O dia passou voando entre as reuniões e o trabalho. Nick chega em casa e se joga no sofá. Amanhã passará o dia no estúdio, acompanhando a sessão de fotos. Isso não seria um problema, já é rotina fazê-lo, o problema é que o fotógrafo é sua antiga paixão. Ainda não acredita que ele não o reconheceu. “Será que ele age assim com todo mundo?” Ele se lembra da breve carícia em seu rosto. “Não me importa! Ele faz o que quiser!” Nick olha mais uma vez as fotos que Max enviou. “Essas fotos são tão nostálgicas! Por que estou tão emocionado?” São fotos de um parque de diversões, de uma cachoeira, de barraquinhas de comida de rua, de uma sorveteria. “São lugares que estivemos juntos. Não exatamente os da foto, mas tivemos essas experiências. Por isso a nostalgia.” Ele sente as batidas de seu coração descompassar, com a pontada de saudade e tristeza. “Quando isso vai passar?” Desistindo de lutar, deixa a dor latejar e se perde nas lembranças mais uma vez.
Nick está andando de um lado para o outro em seu quarto, celular na mão, na tela o número de Max. Ele ainda não sabe como irá encarar o amigo depois do que fez ontem. Mesmo agora, só de pensar na possibilidade de Max se aproximar dele, seu corpo reage. Olhando o número na tela mais uma vez, resolve encarar a situação. “Vou esbarrar com ele de qualquer forma.” Vestindo uma bermuda larga e uma camisa longa, se olha no espelho. O reflexo mostra um rapaz na casa dos dezessete anos, alto, magro, mas definido. Os olhos verdes realçados pelos cabelos escuros e a boca vermelha bem delineada. Nick nunca gostou muito de seus traços finos, que o deixavam com uma compleição mais feminina, mas olhando agora, estava achando seus traços mais bonitos. “Nada mal! Se acontecer de novo, vai disfarçar.” Dando uma piscada para seu reflexo, coloca seu tênis e pega o estojo do violão. Passando por sua mãe se despede e diz que não tem hora para voltar.
Max está no quintal, juntando algumas folhas secas. Está vestido apenas com uma bermuda preta e tênis, a camiseta presa no cós da bermuda. Os cabelos estão presos em um coque e é possível ver o suor escorrendo de sua nuca, descendo por suas costas. Aquela visão paralisou Nick, que esquecera de como respirar. Max tem as costas largas e bem definidas. A bermuda justa valoriza sua bunda e suas coxas. Imediatamente a visão mexe com seu corpo e Nick se engasga, puxando a camiseta mais para baixo. Max se vira e sorri para o amigo.
Max – E aí cara?! Pode entrar. Aqui está quente, vai lá pra garagem, eu já vou! Nick assente e entra na garagem, sentando-se próximo a porta, de forma que consiga manter a visão. Max pega a mangueira e começa a se refrescar, soltando seus cabelos. Totalmente consciente de sua plateia, passa a encarar Nick, que cora e desvia o olhar.
Maya – Não acha que é muito cedo pra ficar se mostrando não? Maya cumprimenta Max que tenta agarrá-la, mas ela se esquiva, evitando se molhar. Max espreme os cabelos, para tirar o excesso de água e veste a camiseta, ainda com o corpo molhado. Nick não consegue tirar os olhos daquela cena, sabendo que se lembrará dos detalhes mais tarde. Max entra na garagem, bagunçando o cabelo de Nick que ri. Maya segue o amigo, fechando a cara para o rastro que ele está deixando no piso.
Maya – Você molhou todo o chão!
Max – Não reclama, senão molho você!
Maya – Você nem pense nisso! Max começa a chacoalhar os cabelos próximo a amiga, molhando tudo ao seu redor. Alguns respingos atingem o rosto de Nick, que usou a ponta da camiseta para se secar. Maya ainda irritada com a brincadeira, aponta para Nick. – Tá vendo, olha o que você fez!
Max anda até Nick e passa a mão em seu rosto, secando alguns respingos. – Desculpe, a culpa é da Maya, que é uma chata. Max acaricia o rosto de Nick, que imediatamente fica vermelho. Max parece notar, sorrindo maliciosamente, enquanto encara o amigo. – Pronto! Seco novamente. Nick não diz nada, apenas olha para o chão, com medo de que os outros percebam. Max entra na casa e volta com uma toalha na cabeça e um pano nas mãos. Joga o pano no chão e passa a secar os lugares molhados. Depois disso, esfrega brevemente a toalha em seu cabelo, secando-o. – Pronto querida! Satisfeita? Maya faz uma careta e mostra a língua para Max e Nick assiste a tudo, rindo da dupla. Alguém bate palmas e Nick vê uma garota no portão. Maya sai para atender e volta com a garota.
Maya – Essa é a Andie, nossa baixista! Esses são Max, o guitarrista e Nick, nosso vocalista. Nick olha para Maya, negando com a cabeça. – Ah, deixa disso! Você é nosso vocalista, quer queira, quer não. Rindo abraça Nick, que começa a rir também.
Andie – Muito prazer! Espero poder entrar para a banda. Max sorri para a garota, que retribui. Nick fica com ciúmes, mas trata de disfarçar.
Max – Bem-vinda! Maya te passou a lista de músicas né?
Andie – Sim, ela me deu há uns dias.
Max – Ótimo! Você pode usar esse amplificador aqui. Fica à vontade. Vou buscar alguma coisa para bebermos. Maya vai ajudar Andie com o amplificador e Max pisca para Nick ao passar por ele. Nick ruboriza mais uma vez e tenta disfarçar olhando para o celular. “O que foi isso?” Max volta com refrigerante e gelo e serve para todos. Ao entregar para Nick, roça levemente com os dedos em sua mão, o que faz Nick se lembrar do dia anterior. Não conseguindo controlar seus pensamentos, ele vira o copo de refrigerante de uma vez.
Max – Vai com calma! Vai se engasgar assim!
Nick – Foi mal, não percebi que estava com sede.
Max – Aqui. Ele serve um pouco mais de refrigerante para o amigo. Ainda o encarando, sorri. – Era só sede? Nick se engasga e olha para Max que está rindo. – Sua timidez é uma graça! Ainda sorrindo, ele vai até os amplificadores e verifica o de Andie. – Podemos começar? As meninas dizem sim em uníssono e Max olha para Nick. – Vamos lá? Nick assente, colocando o copo na mesa. Se aproxima do amigo, como fizera no dia anterior. Max dá um leve “aperto” no ombro do amigo e começa a contagem.
O ensaio seguiu pela tarde, Com Nick mais relaxado e Andie acompanhando os demais. Fazendo uma pausa, Max e Maya aproveitam para conversar com Andie sobre a banda. Nick ia sentar-se, mas Max passa o braço por seu ombro, abraçando-o e mantendo-o ali.
Max – Onde você pensa que vai?
Nick – Vocês vão conversar. Eu ia me sentar para esperar.
Max – Você faz parte dessa banda, deve participar de todas as discussões.
Nick – Mas... Nick se silencia com o olhar de Max, então assente. Max mantém seu braço entrelaçando o pescoço de Nick e passa a brincar com a ponta da manga de sua camiseta.
Maya – Se vocês dois já terminaram, vamos dar as boas-vindas oficiais a Andie.
Andie – Sério mesmo?! Posso tocar com vocês?
Max – É isso aí! Bem-vinda a banda!
Maya – Agora que a banda está completa, precisamos organizar os ensaios. Mas Max e eu também queremos compor. Então toda ajuda é válida. Se vocês tiverem alguma ideia, mesmo que achem boba, compartilhem.
Max – Vocês ouviram nossa líder! Max bagunça o cabelo de Nick e ri. Deslizando a mão por suas costas, o abraça pela cintura. – Alguma sugestão, ideia, reclamação? Nick apenas balança negativamente. Está se esforçando muito para se controlar com o toque de Max. Esse dá dois leves apertos na cintura de Nick e solta. – Vamos continuar? A banda continua com o ensaio até tarde. Após acertarem os horários para o ensaio, as meninas se despedem e vão embora.
Nick – Acho que vou indo.
Max – E a aula de violão? Já desistiu?
Nick – Não, nada disso! Mas está tarde e não quero te atrapalhar.
Max – Para com isso! Venha, vamos comer alguma coisa e voltamos para a aula. Max pega a mão de Nick e o leva para a cozinha. Após fazerem um lanche, retornam a garagem e Max passa a ensinar mais alguns acordes ao Nick, que está com dificuldade de se concentrar, com a proximidade do amigo. – É mais confortável no meu quarto, mas está quente e o ventilador quebrou. Quer ir pra lá?
Nick – Não precisa. Vamos encerrar por aqui. Estou com dificuldade de me concentrar. Acho que o calor está me afetando. Tento amanhã, tudo bem?
Max – Claro, como você quiser!
Nick – Posso deixar meu violão aqui? Acho que não vou conseguir estudar hoje.
Max ri. – Pode sim, vou cuidar dele para você!
Nick morde os lábios e assente. Max se aproxima e bagunça seu cabelo novamente. Nick balança a cabeça, fazendo uma careta. Max o encara e passa a ajeitar o cabelo do amigo.
Max – Gosto de te provocar! É fofo como você é tímido. Nick encara Max que se aproxima um pouco mais. O pai de Max o chama, fazendo com que Nick recue. Sentindo seu rosto queimar, abaixa o olhar e se despede de Max.
Nick – Até amanhã! Ele sai dali, atordoado com o que quase aconteceu. Desistindo de ir para casa, decide dar uma volta para espairecer.
Ainda deitado no sofá, Nick volta à realidade. “Aquele verão passou tão rápido!” Entre risos e lágrimas, ele está pensando nas amigas, que acabou perdendo o contato. “Como sinto falta delas!” Nick fecha os olhos, adormecendo ali mesmo. A tristeza dando espaço ao cansaço.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 42
Comments
Clesiane Paulino
o que fizeram eles se distanciarem 😥😥😥
2025-02-24
2
Marcia Emerich
E eu aqui sonhando acordada....
2025-02-23
3
Nubia
Linda história
2025-02-17
1