Capítulo treze

"Não se preocupe, Selene. O que vou tomar de você é apenas um grão comparado ao que ainda florescerá." A feiticeira disse à Selene, vendo que, mesmo que a mulher estivesse tentando transparecer confiança, temia. "Seu verdadeiro poder ainda está adormecido."

Selene assentiu, tentando manter a postura de sempre. Ela não queria parecer fraca e amedrontada. Respirou fundo, enquanto encarava Willian que parecia não entender muito bem o que estava acontecendo e Lucian, que parecia se preocupar deliberadamente com seu bem estar.

A cabana parecia viva, pulsando com uma energia cada vez mais densa. Selene agora, sentia coisas no ar que antes passavam despercebidas por ela. Respirou fundo, tentando conter o nervosismo que crescia dentro dela.

"Eu não poderia pegar tudo de você Selene." A feiticeira caminhou até uma prateleira, pegando um livro de feitiços. "Eu morreria. Ninguém consegue suportar tamanho poder."

Lucian encarava a mulher em silêncio, ainda desconfiado. Seus braços cruzados estavam tencionados, o maxilar travado e a respiração pesada.

"Sou uma feiticeira que adquiriu poder ao longo da vida." Continuou ela. "Já você, teve a sorte de nascer com esta dádiva." Sorriu. "Preciso de fontes para manter meu poder, pois não tenho a essência dentro de mim, assim como você. É por isso que estou fazendo isso. Meus poderes quase se acabam, você apareceu como um milagre em minha vida."

A velha sabia que a única coisa que ainda a mantinha viva eram os poderes que ainda lhe restavam, mas ela precisava de uma recarga de energia, já que não nasceu com isso, então não tinha a essência dentro de si e não poderia fazê-lo sozinha. A velha tinha alguns milhares de anos, era uma das mais velhas feiticeiras no mundo, mas isso só se mantinha enquanto pudesse sugar energia de alguém.

Quando finalmente achou o feitiço que procurava, parou com a unha pontuda em cima do título. Ela sorriu, finalmente encarando os três homens que estavam dentro de sua cabana. "Vocês terão que sair, se quiserem ficar vivos." A voz dela era firme, mas ao mesmo tempo brincava.

"Eu não vou sair." Lucian rebateu, firme.

"Ela tem razão, eu não sei o que pode acontecer aqui, mas não quero que ninguém morra por minha causa." Selene disse firme.

Willian que até então estava em silêncio, observando e entendendo o que estava prestes a ser feito, decidiu se pronunciar. Encarando a garota de cabelos extremamente escuros, ele disse: "Selene, você não precisa fazer isso."

"Está decidido." Ela foi mais firme, deixando claro que não estava disposta a voltar atrás com sua palavra. "Ouçam o que a feiticeira disse, se quiserem ficar vivos, saiam."

Elias foi o primeiro a sair, temendo por sua vida. Willian suspirou, encarando Selene por mais alguns segundos, mas decidiu sair logo em seguida, preocupado com a mulher, mas também temia por sua vida. Lucian permaneceu parado, imóvel, seus olhos fixos nela, relutante em deixar seu lado. O olhar do homem indicavam que ele não queria que isso se seguisse.

"Lucian, você também deve sair." Disse Selene.

"Não pretendo ir a lugar algum." A voz era baixa, mas firme, seu tom ameaçador, era capaz de caçar a feiticeira até nos confins da terra se algo acontecesse com Selene.

"Lucian, ouça o que estamos pedindo." Insistiu.

"Selene, se algo acontecer com você, eu..."

"Por favor!" Ela o interrompeu. Selene segurou sua mão, tentando lhe transmitir que tudo iria ficar bem, para o tranquilizar. A conexão entre eles novamente foi irradiando e os envolvendo por um momento. "Confie em mim."

Lucian hesitou por um momento. Apertou um pouco mais a mão dela, com vontade de a levar de lá naquele exato momento, não se importando de ser caçado pela feiticeira pelo resto de sua vida, mas por fim assentiu. Ele soltou sua mão, se virou e caminhou em direção à porta, seguido por Willian e Elias, que ainda pareciam igualmente resistentes a ideia. A incerteza e desconfiança os consumia por dentro.

"Vamos começar." A feiticeira caminhou até Selene, colocando alguns objetos estranhos ao seu redor, o livro em sua frente, aberto na página do feitiço. Ela fez alguns símbolos no chão, mas logo se levantou e segurou as duas mãos de Selene. "Quero que relaxe, como se estivesse prestes a dormir. Deixe que minha energia entre e não resista, serei rápida."

Do lado de fora, a floresta parecia quieta demais, como se estivesse à espera de algo grandioso. Lucian manteve seus olhos fixo na cabana, enquanto Willian e Elias o observavam com desconfiança.

Willian quebrou o silêncio, sua voz carregada de ressentimento. "Então você é um vampiro."

Lucian não respondeu de imediato. Ele virou-se lentamente, encontrando os olhos de Willian. "Sim."

Elias, ao lado de Willian, deu um passo à frente. "E você esteve perto dela esse tempo inteiro? Por quê?"

Lucian cruzou os braços, sua postura calma, mas firme. "Porque ela precisa de mim e vocês sabem disso."

"Ela não precisa de você, precisa de mim, que sempre a protegi de tudo." Cuspiu Willian, o ódio crescente em seu peito. "Você está apenas esperando o momento certo para a transformar em um monstro como você, que arrastá-la para sei mundo, mas eu não vou deixar. "

Lucian riu friamente, descruzando os braços. "Ela já faz parte do meu mundo, Willian. Você sabe disso, mas escondeu o tempo todo como um grande covarde."

Willian não aguentou as palavras de Lucian, avançou para cima do vampiro, desferindo um soco que, Lucian desviou com muita facilidade. Elias se juntou à luta, logo os dois estavam tentando atacar Lucian com todas as suas forças.

Lucian não revidava, apenas desviava e bloqueava seus golpes. Sua força é agilidade eram evidentes, mas ele se continha, não seria o responsável por matar ou machucar o mentor de Selene, fazendo-a o odiar pela eternidade. "Não quero machucá-los." Ele disse, sua voz firme.

"Você não conseguirá." Desafiou Willian, tentando acertar outro golpe. "Vou acabar com você antes."

Lucian riu, sabendo que o homem não era páreo para ele. Os vampiros que derrotaram até hoje eram recém transformados, que Klaus mandava para despistar. Os humanos nunca teriam forças contra vampiros nascidos e cheios de séculos de idade. Cansado, Lucian finalmente os imobilizou de uma vez, segurando Willian pelo braço e Elias pelo pescoço. Ele os pressionou contra uma árvore com uma força controlada, mas suficiente para impedir de se moverem.

"Podem lutar o quanto quiserem." Disse Lucianz o tom grave. "Mas não podem mudar a verdade. Selene é uma vampira. Willian você pode odiar isso, mas com o tempo, ela vai descobrir. Ela não vai envelhecer, vai viver para sempre, seus poderes ficarão cada vez maiores, sua velocidade aumentará quando chegar a hora, ficará como eu. E quando ela descobrir... você acha que vai poder esconder para sempre?"

Willian tentou se soltar, mas era inútil. Ele sabia que Lucian estava certo, mas não conseguia aceitar pela natureza que havia sido criado. "Nunca deixarei isso acontecer." Pensou, o ódio queimando em seu peito. "Se isso acontecer, eu mesmo a matarei antes que se torne um monstro como Lucian."

O vampiro soltou os dois, dando um passo para trás, enquanto eles se recompunha. "Podem me odiar, mas estou aqui para protegê-la. "

"Ela já tem quem a protege, vampiro." Willian bufou. "Deixe-a em paz, vá embora imediatamente!"

"Não vou a lugar algum."

Antes que Willian pudesse responder, uma explosão de luz azulada vinha da cabana chamou a atenção de todos. A luz emanava aquela manhã como um sol, mais forte do que o que estava no céu, quase cegando a todos.

O som de vidros se quebrando ecoounpela floresta, e os três se voltaram para a cabana. Lucian foi o primeiro a correr, desaparecendo em um borrão de velocidade. Willian e Elias seguiram, mas eram mais lentos.

Quando Lucian abriu a porta, ficou imóvel diante da cena que seus olhos contemplavam. Selene ainda flutuava no centro fã cabana, sei corpo envolto por uma luz azul brilhante que emanava de cada por. Raios de energia dançavam ao seu redor, atingindo as paredes e o teto, deixando marcas profundas.

Mas o que realmente o surpreendeu foi que, ao olhar para a velha feiticeira, ela já não era mais uma velha de cabelos brancos e pele enrugada. Agora, ela era uma mulher jovem, de beleza quase irreal. Sua pele parecia brilhar por baixo do manto escuro, e seus cabelos caíram em ondas perfeitas. Um sorriso encantador adornava seus lábios enquanto seus olhos brilhavam com a mesma luz azul que emanava de Selene.

"Finalmente." Disse a feiticeira, sua voz agora suave e melodiosa. Ela ergueu suas mãos, que também emanava energia.

Lucian deu um passo à frente, tentando entender o que estava acontecendo. "O que você fez com ela?"

A feiticeira riu suavemente. "Apenas ajudei a libertar o que já estava lá, Selene finalmente começou a despertar."

Willian e Elias chegaram logo depois, parando na entrada incrédulos com o que viam.

"Selene..." murmurou Willian, o medo é a admiração misturados em sua voz.

A cabana estava cheia de uma energia que parecia viva, pusandl com um ritmo próprio. Selene abriu os olhos que agora brilhavam intensamente, e todos sentiram o impacto de seu poder.

A feiticeira se virou para os homens na porta, seu sorriso ainda presente. "Agora vocês verão o que ela realmente é."

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Ana Regina Fernandes Raposo

Ana Regina Fernandes Raposo

TEM FOTO ,SÉRIA MELHOR.

2025-01-03

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