CAPÍTULO XI

Max – Essa música se chama “Para o sempre nós!” e é para você.

Nick perde o ar quando Max diz aquelas palavras. “Não pode ser! Não tem como!” Luke o encara, com um ar de indagação, por ser exatamente as mesmas palavras escritas no violão. Nick desvia o olhar do amigo, não quer lidar com aquilo agora, não quer ter que responder o que estava claro. Encara Max no palco, que inicia os primeiros acordes. É uma balada romântica, é a sua balada. Nick está perdido, não consegue acreditar no que está acontecendo. A letra fala de um amor que ainda existe, de alguém que ainda espera.

“Preso aos momentos que não vivemos;

Saudade do que não aconteceu;

Ainda guardo o nosso verão;

Esperando o dia em que novamente serei seu.”

Enquanto Max canta, Nick se lembra de seu passado. Ele está impactado pela melodia, mas principalmente por aquela letra. A saudade e a espera são o tema dessa música. O amor que ainda precisa acontecer. A letra acerta em cheio os sentimentos de Nick, que está ali, paralisado. Ele só consegue olhar para Max naquele palco, não enxerga mais nada além daquele homem que foi seu primeiro amor.

“Não quero que tenha pressa;

Mas o tempo tem sido nosso algoz;

Tenho mantido minha promessa;

Promessa de para o sempre nós!”

Nick não aguenta mais e sai andando em direção ao estacionamento. Precisa sair dali, precisa de ar. “Como ele pôde?! Por que agora?”. Ele acelera o passo, como se estivesse saindo de um lugar sem ar para conseguir respirar. Luke pede licença para as garotas, se desculpando e sai atrás do amigo. Segue Nick de longe, ainda tentando entender o que aconteceu.

Luke – Nick! Espera! Nick aperta o passo, não conseguindo mais segurar as lágrimas. Luke corre, alcançando o amigo. – Fala comigo! Nick está aos prantos e não consegue dizer nada, apenas nega com a cabeça. – Vem aqui! Luke abraça o amigo, o mais forte que pode e Nick escora a cabeça em seu ombro. – Por que você não me disse? Eu jamais o teria trazido se eu soubesse. Nick não consegue dizer nada, ainda chorando incontrolavelmente. Luke acaricia a cabeça do amigo, mantendo-o em seu abraço apertado, ainda apoiando a cabeça em seu ombro.  Eles ficam por um tempo assim até Nick conseguir se controlar. Luke acaricia a cabeça do amigo mais uma vez. – Está melhor? Ele assente, tentando secar as lágrimas. – Desculpe, eu não imaginava. Se eu suspeitasse não teria te colocado nessa situação.

Nick – Não é sua culpa. Eu não falei nada por que ele agiu como se não me conhecesse. Então achei melhor seguir a deixa. Acreditei que seria mais fácil assim. Não queria relembrar o passado, mas parece que não adiantou. Nick respira fundo, ainda tentando controlar as lágrimas. Luke o abraça mais uma vez, confortando-o.

Luke – Não acredito que ele fez isso! Aquela frase no seu violão...

Nick – Foi ele! Ele escreveu quando compomos essa melodia. Foi a primeira vez que compus algo meu e, na verdade, a melodia era para ele, estava pensando nele quando criei.

Luke – A letra...

Nick – Não. Nunca a ouvi. Acabamos deixando a música de lado, porque estávamos tocando em alguns bares e isso tomava muito tempo. Depois o tempo passou e acabamos não trabalhando mais nela. Cara, isso é surreal! Primeiro o James vai embora, agora isso! Só quero sumir! Só quero esquecer tudo!

Luke olha ansioso para o amigo. – Você consegue ficar sozinho por alguns instantes? Só vou me despedir da Jackie e então vou te levar pra casa. Nick assente para o amigo. Luke sai apressadamente, entrando na arena novamente.

O ar da noite está quente e o céu está claro. Nick passa a observar as estrelas, o que o acalma. Ele conseguiu controlar as lágrimas e agora está olhando para o céu, questionando o porquê de tudo aquilo. “O que vou fazer agora?” Ele sente aquela mão tocar seu ombro e se vira assustado, para ver um Max com olhar abatido o encarando.

Max – Me desculpe! Nick não aguenta e volta a chorar. Virando-se começa a andar em direção a saída, mas Max o alcança e o abraça pela cintura. Nick está sem forças para lutar, apenas cobre o rosto com as mãos e deixa as lágrimas caírem. Max o puxa para mais perto, o escorando com o corpo. – Me desculpe! Eu fiquei tão feliz quando te vi aqui... Eu só queria que você soubesse que eu senti a sua falta! Max abraça Nick mais forte. Nick não consegue se controlar e chora de soluçar. Ainda cobrindo o rosto, se apoia em Max, deixando-o sustentar todo seu peso. Max o vira, para que fique de frente um para o outro e abaixa as mãos de Nick. Ele leva uma das mãos ao rosto dele, limpando suas lágrimas. Com a outra mão, abraça sua cintura, não permitindo que ele escape. Ele levanta o rosto de Nick fazendo-o olhar para ele. – Me desculpe!

Nick esconde o rosto novamente, agora no ombro de Max, que o abraça. Eles ficam assim por um tempo. Max se afasta brevemente de Nick e levanta seu rosto novamente. Sem saber como reagir, Nick apenas o encara, num misto de raiva, saudade e tristeza. Max acaricia novamente o rosto de Nick, colocando seu cabelo para trás da orelha. Ainda sustentando seu olhar, Max o beija. No começo é um beijo tímido, como se estivesse pedindo permissão.

Nick se deixa ser beijado. Fechando os olhos, já sem forças nem vontade de reagir, ele se entrega, deixando toda a saudade, toda a ausência, toda a tristeza pela falta que Max fez, tomarem conta e serem sanadas naquele momento, naquele beijo.  Max o puxa ainda mais para perto e aprofunda o beijo, com uma mão segurando a nuca de Nick, a outra percorrendo por suas costas, como se quisesse se apoderar dele ali mesmo. Nick se deixa levar, entrelaçando o pescoço de Max, acariciando seus cabelos. Nick não exerce controle algum por suas emoções ou pensamentos. É apenas o desejo e a saudade falando. Ele quer parar naquele momento, quer manter aquele sentimento. É um sentimento de pertencimento, de lar. São dez anos fugindo, dez anos escondendo esses sentimentos que estão vindo à tona.

De repente, Nick toma consciência do que está acontecendo. Desesperado, se afasta de Max e sai correndo em direção à rua. Max o observa, ainda sem reação. Nick olha ao redor e encontra um ponto de táxi. Entra no primeiro táxi da fila e pede ao motorista que saia o mais rápido possível. Max o segue, mas Nick já está no carro. Olhando pela janela, vê Max parado na calçada vendo-o partir.

Ainda atordoado por tudo que aconteceu, Nick pede para que o motorista de uma volta pela região. Não quer ir para casa, não quer pensar, não quer sentir. Ele fica observando o mundo lá fora passando pelos seus olhos. Tudo que aconteceu a pouco parece surreal. “O que deu em mim? Por que eu deixei ele me beijar?” Beijar Max trouxe à tona todas as emoções do passado de uma só vez. Nick afunda no banco de trás do taxi, seus pensamentos o transportando novamente para o passado.

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Comments

Marcia Emerich

Marcia Emerich

Muitas emoções! O coração parece explodir!

2025-02-23

0

Kellyla Nunes

Kellyla Nunes

Ah, Nick, porque vc fugiu?

2025-03-18

2

Clesiane Paulino

Clesiane Paulino

a saudade de algo mal resolvido é doido demais 😥😥😥

2025-02-24

2

Ver todos

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