Capítulo 14

Sofia

Deixei John na minha sala e subi para meu quarto. Queria ficar sozinha.

Eu não sei o que aconteceu com Diogo, mas ele mudou muito, ou será que sempre foi assim e eu que não via?

Na verdade ninguém da minha família gosta dele. Meu pai sei que o suporta por mim. Mas eu achava que era ciúmes de pai.

Estou me sentindo perdida. Meus sentimentos por Diogo já mudaram e estou pensando sinceramente por um fim nesse noivado.

Mas tenho medo de ficar sozinha e ficar mais vulnerável e acabar cedendo aos sentimentos que ainda tenho por John.

Por que minha vida tinha que mudar assim de um dia para outro? Por que John tem que mexer comigo?!

- Posso entrar?

- Oi prima. Entra.

Maitê chegou e eu estava ainda com a roupa da balada, jogada na minha cama olhando para o teto.

- Me conta, o que Diogo fez dessa vez?

- Não foi nada demais Maitê. Ele queria ir embora, mas tinha bebido muito e John não deixou eu ir com ele, então os dois iniciaram uma discussão no meio de todos ali.

- John fez bem. Esse Diogo está ficando perigoso Sofi. Larga logo desse encosto.

- Não começa Maitê. Ele só estava bêbado e não sabia o que estava fazendo.

- E o dia que ele quase quebrou seu maxilar? Estava bêbado também?

- É diferente. Ele estava nervoso e me pediu desculpas.

- A meu Deus Sofi, vai ficar defendendo esse canalha até quando? Até ele te bater de verdade?

- Maitê por favor. Estou com minha cabeça doendo. Pensa que eu não penso em tudo isso? Penso! Mas não acho que Diogo seja esse cara aí.

Minha conversa com minha prima e melhor amiga foi longe. Maitê não o suporta.

- Não fala nada disso que conversamos para ninguém Maitê. Sabe do problema de coração do meu pai. Não quero ser motivo de preocupação para ele.

- Posso falar para o John pelo menos?

- Claro que não! Está doida? Deixa John fora disso. Já percebi que ele e Diogo não vão um com a cara do outro. E John nem motivo para isso tem.

- Talvez seja porque ainda te ama?!

- John nunca me amou. Só me usou, ele mesmo me disse. Então não sonha Maitê. Agora vou tomar banho e dormir. Faça o mesmo.

No dia seguinte acordamos e fomos para a casa dos meus pais. Nem sinal do Diogo.

- Sabe quem mandou mensagem perguntando se você está bem? Te dou um doce se adivinhar._ lá vem Maitê e suas graças.

- Aurora, Alice, Felipe, Adam?

- Nada disso. Vou te ajudar. É loiro, olhos azuis e fica o dia inteiro sentado na sua sala babando em você enquanto trabalha kkk

Maitê deu de incentivar meu coração a reviver sentimentos adormecidos.

No domingo Diogo apareceu sem avisar. Estávamos esperando o almoço quando chegou com dois buquês de flores nos braços.

- Um para minha linda noiva, e outro para a sogra mais especial que eu poderia ter tido a sorte de ter._ ele falou me entregando o buquê e depois para minha mãe.

- Obrigada Diogo. Almoça conosco?_ minha mãe o convidou.

- Será um prazer senhora Catarina.

Ele estava ali como se nada tivesse acontecido. Almoçamos e ele ficou mais um pouco conversando com meus pais e foi embora.

Fui até a porta o acompanhar.

- Bonequinha me desculpa por aquilo na balada. Bebi demais. Fiquei tão envergonhado que não tive coragem de aparecer ontem.

- Realmente você passou dos limites Diogo. Não te reconheço mais.

- Me perdoa meu amor. Sabe que não vivo sem você minha bonequinha. Prefiro morrer.

- Que conversa é essa agora Diogo?

- É isso mesmo Sofia. Se um dia você me deixar, eu me mato. Não vivo essa vida sem ter você.

- Para de falar bobagens.

- Você nunca me deixaria né Sofia? Lembre-se, prefiro morrer a viver sem você. E você não quer viver sabendo que foi responsável pela minha morte não é?

- Chega Diogo._ falei assustada com o rumo daquela conversa.

- Tudo bem bonequinha. Eu sei que você nunca faria isso comigo, então não vou precisar morrer kkk Te amo, lembre-se sempre. Amanhã vou te pegar para almoçar comigo.

Senti um arrepiou passar pelo corpo. Diogo me deu um beijo e foi embora. Agora mais essa. Minha cabeça estava ao ponto de explodir.

Inventei uma desculpa qualquer para meus pais e disse que precisava ir ao shopping. Quando eu vi já estava lá, comprando coisas que não queria e não precisava. Mas a sensação que aquilo me causava era boa e o tempo que eu passava andando de loja em loja, olhando as coisas, distraía meu cérebro dos meus problemas.

- Sofia?!_ escutei uma voz de criança chamando meu nome.

Olhei para trás e era Maju que vinha correndo em minha direção e seu pai logo atrás da pequena.

- Maju?! Oi pequena, que surpresa._ falei abraçando ela que já veio de longe de braços abertos para mim.

- Papai me trouxe para passear._ olhei para ele que chegou até nos e parou atrás da filha.

- Ah, que legal. Bom passeio para você então Maju.

- Você lancha comigo?_ ela me perguntou toda animada.

Ah meu Deus, como sair dessa situação?

- Bem, acho que é um passeio de pai e filha Maju. Eu ia atrapalhar.

- Ela pode passear com a gente né papai?

- Claro que pode. Oi Sofia, tudo bem?_ coração besta acelera toda vez que John deixa as formalidades de lado e vem me chamar de Sofia e falar com uma voz doce.

- Oi. Tudo sim.

- Que bom. Então, lancha com a gente?_dessa vez foi John que fez o convite.

- Por favor Sofia._ Maju falou fazendo uma carinha fofa que não tinha como dizer não.

- Tá bom, eu aceito seu convite Maju. Vamos lanchar._ sorri para ela e passei minha mão em seu rostinho delicado.

John disse ao segurança que estava me acompanhando que podia esperar no carro, se precisasse ele o chamava. Como John é meu segurança e os outros são apenas para cobrir suas folgas, André obedeceu sem questionar.

Fomos para a praça de alimentação fazer o lanche com Maju.

- Você não gosta de batata frita Sofia?

- Não é isso. É que faz muito tempo que não como essas coisas. Mas hoje só porque você me convidou, vou comer.

- Não precisa comer só para agradar ela Sofia. Pode comer outra coisa.

- Um dia não vai me matar._ falei baixo só para John ouvir. - Hummm, muito bom Maju. Não entendo porque parei de comer essas coisas kk

- Talvez porque faz mal e não se deve comer fastfood todos os dias, né Maria Júlia?! Deveria seguir o exemplo da Sofia.

- Eu não posso nada pai?

- Começou o drama.

Eu só ria das discussões de pai e filha. Maria Júlia para uma criança de 7 anos era muito esperta. Até demais. Depois do lanche ela inventou que queria ir ao cinema. E eu novamente não resisti a carinha fofa dela. Ela escolheu um filme interessante, que fala sobre emoções. Divertidamente. John comprou a pipoca que Maju pediu e suco para ela, fomos para a sala, Maju se sentou entre nos dois e ficou quietinha durante o filme todo. Na saída da sala de cinema, Maju pegou na minha mão e na do pai, ficando entre nos, e fomos os três de mãos dadas até o estacionamento. Quem nos via poderia jurar que éramos uma família feliz num domingo de passeio no shopping.

- Vamos levar a Sofia para casa pai?

- Podemos levar filha. Será que ela querer?

- Sofia você quer?

- Estou com meu carro e o André coitado está a horas me esperando. Acho melhor ir embora com ele né?

- Na verdade André foi embora faz tempo._ John falou olhando para frente enquanto andávamos. - Então somos sua única opção Sofia._ falou olhando para mim e sorrindo.

- Como assim ele foi embora?

- Eu mandei assim que você e Maju me arrastaram para assistir um desenho no cinema.

- Arrastamos?! Você até ajudou escolher o filme.

- Kkk Fui coagido aceitar.

- Coagido? Apontamos uma arma para você por acaso?_ falei a última parte mais baixo para Maju não ouvir.

- Não, mas fui coagido por essas carinhas lindas das duas, todas felizes para ver um desenho.

Ah pronto, John tinha que fazer isso!? Como se manda um coração bobo calar a boca?

Devo ter ficado vermelha, porque John me olhou e deu risada.

Fomos para a casa dos meus pais, e aí o problema. Eu cheguei com John, no carro dele e meu pai misteriosamente estava lá fora pelo jardim.

- Está entregue.

Olhei para trás e Maju que havia dormido no caminho, estava acordando.

- Obrigada pela carona. E Maju, obrigada pelo lanche, adorei comer batata frita hoje.

- É sua casa Sofia?_ ela estava olhando para fora ainda meio sonolenta, coçando os olhinhos para forçar a abrir.

- Dos meus pais. Eu moro no apartamento que você foi outro dia.

Ouvi batidas na janela e quando me virei era meu pai fazendo sinal para baixar o vidro. John abriu e eu parecia adolescente que fui pega pelo pai com um namoradinho.

- Oi crianças. Foi bom o passeio no shopping?

- Ah, oi pai.

- Olá seu Eduardo. Encontramos sua filha por acaso no shopping e minha filha não a deixou vir embora antes de lanchar.

Meu pai olhou para trás e viu Maju no seu acento de elevação.

- Que menina linda John. Parabéns.

- Obrigado.

- Catarina precisa ver essa beleza de criança. Desçam. Venha pequena, quer conhecer a casa da Sofia?

- Quero!

Maju já foi tirando seu cinto de segurança e meu pai abriu a porta para ela descer, a pegou pela mãozinha e já estavam indo para dentro da casa.

- E vocês dois? Vão ficar aí?_ meu pai nos chamou, e só então eu percebi que fiquei paralisada vendo aqueles dois.

- Desculpa por isso. Meu pai as vezes perde a noção.

- Tudo bem. Maju não fica atrás. Bom, o jeito é ir lá antes que minha filha apronte alguma coisa.

Descemos e fomos atrás deles.

- Meu Deus você é linda Maju! _ minha mãe estava sentada no sofá olhando para a menina toda encantada, e Maju já havia se apresentado pelo visto.

- Filha! John, seja bem vindo. Sua filha é linda._ minha mãe se levantou e veio nos receber, mas já retornou sua atenção a Maju novamente.

- Obrigado dona Catarina.

- Senta aí que pelo jeito vai longe._ falei a ele e nos sentamos.

Resumindo, meus pais fizeram John e Maju ficarem para jantar e só depois permitiram que fossem embora.

- Foi um prazer te conhecer pequena Maju. Pede para seu pai te trazer para brincar na piscina._ meu pai falou passando a mão na cabeça da Maju.

- Eu posso pai?_ a pequena perguntou com os olhos brilhando, e antes que John negasse eu me antecipei.

- Claro que pode Maju. Se seu pai não te trazer, eu vou te buscar, combinado?

- Obaaaaa._ a pequena comemorou e todos riram.

Os acompanhei até o carro.

- Tchau Maju. _ dei um abraço nela que já estava sentada e com seu cinto de segurança.

John fechou a porta do carro, e me olhou sorrindo.

- Sabe que agora você tem outra promessa a ela além do vestido. E se conheço minha filha, ela vai cobrar essa piscina aí.

- Tudo bem. Eu costumo cumprir minhas promessas e meus acordos.

Acho que não era mais da Maju que estava falando ali.

Ele balançou a cabeça confirmando e levantou sua sobrancelha, entendendo o que eu quis dizer.

- Ok, eu mereci essa.

- Boa noite._ me virei para ir para a casa dos meus pais.

- Você nunca mais vai falar meu nome?

Parei, olhei para trás.

- Não entendi.

- Você não fala meu nome Sofia. É sempre "ele", ou como agora que foi apenas um "boa noite", ao invés de ser "boa noite John".

- Impressão sua._ voltei meu caminho para entrar na casa dos meus pais.

- Boa noite Sofia.

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Comments

Josigg Gomes Galdino

Josigg Gomes Galdino

Tem medo de ficar sozinha, mais não tem medo do Diogo, já viu que ele está descontrolado, que já a machucou,e falta pouco para ele perder totalmente o controle e agredí-la

2025-02-27

2

Josigg Gomes Galdino

Josigg Gomes Galdino

Agora essa, mais uma chantagem, para Sofia continuar com ele , e do jeito que Sofia é trouxa, carente e manipulável, vai continuar com Diogo e aceitar se casar logo

2025-02-27

2

🦋bianna🦋

🦋bianna🦋

Aiai enfim garota de cabeça fraca.
Ontem foi o maxilar.
Hoje foi o ombro.
Amanhã um tapa.
E depois seus pais te enterra por mais um femenicidio.

2025-02-10

13

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