CAPÍTULO VI

Max entra no quarto ainda segurando sua mão. Nick olha ao redor, as paredes do quarto cheias de posteres e capas de vinil. Na grande maioria, bandas de Rock dos anos 70’ e anos 80’. Max se joga na cama e Nick o observa sorrindo.

Max se senta. – Venha sente aqui! Ele bate no espaço ao seu lado. Nick obedece e senta-se ao seu lado. Pegando o violão, ajusta-o em seu colo e dedilha algumas notas. – Nada mau. Quais acordes você sabe?

Nick fica sem graça. – Humm... nenhum?

Max sorri. – Aqui! Posicionando-se atrás de Nick, Max alcança suas mãos no violão. – Tente isso! Max guia os dedos de Nick sobre as cordas.

De repente, Nick está muito ciente do toque de Max. A mão dele sobre a sua, o peito dele encostado em suas costas. Perde o ar por alguns instantes e sente seu rosto queimar. “Ainda bem que estou de costas pra ele.” Tentando se concentrar, passa a prestar atenção às instruções dadas. Max solta as mãos de Nick e repousa sua mão direita no quadril do amigo. Nick suspira e perde a concentração, errando a nota. Max sorri e volta a posicionar os dedos de Nick no violão.

Max – Mais uma vez! Novamente segurando na cintura de Nick, ele orienta-o a seguir. Nick se esforça para se concentrar no violão a sua frente e esquecer do toque em sua cintura. Depois de duas tentativas, consegue seguir a orientação de Max. – Aêêê! Viu, você pega rápido! Dizendo isso, Max aperta os ombros do amigo, acariciando sua nuca com um dos polegares. Nick arrepia ao toque, que dispara uma onda de prazer por seu corpo. Ruborizando mais uma vez, abaixa a cabeça para o violão, impedindo que Max veja seu rosto. – Agora, vamos tentar algo novo. Mais uma vez, Max se posiciona atrás de Nick, o contornando com os braços para alcançar suas mãos no violão. Se aproxima um pouco mais, encostando totalmente nas costas de Nick. – Tente isso. Max dá as instruções a Nick, guiando mais uma vez seus dedos e apoia sua cabeça no ombro do amigo, ficando muito próximo de seu ouvido. Nick erra a nota. Xingando tenta uma vez mais. – Aqui! Max murmura no ouvido de Nick, fazendo-o arrepiar novamente. Guia mais uma vez seus dedos sobre o violão, pausadamente, voltando a segurar no quadril dele. Nick está rígido, consciente da proximidade do corpo de Max e do que isso provoca em seu corpo.

Nick – Estou com sede, onde posso pegar um pouco de água?

Max sorri. – Eu busco pra você.

Nick agradece. Quando o amigo sai do quarto, ele se remexe no lugar, ajeitando as calças. Ficou excitado com o toque e proximidade de Max e não queria que esse descobrisse. Max chega sorrateiramente e fica atrás de Nick.

Max – Aqui! Nick se vira com o susto e empurra Max sem querer. Esse derrama a água, molhando toda a camiseta.

Nick se levanta em um pulo, indo até o rapaz, que deu alguns passos para trás por causa da água. – Desculpe! Levei um susto.

Max ri. – A culpa foi minha. Sem cerimônias, tira a camisa e joga em um cesto no canto do quarto. Nick não consegue tirar os olhos do abdômen do amigo, que é definido como se tivesse sido esculpido. Ele morde os lábios inconscientemente e Max sorri maliciosamente. Deliberadamente abre o botão da calça, deixando um pouco mais de pele à mostra. Nick prende a respiração por alguns segundos, preso naquela imagem.

Max – Nick, pode alcançar aquela camiseta na cabeceira da cama pra mim?

Nick – Hãm?! Ah, claro! Nick pega a camiseta e joga para Max. Esse a veste, abotoando a calça e pega o copo.

Max – Vou buscar mais água.

Nick – Ah, pode deixar. Está ficando tarde! É melhor eu ir indo. Tomo água chegando em casa.

Max – Tem certeza? Pode ficar mais tempo se quiser.

Nick – É melhor eu ir. Amanhã no mesmo horário?

Max – Sim, pode chegar por volta das duas. Vamos continuar ensaiando as mesmas músicas.

Nick – Ok! Vou indo nessa então. Nick pega o violão e coloca no estojo.

Max – Não quer deixar aqui?

Nick – Hãm, o quê?

Max – O violão! Não quer deixá-lo aqui? Assim não precisa ficar carregando por aí.

Nick – Vou estudar.

Max sorri. – Ok então. Vou te acompanhar. Max e Nick saem da casa e Max continua acompanhando Nick pelo trajeto.

Nick – Não precisa me levar em casa. Moro aqui perto.

Max – Tudo bem! Quero esticar as pernas. Os dois seguem em silêncio, mas confortáveis com a presença um do outro.

Nick – Chegamos! Quer entrar?

Max – Hoje não. Vou andar um pouco mais e daqui a pouco vou voltar para jantar com meus pais.

Nick – Tá bom então! Obrigado pela aula e por ter me acompanhado hoje. Max sorri, acenando e voltando pelo caminho que acabaram de fazer.

Nick entra em sua casa e vai direto para seu quarto. Apoia o violão na cadeira de sua escrivaninha e se joga na cama. Imediatamente, relembra da sensação do toque de Max em suas mãos, no seu quadril, na sua nuca. A imagem dele sem camisa insiste em “dançar” em seus pensamentos. Sem pensar duas vezes, abre o botão de sua calça e começa a se acariciar. Já estava duro só com a lembrança do toque de Max. Rapidamente chega ao ápice e goza. Se limpando, começa a se repreender pelo que acabou de fazer. “Como vou encará-lo agora?”

Nick acorda de seus pensamentos. Não acredita que tenha “batido uma pra ele” praticamente no primeiro dia. Começou a rir da lembrança, mas logo as lágrimas voltaram. Passou a se sentir culpado, por estar lembrando disso no momento em que acabou de terminar seu namoro com outra pessoa. “Estou louco!” Limpando as lágrimas que deixou escapar, se levanta e sai em direção ao escritório de Luke. Bate na porta e entra após o convite.

Nick – Vamos almoçar?

Luke – Estava pensando em deixar pra comer alguma coisa mais tarde. Estou preso nesse projeto.

Nick – Almoça comigo e compartilha sua dificuldade, quem sabe os dois pensando juntos não clareia suas ideias? Eu pago!

Luke fecha o laptop, pega o celular e se levanta. – Vamos! Os dois saem do prédio para uma brisa morna. – Está esquentando!

Nick sorri. – Logo mais é verão!

Luke – É verdade! Você adora o verão. Não sei por que, o calor sempre acaba comigo.

Nick – Acho que é porque as melhores coisas na minha vida aconteceram no verão. Sorrindo, Nick dá uma piscada para o amigo. – E aí? Que tal uma massa?

Luke – Pode ser! Eles entram em um restaurante de massas, que fica no quarteirão do prédio da empresa e escolhem uma mesa com dois lugares, no canto do salão, próximo a uma janela. – Aqui é mais tranquilo para conversarmos. Chamando o garçom, fazem o pedido. Nick bebe um pouco de água e passa a observar a rua, pela janela. – Você não está legal, né?! Luke está encarando o amigo, que sorri.

Nick – Acho que não. Mas preciso ficar.

Luke – É só por causa do término com o James, ou tem mais?

Nick olha para o amigo que o conhece tão bem. Depois de alguns minutos de silêncio, ele decide falar sobre o que está sentindo. – É por causa do término, mas também é por causa de alguém do passado. No dia que terminei com James, esbarrei na minha primeira paixão. Depois de dez anos, bem naquele dia, logo depois de sair do apartamento do James, ele apareceu. E isso está mexendo muito comigo.

Luke – Por isso você estava com o violão? Nick assente e volta a olhar para a rua, tentando controlar seus sentimentos. – Acho que é natural você estar assim. Afinal, vocês estavam juntos há um bom tempo... E o primeiro amor, ninguém esquece.

Nick sorri tristemente. – Estou uma bagunça. Agora, além de lidar com a falta que estou sentindo do James, eu estou recuperando memórias há muito esquecidas. Mais cedo me lembrei da primeira aula que ele me deu de violão. Isso aconteceu logo depois de responder à mensagem do James. Não sei o que eu faço! Não sei por que estou pensando tanto no passado.

Luke – É mais que normal. São duas pessoas por quem você se apaixonou e não está mais junto... Ainda mais que você o reviu depois de tantos anos... Os sentimentos vão se embaralhar e você vai sentir pelos dois. A vantagem é que você não os verá mais... Depois de um tempo, isso vai passar.

“Quem me dera não o ver mais!” Nick sorri para o amigo e aperta a sua mão em agradecimento.  – Mas não é por isso que estamos aqui. Vamos lá, o que eu preciso saber para te ajudar?

Luke sorri e devolve o aperto na mão de Nick. Então passa a contar como foi a reunião e quais eram as solicitações do cliente. Ambos começam a compartilhar algumas ideias que possam funcionar para a campanha, enquanto aproveitam o almoço. Voltando para o escritório, Nick se junta ao amigo, debruçando sobre o briefing, começam a esboçar uma campanha que acreditam ser o que o cliente espera e que destaca da melhor forma os ideais da marca.

Nick – Acho que esse é o caminho.

Luke – Cara, obrigado! Você é demais! Se precisar de alguma coisa me chama. Nick sorri para o amigo e dá um “tapinha” em suas costa.

Nick – Relaxa. Qualquer coisa me chama. Sai do escritório de Luke e é parado por Kate, que parece com uma certa urgência.

Kate – Nick, desculpe! O cliente da reunião de quinta quer antecipar para amanhã, pois teve uma viagem de negócios antecipada e não conseguirá te encontrar, pelo menos, por duas semanas.

Nick – Como está nossa agenda amanhã?

Kate – Temos uma reunião de alinhamento na parte da manhã e você irá se encontrar com a cliente da campanha de moda íntima após o almoço.

Nick – Ok. Verifica com o sr. Anton se ele pode me encontrar amanhã as dez e reagenda a reunião de alinhamento para sexta. Estamos com prazos curtos, mas tudo está caminhando. Mantenha minha agenda livre na quinta, assim acompanho a sessão de fotos da campanha de perfume. A Rafa está na empresa?

Kate – Ela saiu, foi encontrar um cliente.

Nick – Tudo bem. Avise-a que eu irei quinta e que ela pode seguir com a agenda dela.

Kate – Ok. Vou falar com o sr. Anton agora.

Kate sai apressadamente em direção à sua mesa. Nick volta ao seu escritório, onde passa a tarde revendo as informações da campanha do sr. Anton e finalizando a apresentação. Ele aceitou o horário sugerido, então Nick precisa terminar tudo ainda hoje. Já é tarde da noite quando finaliza. “Agora é descansar para amanhã!” Espreguiçando-se na cadeira, sente todo o cansaço tomando conta. “Espero conseguir dormir.” Nick pega suas coisas e vai para casa.

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Comments

Clesiane Paulino

Clesiane Paulino

seus pensamentos estão uma bagunça Nick 🥺

2025-02-24

4

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