CAPÍTULO XII

O recesso do meio do ano trouxe um alívio dos estudos e do trabalho. Nick estava fazendo um curso de inglês, além de estudar para o vestibular. Seu ano sabático está sendo bem diferente do que imaginara. Max está atolado em trabalhos da faculdade. O mesmo com a Maya. A banda tem se encontrado uma vez por semana para ensaiar, mas às vezes nem isso.  Nick também não tem visto mais Max todos os dias, o que o deixou magoado e sentindo falta do amigo.

Para espairecer, Nick resolveu ir acampar. Fazia anos que acampara pela última vez, com seu pai, e achou que seria bom fazer isso sozinho, para clarear os pensamentos e se distrair. Conseguiu uma vaga num camping próximo a uma cachoeira com trilhas e estava ansioso para viajar. Ainda não contara aos amigos que faria essa viagem sozinho e estava considerando nem contar. “Acho que é melhor assim. São só três dias. Nem vai fazer diferença.” Nick arruma sua bagagem e seu pai o ajuda a montar e desmontar a barraca, para treinar. Seu pai queria acompanhá-lo, mas tem uma viagem a negócios e ficará fora duas semanas.  Nick acha até melhor, está gostando da ideia de ficar sozinho por um tempo.

Dois dias depois, Nick parte para sua “jornada solitária”. Seu pai lhe emprestou o carro, o que permitiu ter mais conforto na sua “mini férias”. Saiu de casa antes de clarear, queria aproveitar o horário sem trânsito e chegar cedo ao seu destino, para aproveitar o dia. Após dirigir por quatro horas, ele chega ao camping e faz um pequeno tour, acompanhado pelo guia do local. Chegando à área onde ficaria, passou a montar sua barraca e arrumar suas coisas. O camping ficava no alto de uma colina com vista para um vale. Como era fora de temporada, pôde escolher a melhor vista, assim, montou sua barraca voltada para esse vale.

O dia estava começando a esquentar e ele estava ansioso para tomar um banho de cachoeira. Após comer alguma coisa, saiu para explorar o lugar, mas apesar da paisagem linda e da sensação de liberdade, ele só pensava em como seria bom que Max estivesse ali com ele. Planejara a viagem para justamente deixar um pouco de lado sua paixão pelo amigo, mas tudo que sentia é que queria partilhar aquilo com ele. Nick voltou para a barraca, passando a tarde tocando violão e observando o vale abaixo. Chegou a compor o que achava que seria “alguma coisa” e a escreveu, como Max lhe ensinara. A noite foi caindo e o céu ficou salpicado de estrelas. Nick tira algumas fotos, encantado com aquela visão. Ele passa um bom tempo ali, apenas olhando para o céu e tentando lidar com seus sentimentos.

Estava cada vez mais difícil ficar perto de Max, sem poder tocá-lo, sem poder ficar com ele. Já fazia quase dois anos que era apaixonado pelo amigo, mas nunca se atreveu a se declarar. Apesar de nunca ter visto Max com alguém, não acreditava na possibilidade de ser correspondido. “Preciso dar fim nesse sentimento logo. Não quero me afastar, mas se eu continuar gostando dele, não vou conseguir continuar sendo apenas seu amigo.” Ele leva as mãos à cabeça e respira fundo, tentando se desfazer desses pensamentos.

Nick acorda quando ainda estava escuro e resolve “assistir” o sol nascer. Com uma caneca de café que acabara de fazer, senta-se na entrada da barraca e assiste o sol surgindo no horizonte. “Coisas clichês para se fazer em um camping.” Nick ri de si mesmo, ficando ali por um bom tempo. Ele passa a manhã explorando a região e fazendo uma trilha. No começo da tarde volta para sua barraca e estranha o que vê, pois se recorda de ter guardado suas coisas antes de sair. Contornando a barraca, vê que essa está aberta e que parece ter alguém dentro dela. Nick entra na barraca e tropeça em uma perna que estava rente a porta. Se desiquilibra e cai, sendo amparado por Max, que ri de tudo aquilo.

Nick se senta, recompondo-se. – O que você está fazendo aqui?!

Max – Você fugiu! Vim te buscar.

Nick – Eu não fugi! Só estou fazendo uma pausa. E como você me achou?

Max ri da reação do amigo. – Sua mãe me contou. Sabia que tive que pedir várias caronas até chegar aqui só pra te encontrar?

Nick – Enlouqueceu?

Max dá uma gargalhada, não se aguentando com a seriedade do amigo. Nick não aguenta e começa a rir também. Ele se levanta e sai da barraca, se esticando e respirando fundo. Max o segue, jogando os braços no ombro do amigo e puxando-o para si.

Max – Por que você escondeu de mim?

Nick – O quê?

Max – Essa aventura.

Nick – Não escondi. Programei de forma que não atrapalhasse os ensaios. Acabei não contando por que é uma viagem curta, volto amanhã.

Max – Não passou pela sua cabeça que eu poderia querer vir junto?

Nick – Você estava preso com os trabalhos da faculdade, não queria te atrapalhar. Max “olha feio” para Nick, que ri. – Foi mal, não se repetirá.

Max – Acho bom! Essa vista toda só pra você, que amigo não?! Max bagunça os cabelos de Nick e sai correndo, com o amigo no encalço. – Tá bom! Tá bom! Eu me rendo. Max diz isso e se joga na grama, com Nick fazendo o mesmo ao seu lado. Max se vira de lado, encarando o amigo. – E aí, por que quis vir sozinho?

Nick – Eu precisava pensar.

Max volta a deitar de costas, olhando para o céu. – É tão difícil assim?

Nick – O quê?

Max – O que te fez vir aqui para pensar. Nick apenas assente. Aquele era um terreno perigoso e Max era o último com quem falaria sobre seus sentimentos. Eles ficaram assim, por um tempo, apenas deitados na grama olhando para o céu. Após comerem, os dois saem para andar.

Max – Vamos! Me leve para explorar por ai! Nick ri e sai com o amigo, pegando a trilha da cachoeira. Eles andam por um tempo pela trilha, com Max provocando Nick, seja cutucando-o ou bagunçando seus cabelos, mas vira e mexe dava um jeito de tocar no amigo. Nick estava feliz por Max tê-lo seguido. Está se divertindo com a companhia do amigo e estava com saudades. Gosta quando a banda está reunida, mas prefere seus momentos a sós com Max.

Chegando na cachoeira, Max se encanta com a visão e dá um grito de alegria, fazendo Nick rir. Max encara o amigo com um olhar brincalhão e se aproxima lentamente dele.

Nick – Nem pense nisso! A água deve estar gelada! Max ri zombeteiramente e corre até Nick, agarrando-o e puxando para a beira da piscina natural formada pela cachoeira. Nick está rindo, sem forças para se desvencilhar do amigo. – Só me deixa tirar a camiseta então?! Max solta Nick e tira a própria camisa. Nick se perde na visão do abdômen do amigo por alguns instantes. “Saudades dessa visão.”

Max – Quer ajuda pra tirar a camiseta?! Max estava se aproximando novamente de Nick, rindo.

Nick – Peraí! Ele tira a camiseta, colocando-a em uma pedra próxima a água. Max faz o mesmo. Nick tira o calçado e Max o agarra novamente, caindo com ele na água.  A água está congelante e Nick sai correndo, sentando-se em uma pedra. Max nada um pouco e vai até o amigo, rindo de sua tremedeira.

Max – É melhor entrar! Você se acostuma com a temperatura. Aí está mais frio que dentro da água.

Nick nega com a cabeça – Nem pensar! A água está gelada.

Max – Vem vai?! Vem nadar comigo!

Nick – Sinto muito! Mas não posso te ajudar.

Max ri e espirra um pouco de água no amigo. Ele nada mais um pouco enquanto Nick o observa. A visão de suas costas ao dar as braçadas deixa Nick sem ar. Max está cada vez mais definido e é uma visão de outro mundo. Ele sai da água, a bermuda colada no corpo, não deixando margem para a imaginação. Ele encara Nick, enquanto tira o excesso de água do cabelo e Nick perde o ar. Nick mede Max de cima a baixo, se demorando na região marcada pela bermuda colada ao corpo. Percebendo, Max sorri maliciosamente e Nick se engasga, corando.

Max – Já te disse que você fica uma graça quando fica tímido?

Nick – Quem está tímido?

Max ri. Chegando perto do amigo, balança o cabelo, espirrando água. Nick resmunga e o amigo o agarra, molhando-o. Nick fica ciente da proximidade de Max, que agora o está encarando. Ele se afasta um pouco, coração disparado e a velha pulsação retumbando em seus ouvidos. Ele pega as camisetas e joga a de Max para ele.

Nick – Melhor pôr a camiseta para não pegar um resfriado.

Max sorri maliciosamente. – Preocupado comigo? Nick faz uma careta debochada e veste sua camiseta. Sabe que está vermelho, pois seu rosto está quente.

Nick – Melhor voltarmos, está ficando tarde! Max assente e calça os tênis. Nick faz o mesmo. Eles voltam conversando, com Max contando que já finalizou os trabalhos da faculdade e que terá mais tempo livre nos próximos dias.

Já no acampamento, Max vai tomar banho primeiro. Ele volta enrolado em uma toalha e Nick deixa a caneca cair de suas mãos, ao ver o amigo. Ele nem consegue mais disfarçar. Max está com a toalha enrolada, mas posicionada no baixo ventre, dando uma visão de todo seu abdômen. A toalha era um pouco curta, deixando suas pernas bem torneadas de fora, com a visão das coxas musculosas. Nick não consegue se controlar e fica excitado. Max passa por ele e sorri, entrando na barraca.

Max – Esqueci de pegar minhas roupas.

Nick engole a seco, quando Max se abaixa para entrar na barraca, deixando mais de seu corpo exposto. Se vira e dá um grito. Max o encara, agora vestindo apenas uma bermuda.

Max – O que foi?

Nick não responde. Entra na barraca e pega uma muda de roupas. – Vou tomar banho. Ele entra no chuveiro e logo vem a imagem do corpo nu de Max a sua mente. Já estava de pau duro desde a visão de Max só de toalha, então passa a se masturbar, deixando a água cair em seu corpo e pensando no toque “dele”, no corpo definido, na fala maliciosa. Rapidamente chega ao ápice e goza, xingando por não ter conseguido se segurar. Termina seu banho e volta para a barraca, onde Max está preparando o jantar. Entra na barraca e percebe que o espaço é pequeno e que terá que dormir muito próximo ao Max. Esse pensamento o faz entrar em pânico, pois não sabe se conseguirá se controlar.

Depois do jantar, eles se sentam em frente à barraca e Max começa a tocar violão. Nick está perdido em seus pensamentos. Veio para espairecer e agora está mais confuso ainda. A proximidade com Max o faz querer mais e o desejo o está matando. “Tô ferrado!” Max chama Nick, que não percebe. Max então bagunça o cabelo dele, fazendo-o sair do transe.

Max – O que está acontecendo? Estou te chamando, mas parece que você não ouviu.

Nick – Desculpe, estava perdido nos meus pensamentos.

Max – Ainda o que fez você fugir?

Nick – Humm! Mas parece que não adiantou fugir. Os pensamentos permanecem aqui.

Max deixa o violão de lado e se senta ao lado de Nick. – Posso ajudar?

Nick perde o ar mais uma vez. “Por que ele mexe tanto comigo?” – Não. São besteiras da minha cabeça.

Max – Tem certeza?

Nick – Sim. Nick sorri. – Vamos! Vamos dormir. Assim você terá a mesma visão que eu tive hoje. Nick se levanta e estende a mão para Max. Esse a segura e se levanta. Eles entram na barraca e se deitam, Nick tentando ao máximo não tocar em Max. Esse começa a cantarolar uma canção de ninar, que faz Nick rir. – O que é isso que você está cantando?

Max – Uma canção de ninar para o “bebê” dormir.

Nick – Quem é o bebê aqui?

Max se vira para o amigo, começando a fazer cócegas em sua cintura. – Você! Nick começa a se contorcer e Max o segura, ficando por cima dele e segurando seus braços para cima. Nick fica muito consciente da presença de Max. Esse se aproxima ainda mais, fazendo seu coração disparar. – Agora você não tem como fugir. Sem aviso, Max o beija. No início é um beijo apressado, meio descompassado, mas logo entra no ritmo, fazendo Nick derreter sob aquele homem que a tanto tempo quer. Max aprofunda o beijo e começa a acariciar seu abdômen, colocando a mão sob a camiseta e subindo, passando por seu peito, acariciando seu mamilo. Nick sente a pele queimar por onde a mão de Max passa. De repente, paralisa com a ideia de onde isso vai dar. “Não posso continuar.” Afastando Max, se levanta e sai da barraca. Max o segue.

Max – Desculpe! Me deixei levar pelo momento.

Nick – Deixa pra lá! Não vamos falar sobre isso. Ele sai para caminhar um pouco, deixando Max para trás. Agora está enlouquecendo com seus pensamentos e com a decisão que tomou. “Por que eu não o impedi? E por que eu não deixei acontecer? Vou ficar louco desse jeito!” Nick anda por mais algum tempo, tentando se controlar. Quando volta para a barraca encontra Max dormindo. “Melhor assim.” Se deita ao lado do amigo, mas não consegue dormir.

No dia seguinte, Max age como se nada tivesse acontecido e Nick segue a deixa, voltando a tratá-lo como antes. De manhã fazem outra trilha, mas dessa vez Max estava mantendo uma certa distância. Nick sentiu a diferença e percebeu que sentia falta. Depois do almoço, eles desarmaram a barraca e arrumaram as coisas, voltando para casa.

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Comments

Simone Guimarães

Simone Guimarães

ainda não entendi eles tiveram um lance ou não

2025-02-03

1

Clesiane Paulino

Clesiane Paulino

nossa Nick,eu não entendo vc... ele te deu a oportunidade de se deixar ser amado e vc não quis😥😥😥😥

2025-02-25

1

vanja Débora

vanja Débora

eita enrolação aí nem ata e nem desata,

2025-02-23

0

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