Capítulo 18

Azazel

Me despedir da Maya foi uma das coisas mais difíceis que eu já fiz. Eu não queria deixá-la agora, não depois do seu último pesadelo com Niklaus. Ela ficou tão nervosa que mal percebeu a loucura que fez, se sentar no meu colo daquela forma tão íntima acabou me deixando aceso.

Mas me mantive firme no pensamento que ela fez aquilo sem maldade e eu que estava ali para ser seu apoio ainda me insulto por sentir o que senti por ela naquele momento mesmo que tenha sido por alguns segundos.

No voo de volta para Genebra só consigo pensar nela, em como deve estar sem mim. Passo às oito horas de voo bebendo, e quando chego no aeroporto com o dia acompanhando me sinto vazio.

A alegria, o calor, o desejo de viver um dia após o outro parece ter ficado em NY. Volto a ser um ser frio assim que piso nesta terra que só me trás recordações ruins.

Ao chegar no meu refúgio parece faltar algo importante. Logo alguém bate na minha porta e ao abrir me deparo com um dos homens de Niklaus e uma vizinha que toma conta da vida dos outros.

— Aza, você ficou dias fora. Preciso te contar o que vi em uma noite dessas. — ela fala e eu olho para Florian que cruza os braços ao olhar para a mulher.

— Eu não estou com tempo agora, depois nos falamos. — tento puxar Florian para dentro, mas ela segura meu braço.

— É importante, vi a luz da sua sala acesa, depois ela se apagou e de repente ouvi um som vindo de dentro da sua casa. Creio que alguém entrou sem a sua permissão.

— Tinha visita na sua casa, Aza? Quem estava aqui? — Florian pergunta.

— Ela se enganou, deve ter sido eu mesmo!

— Não era você, eu te vi saindo naquela noite e não voltou, só no dia seguinte.

Merda, essa mulher quer um tiro na cara? Olho para Florian que pensa em conversar mais com a mulher. Até que consigo fazê-la ir embora e ele finalmente entra.

— Não vai mesmo dizer quem estava na sua casa quando você não estava aqui?

— Você vai mesmo ouvir alguém que passa a maior parte do seu tempo bebendo e se drogando? Ela alucinou, não é a primeira vez que faz isso. O que quer aqui?

— Avisar que o Niklaus chega hoje e me pediu para te dar um recado, ele quer você esperando por ele na mansão dele, não na do senhor Fritz.

— É evidente que ele quer… Já pode ir.

— Talvez ele esteja curioso para saber onde você passou o final de semana. Creio que alguém contou para ele que você não estava por aqui.

Ele sai dando uma alta gargalhada, eu apenas observo e por um instante me sinto feliz por Maya não estar mais aqui. Vou até meu quarto e olho para a minha cama, a mesma em que ela dormiu quando estava aqui.

O que está acontecendo comigo? Paro de pensar e vou tomar um banho. Depois de algumas horas vou até a mansão do Niklaus já sabendo o que espera por mim.

Ele está sentado na sala à minha espera, fumando seu cigarro, um copo de whisky na mão e olhar distante. Até que nota minha presença.

— O que um cão leal faz quando seu dono sai, Aza?

— O que você quer, Niklaus?

— Saber por onde meu cãozinho andou sem mim! Você não me disse que sairia quando me obrigou a viajar com o meu pai.

— Eu tinha coisas minhas para resolver e aproveitei para fazer, foi apenas isso.

— Eu não acho que tenha sido apenas isso… — ele se levanta e vem até mim me dando o primeiro soco no queixo — Você tinha que ficar aqui e procurar a piranha da minha escrava para mim.

Quando eu iria falar sinto algo acertar minha cabeça e eu apago. Acordo algemado à parede, de pé. Estou sem blusa e logo vejo meu peito lanhado, olho para frente e Niklaus está sentado de pernas cruzadas com um sorriso no rosto.

— Pensei que iria despertar com a dor das chicotadas, mas te bater enquanto estava desmaiado perdeu a graça.

Ele se levanta e vem até mim me acertando com um soco no meu estômago, nesse momento a imagem de Maya deitada em sua cama ocupa minha mente e eu apenas fecho meus olhos e abro um sorriso.

— Está achando graça? Vou parar de pegar leve com você.

Ele acertou meu rosto algumas vezes, depois acerta minhas pernas e braços com um taco de beisebol. Suporto suas agressões e ele fica cada vez mais irritado ao me ver sorrir mesmo gemendo de dor.

— Você vai ficar aqui pelos próximos dias, virei descontar meu ódio em você. Não deveria ter sugerido aquela viagem e não deveria sair sem me consultar.

Cuspi o sangue que está na minha boca e olho para ele dando outra risada mesmo com muita dor pelo meu corpo. Niklaus sai e eu continuo pendurado preso na parede. Estou no seu porão. As dores me impedem de me perder no meu subconsciente.

Não sei a quanto tempo estou aqui, mas minhas pernas estão doloridas demais para continuar de pé, quando minhas pernas cedem meus braços ficam pendurados, não sei qual dor é a pior. Niklaus volta.

— Tive uma ótima noite de sono, e você?

— Perfeita, nunca estive tão confortável!

— É mesmo? Descobri uma coisa que me deixou muito curioso… Quem estava na sua casa dias atrás?

— Não sei do que está falando! — falo ao olhar sério para Niklaus.

— Não mesmo? Parece que uma vizinha viu uma certa movimentação na sua casa quando você não estava. Quem estava na sua casa?

— Sua mãe!

Ele me dá um soco na boca do estômago. A dor é intensa, mas me mantenho firme.

— Quem estava na sua casa?

— Tem coisas mais importantes para fazer e quer perder tempo com isso?

Ele soca novamente no mesmo lugar tantas vezes que quase perco a consciência. Mas para a minha sorte Armin entra e avisa algo que eu não esperava.

— Senhor, seu pai está aqui e quer falar com o Aza.

— Está de brincadeira? — Niklaus olha para mim e depois para Armin — Leve ele para o quarto ao lado do meu, limpe o máximo que puder.

Armin me tira de onde estou, quando solta as algemas eu caio de joelhos. Ele me leva para o quarto no segundo andar e me deita na cama. Limpa parte do sangue no meu corpo até que Fritz e Niklaus entram no quarto.

— Está vendo, papai. Eu disse que ele estava em péssimas condições.

— Como você vai se vingar pelo que fizeram com ele? — Fritz pergunta.

— Eu já mandei torturar e matar o bando de imbecis que ousaram tocar no meu subchefe. O Aza agora só precisa se recuperar bem, não é, Aza?

Eu não respondo e apenas olho para pai e filho, até que Fritz dá a ordem:

— Você aí, leve o Aza para o meu carro agora mesmo. Niklaus, quero você de volta a mansão, preciso saber se não tem alguém tentando te matar, meu filho.

Niklaus acaba concordando já que não podia admitir que estava mentindo para o pai. Fritz me levou para o hospital, três costelas quebradas pelo filho da puta do Niklaus e vários hematomas pelo meu corpo.

Pelo menos na mansão do pai dele não serei torturado e poderei me recuperar. O que me tranquiliza e trás paz é saber que Maya está livre, longe dele.

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Comments

Josigg Gomes Galdino

Josigg Gomes Galdino

Maya foi inconsequente,o Aza avisou para ela, não fazer barulho, não ascender a luz e não aparecer nas janelas.
Maya não vai te dá paz, ela vai querer falar com você o tempo todo,e vai ser pior, quando ela comprar um celular, fique atento, Maya ainda é um pouco ingênua, e vai se colocar em perigo e a sua vida também

2025-04-17

1

vilma assis

vilma assis

não sei quem é pior capiroto pai ou capiroto Junior 👹👹👹👹👹

2024-12-15

2

Leoneide Alvez

Leoneide Alvez

qndo ele pega esse nojento não vou ter nem pena

2025-01-06

0

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