Ela tinha uma decisão

A sala estava carregada de tensão, e a voz de Alessandro cortou o ar como uma lâmina afiada:

— Retrate-se! Dê exemplo aos funcionários! - O tom dele era firme, impositivo, e não deixava espaço para discussões.

A ordem reverberou na sala, fazendo com que todos os presentes se mantivessem em silêncio absoluto, como se o tempo tivesse congelado naquele momento.

Violet, ainda agarrada a Alessandro, não pôde evitar que um sorriso se alargasse em seu rosto. Seus olhos brilhavam com um misto de triunfo e satisfação, como se estivesse saboreando cada segundo da derrota de Roxanna.

Para ela, aquela era uma vitória inesperada e doce. O clima ao redor parecia eletrificado, e ela se deleitava com a situação, observando a rival em apuros.

— Imediatamente! - A ordem de Alessandro pairou no ar como um trovão, ecoando nas paredes da sala.

A tensão era palpável; Roxanna estava claramente lutando contra a pressão que a cercava. Ela sabia que deveria se submeter à exigência dele, mas a raiva fervente dentro dela a impedia de ceder.

— Porque eu deveria? Eu não vou me desculpar por chamá-la do que ela é: uma vadia e cobra! - As palavras de Roxanna saíram como um disparo, desafiadora e carregada de desprezo.

Sua voz tremia com raiva contida, cada sílaba carregada de desdém enquanto ela encarava Alessandro.

Ele não hesitou; os seus passos eram decididos e firmes enquanto se aproximava de Roxanna.

Seu olhar perfurante transmitia uma raiva fervente, uma tempestade prestes a eclodir. Ele estava determinado a defender Violet e mostrar que não aceitaria aquele tipo de comportamento.

À medida que ele avançava, Roxanna recuou instintivamente, como se o peso da desaprovação dele fosse uma força opressiva que a esmagava.

O olhar dele era intenso, ardente com indignação, e cada passo que ele dava parecia aumentar a pressão sobre ela. Roxanna tentava manter sua postura desafiadora, mas havia um lampejo de certeza em seus olhos.

A sala observava em silêncio, todos os funcionários testemunhando o embate entre o presidente e a vice-presidente.

Era um confronto em que as emoções estavam à flor da pele; o clima era tenso como uma corda esticada prestes a romper-se.

Violet sentia-se poderosa ao ver sua rival recuar diante da determinação de Alessandro.

Alessandro parou bem diante de Roxanna, seu olhar fixo no dela. A intensidade do momento fez com que todos os presentes contivessem a respiração; ninguém ousaria interromper aquela batalha verbal.

Roxanna estava encurralada entre sua raiva e a pressão imposta por ele, cada segundo parecendo se arrastar enquanto ela lutava para encontrar uma saída para aquela situação constrangedora.

A tensão na sala era palpável, como um fio prestes a se romper. Alessandro, com um olhar intenso e determinado, encarou Roxanna e disparou:

— Por que você tem problemas com todos ao nosso redor? Não percebe que o maior problema é você? - Suas palavras caíram como um golpe pesado, ecoando na sala e fazendo com que todos os presentes sentissem o impacto: — Sempre foi você.

Violet, que observava a cena com um misto de satisfação e desprezo, não deixou passar a oportunidade de intervir. Com um sorriso sarcástico no rosto, ela declarou:

— Nunca fui tratada com tanta grosseria, Alessandro. A vice-presidente é maldosa. - Sua voz estava carregada de desprezo enquanto ela lançava um olhar gélido para Roxanna, cada palavra sua como uma facada.

A sala estava em silêncio absoluto; os funcionários estavam em choque diante da cena.

As especulações começaram a surgir entre os presentes.

Roxanna, que sempre havia sido uma figura forte e respeitada na empresa, agora parecia uma mulher egoísta e invejosa.

Havia murmúrios sobre a inveja que Roxanna sentia da nova adição à equipe, especialmente porque Violet havia conquistado o coração do presidente. As pessoas começaram a sussurrar que Roxanna era uma aproveitadora, alguém que não conseguia lidar com a nova dinâmica.

— Peça desculpas. Não vou repetir novamente! - Exigiu Alessandro, sua voz baixa e ameaçadora.

O tom dele era firme.

Roxanna olhou para ele com desprezo e respondeu:

— Não.

Em um ato impulsivo, ela empurrou Alessandro levemente e falou alto:

— Porque a sua esposa tem que pedir desculpas à sua amante?

A revelação caiu como uma bomba na sala; os rostos dos funcionários se contorceram em choque enquanto as palavras dela reverberavam.

Alessandro pressionou a mandíbula, lutando contra a raiva e a frustração, enquanto Violet ficou sem palavras, sem ter como argumentar diante daquela acusação explosiva.

Todos os olhos estavam fixos em Roxanna, que continuou:

— Você escondeu nosso casamento por três anos. Acha realmente que agora tenho que aturar sua amante? É isso que ela é: uma amante. Acha que alguém aceitaria isso tão bem? Eu não sou sua marionete, Alessandro!!

— Cala a boca, Roxanna!!! - Alessandro explodiu, sua voz ecoando pela sala: — Nosso casamento foi obrigado! Eu nunca te amei! - As palavras dele eram como uma lâmina cortante, e todos sentiram a dor da revelação.

Roxanna virou-se para Violet e disse:

— Você não roubou ele de mim, Violet. Apenas levou o meu problema. - A frieza em sua voz deixava claro que ela estava disposta a lutar até o fim.

Ela tinha uma decisão a tomar.

Roxanna, com um gesto firme e decidido, estendeu a mão até a bolsa sobre a mesa. Seus dedos mergulharam na bolsa, buscando o objeto que representava a promessa quebrada. A aliança, símbolo de amor e compromisso, foi retirada com delicadeza, mas também com uma dose de raiva contida.

Com um movimento brusco, Roxanna jogou a aliança no chão de cerâmica, onde ela quicou com um som metálico agudo, ecoando pelo estúdio de fotos silencioso.

O som reverberou, como se destacasse a quebra do vínculo.

Alessandro e Violet, surpresos, congelaram, olhando para a aliança no chão.

O olhar de Roxanna, intenso e desafiador, encontrou o de Alessandro, refletindo dor, raiva e libertação.

O silêncio que seguiu foi pesado, carregado de emoções não ditas. Então anunciou:

— Eu me demito e você, como meu marido, pague minha multa rescisória. - Com essa declaração final, Roxanna saiu da sala com um passo decidido, deixando todos em estado de choque.

Alessandro caminhou até a saída para ir atrás dela, mas ao ver Violet desabar no chão em desespero, seu coração vacilou. Ele sentiu um conflito interno; a raiva por Roxanna ainda queimava dentro dele, mas ao mesmo tempo havia uma parte dele que se preocupava profundamente com o sofrimento dela.

Ele hesitou por um momento antes de se aproximar de Violet.

Os sentimentos estavam à flor da pele.

Alessandro olhava para Roxanna se afastando enquanto lutava com suas emoções contraditórias.

Ele queria gritar para ela voltar e parar de fazer drama; ao mesmo tempo, sabia que as feridas abertas entre eles eram profundas demais para serem ignoradas.

Roxanna estava em um turbilhão de emoções quando decidiu chamar o elevador. O ambiente ao seu redor parecia desvanecer enquanto ela pressionava o botão, como se cada segundo estivesse se arrastando, refletindo a intensidade de sua dor. O elevador chegou com um suave "ding", e as portas se abriram, revelando um espaço pequeno e confinado que agora parecia ser seu único refúgio.

Assim que entrou, sentiu uma onda de frio ao encostar-se na parede metálica, como se a superfície gélida pudesse absorver um pouco do calor das suas lágrimas.

Quando as portas se fecharam, a sensação de claustrofobia foi acompanhada por um desespero profundo.

Roxanna começou a chorar silenciosamente, permitindo que as lágrimas escorressem livremente pelo seu rosto. Ela nunca imaginou que estaria ali, sozinha, lidando com a revelação devastadora de que era casada em segredo com o homem que amava, mas que ele a traíra.

O amor que sentia por ele era intenso e verdadeiro, mas agora estava misturado com a dor de uma traição cruel. Ela o amava tanto, mas também sabia que precisava aprender a se amar antes de qualquer outra coisa.

Enquanto as luzes do elevador piscavam em sua descida, Roxanna refletiu sobre tudo o que havia passado. As lembranças dos momentos felizes ao lado do marido eram agora sombras de um passado distante, eclipsadas pela realidade amarga que enfrentava. Quando finalmente ouviu o "click" das portas se abrindo novamente, ela estava longe da mulher submissa que costumava ser.

À sua frente estava Melissa, sua sogra, com um olhar cheio de desprezo.

— Você realmente nunca mereceu meu filho, sua... - Começou Melissa, mas Roxanna não estava disposta a ouvir mais insultos.

A raiva e a dor inflamaram seu coração e ela interrompeu:

— Cala a boca! A senhora nunca conseguiu segurar seu marido que a trocou por outra e agora acha que pode me dar lição de moral? - As palavras saíram dela como uma explosão de coragem.

O choque no rosto de Melissa era evidente.

Roxanna percebeu que estava finalmente se afirmando.

— A senhora pode me odiar o quanto quiser.. - Continuou ela, com uma força renovada: — Mas eu sou a pessoa que a senhora nunca teve coragem de ser, porque o dinheiro comprou sua dignidade e amor próprio.

Melissa ergueu a mão para bater em Roxanna, mas aquela ruiva não iria permitir ser intimidada por ninguém. Com um movimento rápido e decidido, segurou o pulso da sogra com firmeza.

— Não me toca nunca mais! Cansei das suas humilhações, do seu desprezo. Eu não vou mais tolerar isso!! - Disse ela com uma voz firme e cheia de determinação.

Ao empurrar a mão da mulher para longe, viu o choque estampado no rosto de Melissa; aquela era uma Roxanna diferente da mulher submissa que sempre aceitara os ataques dela sem reação.

Com passos firmes e decididos, Roxanna saiu da empresa e seguiu rapidamente para o cartório.

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