Capítulo 17

Maya

Eu adormeci olhando para o Aza, sonhei com ele. Estávamos num lindo campo com flores amarelas e brancas a nossa volta, eu corria dele que logo me pegava e me abraçava por trás enchendo meu pescoço de beijos enquanto eu sorria. A luz do sol deixava tudo ainda mais romântico, ele me colocava no chão e me virava para ele, seu beijo no sonho virou o meu maior desejo.

Aza se inclinou, com seu olhar preso ao meu e me beijou. Mas logo aquele lindo dia de sol ficou nublado e cinza, Aza me solta e fica parado olhando para longe. Quando me viro vejo Niklaus sorrindo para mim, ao olhar bem para ele o vejo excitado e vindo na minha direção.

Eu tento correr para os braços do Aza, infelizmente ele não se move, eu também não saio do lugar e Niklaus se aproxima cada vez mais com um sorriso demoníaco no rosto. Quando ele toca em mim fala de forma assombrosa:

— "Agora sim eu estou pronto para te machucar onde eu mais quero, escrava." — ele me joga no chão e quando está quase consumando o ato eu grito, grito até perder minhas forças e sou despertada pelo meu anjo salvador.

— Maya? É só um pesadelo, acorde. Eu estou aqui, você não está mais nas mãos dele. — Aza está com as mãos nos meus ombros sentado na minha cama.

Na hora do desespero corro para ele, me sento em seu colo de frente para ele de pernas abertas, abraçando seu corpo contra o meu com toda a minha força.

— Ele ia me estuprar… — falo chorando — Ia me estuprar, Aza.

Com um braço nas minhas costas e uma mão na minha nuca o sinto me abraçar forte enquanto sussurra no meu ouvido:

— Isso nunca irá acontecer, já te disse que ele só encostará em você por cima do meu cadáver. Enquanto eu estiver vivo não irei permitir que ele se aproxime de você novamente.

Nesse momento ao ouvir sua voz rouca e perfeita tão próxima do meu ouvido, sentir o calor do seu hálito perfeito na minha pele faz meu corpo desejar algo. Sinto meu corpo pegar fogo e entre minhas pernas pulsar, sinto minha pele arrepiar e desejar seu toque com anseio.

Afasto meu rosto devagar e olho nos olhos do Aza, meus olhos saem dos seus e vão para os seus lábios perfeitos e tentadores. Começo a aproximar meu rosto devagar, mas somos interrompidos pelo celular do Aza que toca no momento errado.

— Eu preciso atender. — ele me coloca na cama sentada — Niklaus está me ligando, se eu não atender ele pode desconfiar.

Sem saber como agir eu corro para o banheiro e tomo um banho longo. Pelo que estou vendo o dia virou noite, eu dormi o dia todo. Acho que Aza estava no meu quarto para me chamar pra jantar.

Ao sair do banheiro notei que ele não está mais no meu quarto. Vou até o closet e escolhi um lindo conjunto de moletom rosa, um tênis All star da mesma cor do moletom, faço um rabo de cavalo alto no meu cabelo e desço.

Passar um tempo com o Aza aqui na “minha casa” foi perfeito, mas chegou a noite de domingo e ele precisa se despedir de mim.

— Por que você precisa voltar?

— Maya, eu te salvei, mas ainda estou preso naquele inferno! Não posso deixar agora ou aquele demônio vai descobrir que você está aqui e vai vir atrás de você me obrigando a matá-lo. Com isso não me verá nunca mais porque serei morto depois de matá-lo.

Não aguento ouvir o que ele disse e acabei abraçando sua cintura e colando meu rosto no seu peito. Não quero que ele morra por minha causa.

— Isso não pode acontecer, Aza. Não vou suportar se algo acontecer com você por minha culpa.

— Então fique aqui, seja feliz e aproveite sua liberdade. Mas como já te expliquei antes, não deixe que vejam o seu rosto, use máscara e óculos escuro, um boné para ajudar a esconder parte do seu cabelo. Só assim poderá sair tranquila.

— Que graça tem sair sem você? Eu só confio em você.

— Lysandro estará aqui para o que precisar. Não posso ficar mais, meu voo noturno mesmo sendo particular tem hora para sair… Até logo, Maya.

— Mas ele não é você… — sussurro depois que o Aza beija minha testa e sai pela porta.

Fico parada olhando para a porta por alguns minutos até que toco minha bochecha úmida. Estou chorando? Por que meu peito dói?

Aviso para as funcionárias da cozinha que não irei jantar, subo para o meu quarto e me jogo na cama. Passo a noite chorando, encolhida pensando no Aza.

Fui dormir com o dia amanhecendo até que a senhora Burth me desperta , ela é a governanta da casa.

— Senhorita Adler, bom dia, a doutora Sanchez já está à sua espera lá embaixo.

— Bom dia, senhora Burth, diga que irei descer em poucos minutos.

A senhora sorri para mim e sai do meu quarto. Vou para o banheiro me cuidar e depois de um banho vou para o closet. Escolho um vestido azul tomara que caia e uma sapatilha na mesma cor. Deixo meus cabelos soltos, e acabo colocando um lindo colar com pingente azul e par de brincos que faz parte do conjunto. Na sala encontro a doutora Sanchez.

— Doutora Sanchez, aceita me acompanhar no café da manhã? — ela olha para o relógio e depois para mim ao responder:

— Claro, temos bastante tempo ainda, meu próximo paciente só estará disponível depois do almoço. Vamos.

Tomamos café da manhã juntas, mas sinto falta do Aza. Depois do café convido ela para se sentar no lindo gazebo que tem no meio do jardim de rosas.

— Esse jardim é lindo, rosas de todas as cores, que interessante. Mas vamos começar? Maya, como você se sente hoje? Quando tudo começou?

— São duas perguntas diferentes, doutora Sanchez… Hoje posso dizer que estou com saudades do Aza!

— É normal, já que ele é seu namorado.

— Ele é o que?

— Seu namorado, pelo menos foi o que ele me disse!

Meu coração acelerou. Eu estou feliz? Por que estou feliz com isso? Meu namorado? Meu coração acelera em resposta… Eu estou apaixonada? Estou apaixonada pelo Aza.

— Doutora, tudo começou quando eu tinha apenas seis anos, minha tia me vendeu para um mestre sádico do BDSM. Mas por hoje iremos parar por aqui, tudo bem?

— Tudo bem, Maya! Temos longos dias pela frente e você pode me contar tudo com calma.

A doutora Sanchez tira seus óculos, solta seu cabelo loiro do coque que o prendia e fala:

— Agora não sou mais a doutora Sanchez, sou Celine. Quer ser minha amiga?

Amiga? Somente agora percebi que nunca tive uma amiga, apenas uma senhora que tentou cuidar de mim na mansão do Niklaus. Celine me puxa para conversar sobre tantas coisas que acabo me pegando falando do Aza e do homem incrível que ele é.

A noite cai e a saudade dele aperta. Só tomei café da manhã porque Celine me acompanhou e o resto do dia passei no meu quarto. Já passa das onze da noite quando peço para uma funcionária ligar para o Lysandro que não demora a chegar.

— Aconteceu alguma coisa, linda? Teve outro pesadelo? Aza me contou que você não tem um sono tranquilo. Quer que eu peça para fazer um chá para você ou um suco de maracujá? — ele olha para a funcionária que está atrás dele — Faz um suco forte de maracujá para a senhorita Adler.

Estamos na sala e eu não consigo parar de chorar, uma angústia está preenchendo meu peito e eu sinto uma enorme necessidade de ouvir a voz dele, do Aza.

— Eu preciso falar com o Aza, Lysandro. Preciso agora, liga para ele, por favor.

Observo ele coçar a nuca e olhar para o lado. Por que ele exitou em ligar para o Aza? Será que o Aza não quer falar comigo?

— Baby, não sei se é uma boa ideia ligar agora. Ele pode estar ocupado.

— Se você não ligar vou chorar até ele voltar, não vou comer nem beber nada. Já passei por coisa pior e ainda estou aqui.

Lysandro pega seu celular e liga, ele coloca no viva voz. As duas vezes o número de Aza tocou até cair, mas ele não atendeu.

— Como eu disse, ele pode estar ocupado e não teve como atender. Tome o seu suco de maracujá e vou te acompanhar até o quarto.

Eu tomo o suco olhando para o chão, minha mente não para, tenho certeza que está acontecendo alguma coisa com o Aza. Já no meu quarto, Lysandro apenas me observa enquanto me deito.

— Vou ficar no quarto de hóspedes por hoje, se precisar de mim estou na porta ao lado.

— Espera… — falo quando ele se virou para sair — Preciso ter um telefone, não quero incomodar os funcionários da casa quando precisar falar com você ou com o Aza.

— Amanhã te levo para comprar um. Por hoje tente descansar.

Ele sai e me deixa sozinha… Aza, esteja bem, por favor. Tento dormir, mas será mais uma noite em claro.

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Comments

Josigg Gomes Galdino

Josigg Gomes Galdino

Essa vontade e teimosia de querer falar com o Aza, vai acabar colocando a vida deles ,em perigo, fazendo o seu algoz , encontrá-la e matando os dois

2025-04-17

1

Josigg Gomes Galdino

Josigg Gomes Galdino

Ela tem que mudar a aparência, assim dificultaria mais reconhecimento dela, mas eles não pensaram em mudar o nome dela

2025-04-17

1

Josigg Gomes Galdino

Josigg Gomes Galdino

O coitado do Aza, deve estar sendo torturado agora,pelo filho do capiroto

2025-04-17

1

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