Ele sempre a protegeria

A sala estava impregnada de uma tensão quase palpável quando Alessandro, com um olhar que misturava possessão e carinho, segurou ternamente as mãos de Violet.

— Eu trouxe Violet aqui para falarmos sobre nosso contrato com ela. Ela será nossa nova modelo e isso é definitivo. - As palavras dele ecoaram na sala, e Roxanna, incapaz de processar o que estava acontecendo, olhou para ele com um rosto vazio, como se tivesse sido atingida por uma onda de desespero.

— Venha aqui, Violet, deixa eu te apresentar a responsável que vai cuidar da sua carreira aqui na empresa. - Ele disse, sua voz suave e envolvente, algo que Roxanna nunca ouvira dele.

— Roxy vai conversar com você sobre o contrato. - A forma como ele tratava Violet parecia um contraste gritante com o que havia entre eles.

Roxanna, sentindo a raiva e a humilhação se acumularem dentro dela, removeu o seu crachá e declarou:

— Estou fora. - Ela jogou o objeto no chão com força; ele caiu fazendo um estrondo que ressoou no silêncio opressivo da sala.

Alessandro não se deixou abalar pela cena dramática. Com uma frieza calculada, disse:

— Não faça dramas. Você mal tem para onde ir. Sabe que se recusar pagará uma multa alta por quebra de contrato. E como vice-presidente, acha que vão te contratar em outra empresa com sua falta de profissionalismo? - Cada palavra dele era como um golpe, e Roxanna se sentiu profundamente humilhada.

O homem que ela amou por três anos havia decidido escolher a amante em vez dela.

Agora, ela estava sendo forçada a servir a mulher que havia destruído seu casamento.

A dor do tapa ainda latejava em seu rosto, e as revelações dele permaneciam cravadas em seu coração como estacas afiadas. Sem conseguir encontrar palavras para expressar sua indignação ou tristeza, ela ficou em silêncio, consumida pela dor e pela traição.

Alessandro então inclinou-se e beijou a testa de Violet antes de sair da sala.

Quando a porta se fechou atrás dele, a atmosfera mudou instantaneamente. Violet, que parecia tão inocente até aquele momento, deu uma risada alta e desdenhosa.

— Você realmente acha que três anos é o suficiente para fazer um homem como ele me esquecer com você? Você é tão patética!

Roxanna riu secamente, sentindo a dor na bochecha ainda pulsando.

— Você se diz tão pura, se vangloriando tanto como uma pobre inocente, mas atualmente é a amante. A aliança de casamento está em qual dedo, Violet? - Sua voz tinha um tom ácido, mas logo foi ofuscada pela resposta de Violet.

— Por pouco tempo. - Violet respondeu com um sorriso triunfante: — Quer saber onde ele estava esses três meses fora? Ele não foi trabalhar; ele estava me procurando. Sim, Roxanna. Enquanto você aquecia a cama com ele, era a mim que ele pensava. - As palavras dela eram venenosas e cortantes: — Quem é a ridícula agora?

Aquelas revelações eram como facadas na ferida aberta de Roxanna.

A dor da traição se transformava em raiva enquanto as verdades cruéis se desenrolavam diante dela. A sala parecia girar ao seu redor enquanto ela tentava processar tudo o que acabara de ouvir; cada palavra de Violet era um lembrete do quanto havia perdido e do quanto ainda poderia perder.

A tensão no ar era palpável enquanto Violet encarava Roxanna, seu olhar fixo e determinado.

— Quero que você saia desse transe e pare de ser um obstáculo na minha vida. - Violet disse, sua voz cortante como uma lâmina, enquanto gesticulava com ênfase, quase como se estivesse tentando desviar a atenção da própria insegurança.

Roxanna permaneceu firme, cruzando os braços e levantando uma sobrancelha:

— É mesmo? E como estou interferindo na sua vida? - Sua voz era calma, mas havia uma chama de desafio em seus olhos.

Violet não hesitou.

— Seu casamento com Alessandro é um espinho do meu lado. Então, vamos direto ao ponto, certo? Peça o divórcio e desapareça da vida dele. - As palavras saíram de sua boca com uma frieza calculada.

— Por que eu faria isso? - Roxanna retrucou, suas mãos se fechando em punhos ao seu lado, a raiva começando a transparecer em sua expressão.

Violet olhou para ela de cima a baixo, um sorriso debochado surgindo no seu rosto.

— Para que ele finalmente possa ficar com a mulher que deseja. Eu! - O desprezo na sua voz era evidente.

Roxanna sentiu a ira crescendo dentro de si enquanto se aproximava de Violet, invadindo o seu espaço pessoal.

— Se Alessandro realmente te desejasse... - Ela começou, o tom desafiador em sua voz: — Ele teria me largado. Três anos atrás, ele teria pedido a sua mão. Mas você fugiu como uma covarde quando ele estava naquela cadeira de rodas.

Violet riu, desdenhosa.

— É isso que você acredita? - Ela provocou, seu olhar penetrante enquanto diminuía a distância entre as duas: — É por isso que você finge não ver quando ele chega tarde com meu perfume no corpo? Ou quando eu uso as roupas dele que você lava depois de fazermos amor?

O sorriso de Violet se alargou, desafiador.

— Quer saber um segredinho? Ele até me convidou para viajar com ele na próxima semana. Imagine isso, querida! Nós dois tomando tequila na Itália por 15 gloriosos dias, enquanto você fica sozinha na mansão como um cachorro esperando por migalhas. Enquanto eu sou apresentada ao mundo ao lado dele, o que sabem sobre você!? Se ele tivesse amor por você, ele iria te esconder? Hahaha. - Suas palavras eram punhais direcionados diretamente ao coração de Roxanna.

Roxanna tentou manter a compostura, mesmo sentindo-se quebrada por dentro. Ela esboçou um sorriso forçado e disse:

— Então, parece que você já tem o que quer. Ele é todo seu. - Sua voz era fria como gelo.

Ao olhar para Violet, uma onda de repulsa tomou conta de Roxanna. Apesar da aparência deslumbrante de Violet — o cabelo perfeitamente arrumado e o vestido elegante — havia algo vazio em sua beleza; parecia fabricada e insincera.

Cada movimento dela era calculado, cada palavra carregada de segundas intenções. Era como se ela estivesse usando uma máscara para esconder quem realmente era.

— Nem tudo ainda. Eu quero da a ele um filho. Porque se você engravidar dele, o bebê pode morrer! - Disse Violet com ódio em seus olhos.

O clima na sala de ensaio estava carregado de tensão quando, num momento de pura fúria, Roxanna ergueu a mão e desferiu um forte chute na estrondoso tapa violento no rosto de Violet.

O som do impacto ecoou pelo ambiente, e Violet caiu para trás com um baque surdo, como se fosse um sapo atingido. O piso de cerâmica rangia sob seu peso enquanto ela se endireitava, olhando para Roxanna com um ódio interminável.

Os funcionários que estavam nas proximidades ouviram o estrondo e correram para a sala, preocupados com o que poderia ter acontecido.

Ao abrirem a porta, os seus olhos arregalaram-se em choque ao testemunharem a cena: Roxanna, a vice-presidente gentil e calma, estava intimidando a nova modelo.

O contraste era gritante e eles mal podiam acreditar no que viam.

Violet, ainda atordoada, fez uma cara de choro e implorou:

— Por favor, senhorita Rasmussem! Eu não vou ficar com o presidente. Eu só tô fazendo o meu trabalho por causa dos meus pais. - Suas palavras saíam entre soluços, enquanto os funcionários olhavam para Roxanna com expressões de incredulidade e desapontamento.

Murmúrios começaram a surgir entre eles, insinuando que Roxanna estava agindo de forma inaceitável.

Mas Roxanna não parecia se importar com a repercussão. O seu olhar estava fixo em Violet, que continuava a suplicar:

— Por favor, não me deixe perder esse emprego. Prometo dar o melhor de mim. - A falsidade nas palavras de Violet parecia apenas alimentar ainda mais a raiva fervente dentro de Roxanna.

Cansada da falsidade da mulher diante dela, Roxanna levantou novamente a sua mão em um gesto que prometia retaliação.

A raiva pulsava em suas veias, misturada ao gosto amargo da traição que ela sentia por Alessandro— um homem que nunca teve consideração por tudo o que ela fez.

Mas antes que ela pudesse liberar a sua fúria contra Violet, algo interrompeu o seu movimento: um aperto forte como um torno prendeu o seu pulso.

Era Alessandro.

— Não ouse tocá-la! - A voz dele era firme e cheia de autoridade, uma barreira entre as duas mulheres.

O olhar intenso dele fixava-se em Roxanna com uma mistura de desagrado e proteção. Ele estava ali para defender Violet, uma ação inesperada que deixou todos na sala em silêncio absoluto.

Roxanna ficou paralisada por um instante, sua mão suspensa no ar enquanto tentava processar o que estava acontecendo.

O choque nos rostos dos funcionários se tornava ainda mais evidente; eles assistiam à cena como se estivesse acontecendo em câmera lenta.

A sala de ensaio tornou-se um campo de batalha emocional onde as lealdades eram testadas e as verdadeiras intenções expostas.

Alessandro olhou para Violet com preocupação nos olhos, a sua presença era uma âncora em meio ao caos.

Enquanto isso, Roxanna lutava contra os sentimentos conflitantes dentro dela — raiva por ter sido interrompida e dor por ver Alessandro defendendo alguém como Violet.

Violet, demonstrando uma cena a favor dela, correu em direção a Alessandro, agarrando-o firmemente como se ele fosse seu único refúgio.

Seu rosto com uma tristeza calculada correu e se encostou nele, buscando segurança em sua presença.

Com os olhos brilhando de lágrimas, ela olhou para Alessandro e disse com a voz trêmula:

— Ela queria me bater, Alessandro, só porque eu disse que ela não precisava se preocupar comigo, que eu daria meu melhor. - Havia um drama intenso em suas palavras, como se cada sílaba estivesse carregada de peso emocional.

As lágrimas começavam a escorregar por seu rosto enquanto ela continuava:

— Ela acha que estou tentando roubar o lugar dela. - O tom melodramático de Violet capturava a atenção de todos na sala.

Os funcionários observavam a cena, alguns com expressões de preocupação e outros com um misto de curiosidade e espanto.

Enquanto isso, Roxanna não podia suportar ver Violet se fazendo de vítima. Com um sorriso sarcástico, ela aplaudiu lentamente.

— Wow! Você é uma mentirosa desgraçada. Tem talento. Está na profissão errada. Deveria entrar no meio artistico! - As palavras dela eram cortantes como facas, e sua voz sibilante encheu o ar com desprezo.

Avançou em direção a eles, cada passo carregado de hostilidade.

Mas Alessandro não hesitou. Ele rapidamente se colocou entre Roxanna e Violet, sua postura firme e protetora.

— Roxanna, chega! - A voz dele reverberou pela sala, densa de frustração e advertência. O olhar que ele lançou para Roxanna era penetrante, como se estivesse tentando fazer com que ela visse a gravidade da situação: — Violet é uma amiga, uma convidada. - Ele continuou, sua determinação crescendo: — E eu não vou tolerar que você a trate com violência.

A tensão na sala era palpável; todos os olhos estavam fixos no confronto entre Alessandro e Roxanna. Ele estava claramente disposto a defender Violet a qualquer custo.

— Peça desculpas a ela! - A ordem era clara e inegociável: — Você está fazendo papel ridículo na frente dos funcionários!

O clima ficou pesado após suas palavras; o silêncio era quase ensurdecedor enquanto todos assimilavam o que estava acontecendo.

Roxanna parou por um momento, seu olhar desafiador encontrando o de Alessandro. Era um embate de vontades; um duelo silencioso onde as emoções ferviam sob a superfície.

Violet permaneceu agarrada a Alessandro, sentindo-se tanto aliviada e feliz pelo confronto.

Suas lágrimas ainda brilhavam nos olhos enquanto ela observava o cenário se desenrolar à sua frente. Ela sabia que estava no centro de uma tempestade emocional — mas desta vez ela sairia vencedora.

Roxanna parecia hesitar por um breve instante; talvez fosse o peso das palavras de Alessandro ou o olhar desapontado dos funcionários que finalmente começou a penetrar seu escudo de indiferença.

Mas o jogo ainda não havia terminado; as chamas da rivalidade ainda ardendo intensamente entre ela.

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