
Ele olhou para o teto, colocou as mãos em sua cintura e respirou fundo.
- Hoje não querida. Amanhã almoço com sua família.
Me deu um selinho e saiu, sem esperar uma resposta ou que eu falasse alguma coisa.
Me sentei na minha mesa e não tinha mais clima para trabalhar, então mandei uma mensagem para John avisando que já ia embora.
Coloquei meu casaco, desliguei computador, peguei minha bolsa e celular e desci. Maitê já havia ido embora, então me despedi das meninas que logo iam fechar a loja e também iam embora.
Quando saí John estava do lado do carro me esperando. Vi que ele olhou para meu rosto e sua expressão foi de surpresa, para dúvida, para raiva e talvez preocupação.
Ele que estava encostado no meu carro, deu um passo em minha direção e me pareceu que quis levar sua mão em direção ao meu rosto, mas se conteve e voltou a mão para a lateral do seu corpo novamente.
- Está tudo bem?_ John olhava com atenção para meu rosto, o analisando.
Só então me dei conta que deveria estar com a região onde Diogo apertou toda vermelha. É sempre assim, qualquer coisa e minha pele fica marcada.
Passei minha mão no rosto e pensei " Até parece que você se importa John". Entrei no carro, coloquei o cinto de segurança e fiquei esperando ele entrar também.
Fomos para meu apartamento, e enquanto o carro passava pelas ruas movimentadas, deixando edifícios e outros carros para trás, eu ia pensando em tudo que estava me acontecendo.
Eu que estava num noivado tranquilo, sem amor é verdade, mas tinha uma paixão digamos assim, além de ser agradável. Agora isso mudou, Diogo passou a ser um cara controlador, chegando a ser chato muitas vezes. Mas me apertar o rosto como fez hoje foi demais. Não sabia o que pensar de tudo aquilo, e John estar ali, a centímetros de distância, sentindo seu perfume e ouvindo ele suspirar fundo enquanto dirigia, não estava me ajudando em nada.
Chegamos no meu apartamento e subimos. John me acompanha até o apartamento sempre, para ter certeza que cheguei em segurança, e da minha porta ele retorna, indo embora. Mas hoje eu pedi para ele me esperar.
Estava abrindo a porta do meu apartamento.
- Eu vou dormir na casa dos meus pais hoje. É só o tempo de tomar um banho. Bem, se você puder me esperar e depois me deixar na casa deles. Senão eu peço para meu pai mandar alguém vir me buscar lá da mansão.
- Sem problemas, eu espero.
Olhei rapidamente para ele e balancei a cabeça concordando, e entramos.
- Vou subir. Pode me esperar aqui na sala. Dona Emília vai para a casa da filha na sexta-feira, mas se quiser alguma coisa da cozinha fica a vontade.
Depois de uma semana inteira sem olhar para ele, ali estávamos nós dois, John parado me encarando, e eu com um pé no primeiro degrau da escada e o outro no chão da minha sala. Depois de alguns longos segundos nos olhando, olhos nos olhos, eu me esforcei para sair do transe que estávamos, e uma lembrança dolorida do passado me ajudou a voltar a realidade.
💭 - O que você queria Sofia? Eu sou homem e você era uma ninfeta se oferecendo para mim. Não resisti e aproveitei a oportunidade.
- Por que está fazendo isso comigo John? Por que está me machucando assim? Eu não me ofereci para você, eu te dei meu coração. E se me entreguei a você foi porque te amo.
- Você teve o que tanto queria e eu também. Agora perdeu a graça Sofia. Ou melhor, senhorita Sofia.
- Perdeu a graça John? Até outro dia estávamos falando sobre casamento, você dizia que me amava, e agora me diz que perdeu a graça?
- Precisava falar aquilo que você queria ouvir, diferente você não ia se entregar a mim.
- Está me dizendo que tudo que me falava era apenas para me levar para a cama John? Que as juras de amor que me fez era tudo mentira? É isso?
- Você é muito inocente, imatura. Só tem 19 anos e ainda vai aprender muita coisa. Acreditar em tudo que te falam não é uma boa ideia.
- Não foi isso que te perguntei. Me fala John. Fala na minha cara que tudo que me falava era apenas para me levar para a cama. Que as juras de amor que me fez era tudo mentira. Fala John!_ eu falava isso chorando e dando murros em seu peito musculoso, o que nem deveria fazer cócegas nele.
- Se você concluiu isso, que seja.
- Eu não acredito em você. Tem algum motivo para você estar fazendo isso com a gente.
- Não tem motivo nenhum além do fato de agora que consegui o que queria, você perdeu a graça para mim. Agora vai embora e esquece tudo isso Sofia. Me esqueça e vai viver sua vida. Você vai morar nos EUA, estudar, conhecer novas pessoas, quem sabe um namorado da sua idade e da sua classe social. É assim que tem que ser. 💭
Tomei meu banho, me vesti, fiz uma bolsa com umas peças de roupas e desci. John estava sentado no sofá olhando seu celular. Quando viu que eu estava descendo, ele ficou em pé e veio até mim. Estendeu sua mão para pegar a bolsa que eu segurava, e nossas mãos se tocaram. Senti uma corrente elétrica passar pelo meu corpo.
Eu era só uma menina. Como fui me apaixonar assim, ao ponto de tantos anos depois, meus sentimentos por ele continuarem como se não tivesse passado um dia sequer.
- Deixa eu levo para você._ John falou acabando com aquele clima que havia acontecido novamente entre nós dois.
- Tudo bem. Obrigada._ falei meio sem jeito indo em direção a porta do meu apartamento.
Chegamos no condomínio onde meus pais moram, assim como tio Thomas e tia Júlia, que moram próximos também. John desceu e pegou a bolsa no porta malas para mim. Quando fui pegar, novamente nossas mãos se tocaram, e aquele simples toque foi suficiente para meu coração acelerar como não acontecia a anos.
- Obrigada. _ olhei para ele, aqueles olhos azuis tão lindos.
Puxei minha mão com a bolsa, abaixei meu olhar e fiz um sinal com a cabeça para ele como despedida, e fui em direção a porta da casa.
- Sofia!_congelei no lugar, mas não consegui olhar para trás, então ele continuou. - Tenha um bom final de semana.
Ah John! Ah John!
- Até segunda-feira._ virei meu corpo meio de lado e consegui apenas responder isso.
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Atualizado até capítulo 55
Comments
Vaniza Goncalves
uau essa dueu ,tá explicado agora por q da mágoa dela ,não tiro a razão ,depois dessa até eu não queria ver na frente
2025-02-02
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MariaZelia Rodrigues
ela tá certa em relação a jonh só ñ entendi uma moça desse porte tá com esse noivo babaca
2025-02-17
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Sonhadora
Que jeito triste de afastar ela da vida dele 😥 devia ter encarado. Afinal, eram apaixonados.
2025-02-12
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