Selene ainda flutuava, cercada pelos resquícios da energia azul que agora começavam a desaparecer, levando-a mais para o chão aos poucos. Sua respiração era pesada, como se tivesse acabado de lutar uma batalha interna que drenara todas as suas forças, ela sentiu um peso nas costas, como se alguem tivesse montado em cima dela. Quando seus pés tocaram o chão, ela mal teve tempo de se equilibrar antes que suas pernas vacilassem e a deixasse ir de encontro ao chão.
Lucian avançou rapidamente, segurando-a antes que ela desabasse no chão, percebendo seu estado. “Cuidado,” ele disse, sua voz firme, mas carregada de preocupação. Ele a segurou com delicadeza, mas a força de seu aperto demonstrava que ele não a deixaria cair. Ela o encarou por uns segundos.
Selene tentou se recompor, mas ainda sentia uma fraqueza que nunca havia experimentado antes. Ela olhou para Lucian, os olhos brilhando levemente com um resquício da energia que acabara de liberar. “Eu estou bem,” murmurou, tentando se afastar de seus braços, mas ele não soltou de imediato. Selene ainda não conseguiria se manter em pé.
Selene encarou a feiticeira, agora entendendo completamente o que ela estava a fazer. "Então, você me usou para ficar jovem?"
A mulher riu, como se o que ia dizer fosse óbvio. "Não, Selene. Te expliquei o que iria fazer. A juventude é apenas uma consequência da renovação de meu poder."
"Mas... agora que ativou os meus poderes, o que faço? Ficarei sempre assim, me sentindo mal? Você disse que depois eu sentiria algo bom."
A feiticeira se aproximou, agora com sua aparência rejuvenescida, e observou Selene com um olhar avaliador. “Você tem muito poder, menina, mas ainda não sabe como usá-lo. Se não aprender a controlá-lo, ele continuará a enfraquecê-la, até que não reste mais nada.”
Selene ergueu os olhos para a feiticeira, ainda respirando com dificuldade. “E como eu faço isso?”
A feiticeira sorriu, um sorriso enigmático. “Fique aqui por mais alguns dias. Eu posso te ensinar a controlar sua magia. Posso te ajudar a se tornar uma bruxa poderosa, uma força que nenhum vampiro ou humano ousaria enfrentar.”
“Me convida a ficar, mas nunca revelou seu nome.” Disse a mulher, sua voz mais firme agora. Lucian a deixou ficar sobre seus pés sem sua ajuda.
A feiticeira inclinou levemente a cabeça. “Meu nome é Elaria. Você pode me chamar assim.”
Lucian estreitou os olhos, claramente desconfiado, ele já ouviu este nome em algum lugar, mas não conseguia se lembrar naquele momento. Ele cruzou os braços e deu um passo à frente. “Selene não pode ficar aqui por muito tempo. O homem encapuzado prometeu voltar, e se ele trouxer reforços, estaremos em desvantagem. Como ele, existirão outras criaturas que vão querer tomar os poderes dela."
Elaria ergueu uma sobrancelha. “Você não é tolo, vampiro. Sabe que Selene não pode ir embora agora, não enquanto está tão vulnerável. Se o seu objetivo é protegê-la, deixá-la aqui é a única opção sensata.”
Lucian não respondeu, mas seu olhar endureceu. Ele sabia que Elaria tinha razão, mas isso não diminuía sua desconfiança. Algo nela não era sincero e ele tinh para si que Elaria poderia entregar Selene Klaus ou a qualquer outra criatura a qualquer momento. Ela at mesmo poderia se aproveitar dos poderes da garota, com intenções de satisfazer seu ego, em seu próprio benefício.
Willian, que até então permanecera em silêncio, deu um passo à frente. Ele precisava voltar a Alaric, que aguardava notícia a alguns dias, mas não queria deixar Selene sozinha nas mãos de uma feiticeira desconhecida. “Isso não é uma boa ideia. Precisamos voltar para o acampamento. Alaric está nos esperando, e lá é o lugar mais seguro para nós.”
Selene olhou para ele, seu rosto endurecendo. “Eu não posso voltar. Quando decidi vir atrás de você, fui expulsa da organização. Eles não me querem lá.”
Willian balançou a cabeça, sua expressão de surpresa logo se transformando em determinação. “Eu vou falar com Alaric. Ele vai entender.” Willian e Alaric eram os únicos que sabiam sobre o passado de Selene, mas nunca imaginaram que seus poderes um dia pudessem ser desenvolvidos.
Elias, ao lado, soltou uma risada amarga. “Você acha mesmo que Alaric vai aceitar uma bruxa na organização? Ainda mais depois de tudo isso?” Ele apontou para Selene, referindo-se ao que acabara de testemunhar. “Alaric nunca vai permitir.”
Selene desviou o olhar, apertando os punhos ao lado do corpo, sentindo a raiva a consumir. Ela sabia que Elias estava certo. Por mais que Willian tentasse interceder por ela, sua nova realidade era algo que a organização nunca aceitaria. Selene estava sozinha agora, não tinha mais a organização para se refugiar.
“Vocês podem ir,” ela disse, finalmente quebrando o silêncio. “Fiquem no acampamento. Quando eu terminar de aprender com Elaria, irei ao encontro de vocês.”
“Não vou te deixar aqui!” Willian protestou, sua voz firme.
“Willian,” Selene começou, sua voz carregada de uma firmeza que ele conhecia bem. “Essa é a minha decisão. Eu preciso disso. Preciso aprender a me defender e controlar o que está dentro de mim. Você sabe que não pode me proteger para sempre.”
Willian encarou Selene por um longo momento, sua mandíbula travada. Ele sabia que não poderia convencê-la, não quando ela estava tão determinada. Finalmente, ele soltou um suspiro pesado e assentiu, embora claramente a contragosto. “Tudo bem, mas não saia daqui. Prometo que volto para te buscar, queira você ou não.”
Elias lançou um olhar desconfiado para Elaria, mas não disse nada. Ele apenas seguiu Willian para fora da cabana, deixando Selene e Lucian para trás. Willian ia com o coração apertado, sentindo que deixava uma pessoa para trás e quando a visse de novo, não seria a mesma, Selene nunca mais voltaria. ser a menina frágil, mas determinada que ele resgatou a alguns anos. Algo lhe dizia que ela descobriria ainda mais de sua vida.
Quando eles se foram, selene respirou fundo, sentindo um aperto no coração, como se estivesse perdendo Willian para sempre. Ela se virou para Lucian. "Você também pode seguir seu caminho, Lucian."
Lucian permaneceu ao lado de Selene, observando-a atentamente. Ele balançou a cabeça em negativa. “Eu vou ficar,” disse ele, sua voz baixa, mas firme.
Selene franziu o cenho, virando-se para ele. “Você não precisa—”
“Eu preciso,” ele interrompeu, seus olhos encontrando os dela. “Se aquele homem voltar, você não estará sozinha. Eu estarei aqui.”
Selene não respondeu de imediato. Ela apenas assentiu, permitindo que Lucian permanecesse. No fundo, uma parte dela estava grata por não estar completamente sozinha, mesmo que nunca admitisse isso em voz alta.
Elaria observava a interação com um sorriso discreto, já imaginando os próximos passos. A feiticeira sabia que o futuro dos dois estava entrelaçado e que nunca mais iria se desatar. “Bem, se todos estão de acordo, podemos começar amanhã. Você tem muito a aprender, Selene, e o tempo não está do nosso lado.”
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Atualizado até capítulo 22
Comments
Ana Regina Fernandes Raposo
ELE VAI SER O COMPANHEIRO DELA ISSO VAI SER MASSA
2025-01-03
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