A noite foi longa e pesada. As palavras de O Lobo ecoavam na minha mente: "Eles não vão hesitar em tomar medidas extremas." Enquanto espalhava os documentos pela mesa, meus olhos ardiam de tanto chorar, mas eu não consegui parar. Cada foto, cada mensagem, cada documento era como um soco no estômago.
As fotos deles juntos eram grotescas. Felipe e Rayssa, de mãos dadas, sorrindo, trocando carícias como se não fossem cúmplices em um plano nojento para destruir a minha vida. A pior delas, no entanto, era a foto deles na cama. Na nossa cama.
— Como você teve coragem, Felipe? — sussurrei, sentindo meu estômago revirar.
Continuei a vasculhar os papéis. Havia prints de mensagens entre eles:
Rayssa : "Ela nem desconfia. Acredita mesmo que você é o marido perfeito."
Felipe : "Quando o seguro sair, vai ser o fim. Ela não vai ter como escapar."
Minhas mãos tremiam enquanto lia. Uma mistura de raiva e nojo subia pela minha garganta. Cada palavra era como uma provocação, um lembrete de que eu estava sendo manipulado por pessoas que amei e confiei.
— Eu não vou deixar vocês vencerem. — Falei em voz alta, como se fosse um mantra.
Na manhã seguinte, tomei um banho quente, mas nem a água escaldante consegui lavar a sensação de traição que me consumia. Escolhi meu melhor conjunto de trabalho: calça de alfaiataria preta, blusa de seda branca e um blazer estruturado. Passei maquiagem para esconder o rosto cansado e pratiquei o meu sorriso no espelho.
— Hoje, você vai ser forte. Não pode demonstrar nada. — Disse a mim mesma.
Cheguei ao brechó e, como sempre, a loja estava cheia de movimento. Meus funcionários organizavam-se como araras, atendiam os clientes, e a rotina parecia continuar imperturbável. Só eu sabia que, por trás do sorriso que exibia, um fogo estava queimando.
Por volta das duas da tarde, Felipe apareceu na loja. Ele entrou com aquele mesmo sorriso que um dia já me fez derreter. Agora, causava náuseas.
— Oi, meu amor — ele disse, aproximando-se para me beijar.
Me afastei com delicadeza, mantendo o sorriso no rosto. — Olá, Felipe. Estou atolada com o evento de moda. Muito trabalho, sabe como é.
Ele riu, parecendo nervoso, mas não insistiu. – Claro, claro. Você sempre tão dedicado.
Enquanto ele caminhava pela loja, analisando as vitrines como se fosse um cliente comum, Rayssa me invejou uma mensagem:
Rayssa : "Vamos almoçar amanhã? Estou com saudades!"
Apaguei a mensagem assim que li. Rayssa seria o próximo alvo, mas não naquele momento.
Quando Felipe finalmente chegou, fiquei observando-o pela vitrine. Ele virou uma esquina, alheio ao fato de que eu sabia de tudo. Assim que perdi ele de vista, corri para a sala dos fundos e peguei meu celular. Liguei para O Lobo.
Ele atendeu no terceiro toque. —Carol?
— Eu quero agir — disse, com a voz firme. — Preciso confrontá-los, mas não sei como.
Houve uma pausa. — Confrontar sem estratégia é perigoso. Eles são imprevisíveis, e isso pode te custar caro.
— Então o que eu faço? — querido, impaciente. — Eu não posso simplesmente ficar esperando que eles me destruam!
O tom dele ficou mais firme. — Vamos jogar o jogo deles, mas com inteligência. Encontre-me às sete no mesmo lugar de antes.
Desliguei o telefone com o coração acelerado. Às sete em ponto cheguei, ao local combinado. O Lobo já estava lá, com o mesmo terno preto, e tinha um mapa sobre a mesa. Ele apontou para os documentos que trouxe e começou a explicar.
— Felipe e Rayssa estão satisfeitos com a formação amadora. O ponto fraco deles é o orgulho. Felipe já está começando a sentir a pressão financeira, e Rayssa não vai resistir a um jogo emocional.
— E como eu uso isso contra eles? — querendo, inclinando-me para frente.
Ele encantador, aquele sorriso enigmático que começou a me intrigar. — Você não precisa se exportar. Eles farão isso sozinhos.
O plano era tão simples quanto genial. Rayssa seria atraída para um encontro sob o pretexto de reconciliação. Durante uma conversa, um dispositivo de gravação capturaria tudo. Felipe seria pressionado com uma notificação falsa de auditoria na empresa. Ele entrou em pânico para cometer erros.
— Você acha que eles vão cair tão facilmente? — queria, ainda cética.
— A ganância sempre é a fraqueza, Carol. E eles são cegos por ela.
Eu respiro fundo, absorvendo cada detalhe do plano. Antes de sair, olhei para ele e queria:
— Você acha que eu consigo fazer isso?
Ele inclinou a cabeça, me analisando. — Você já está fazendo, Carol. Não desista agora.
Naquela noite, enquanto revisava os últimos detalhes, senti pela primeira vez em semanas uma centelha de esperança. Felipe e Rayssa descobriram que eu estava vencida, mas estavam prestes a descobrir quem realmente sou.
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Atualizado até capítulo 64
Comments
Dione Lopes
Isso mostra a eles mulher empoderada que você jogar o jogo deles, e no final dê xeque marte a esses dois infeliz.
2024-12-13
1
Reni Demetre
amando os capítulos
2024-12-09
1