Encontro de Corações

Hoje Alex havia combinado de levar Amélia para um jantar e a noite estava especialmente envolta em uma aura de romantismo.

O carro de Alex cortava a cidade tranquila, iluminada pelas luzes suaves das ruas.

Amélia, ao seu lado, observava as luzes se refletindo nas janelas, sem dizer nada, mas seu sorriso suave e os olhos brilhantes entregavam o quanto ela estava empolgada. A atmosfera estava carregada de uma energia especial, uma promessa de algo novo que estava nascendo entre os dois.

Quando chegaram ao restaurante, Alex abriu a porta para Amélia com uma gentileza que ela não sabia como responder.

Ao sair do carro, ela observou o local com um ar de surpresa.

O restaurante estava discretamente escondido entre outros prédios, mas, ao atravessar a porta de vidro, a atmosfera a envolveu imediatamente. O ambiente era elegante e acolhedor, com luzes baixas e velas acesas nas mesas. O som de um piano tocava suavemente ao fundo, misturado com o leve murmúrio das conversas. Tudo estava perfeito, como se fosse feito para eles.

O garçom os guiou até uma mesa isolada, em um canto romântico, onde eles estavam rodeados por flores e velas. A luz suave iluminava seus rostos, destacando a tensão, mas também a conexão palpável que se formava entre eles.

Alex puxou a cadeira para Amélia com um sorriso tranquilo.

- Aqui é perfeito\, Alex – disse Amélia\, sentindo-se tocada pela atenção dele.

O restaurante estava em perfeita harmonia com o clima que ele queria criar para aquela noite.

Ele sorria com prazer ao vê-la feliz, sabendo que aquele momento era importante.

Não apenas por ser um encontro romântico, mas porque ele queria, mais do que tudo, mostrar a Amélia que ele estava disposto a construir algo real com ela, sem pressa, sem joguinhos.

Ele queria que ela soubesse o quanto ela significava para ele.

- Fico feliz que gostou – respondeu Alex\, sentando-se à sua frente.

Ele olhou para ela por um momento, como se estivesse observando algo que até então não tinha notado. A expressão dela estava suave, seus olhos brilhando com uma doçura que ele não sabia como descrever.

– Eu realmente queria que fosse perfeito.

Amélia sorriu, sentindo um calor estranho se espalhar por seu corpo. Ela ainda estava um pouco hesitante, a incerteza do que vinha pela frente pairando sobre ela, mas naquele momento, tudo parecia certo.

O garçom trouxe o menu, e Alex fez questão de escolher os melhores pratos, sempre perguntando se ela tinha alguma preferência.

Eles começaram a conversar sobre coisas leves, rindo das piadas bobas que surgiam.

O clima descontraído fazia com que Amélia relaxasse cada vez mais.

Conforme o jantar prosseguia, o ambiente parecia desaparecer, e o único som que importava era o ritmo suave da música e as vozes deles.

O vinho fluía suavemente, e as taças se tocavam em brindes silenciosos. Alex olhava para Amélia com uma intensidade que ela não podia ignorar, e, mesmo sem palavras, ela sentia o quanto ele estava presente ali, naquela noite.

- Então\, Amélia\, me fale mais sobre você – disse Alex\, depois de um longo gole de vinho\, tentando quebrar a leve tensão que restava.

– Eu sei que a sua vida não foi fácil, e quero saber mais sobre quem você é, o que te faz ser quem você é.

Ela hesitou por um momento, mas o olhar dele a fez se sentir segura. Amélia sabia que, de alguma forma, aquele homem estava disposto a entender seu passado, mesmo que fosse doloroso.

- Eu… cresci em um ambiente difícil\, Alex – ela começou\, sua voz suavizando enquanto falava. – Como você sabe\, meu pai é uma figura que sempre me marcou\, mas não da maneira que ele gostaria. Eu tentei fugir de tudo o que ele representava por muito tempo. E\, em muitos momentos\, eu nem sabia mais quem eu era\, ou o que eu queria da vida. Eu só estava tentando sobreviver.

Alex a ouviu atentamente, sem interromper, como se estivesse absorvendo cada palavra, cada pedaço da história dela. Ele não fazia ideia do quão difícil tinha sido para ela, mas sentia a dor em sua voz. Ele nunca poderia entender completamente, mas queria fazer parte da cura de alguma forma.

- Eu… eu entendo um pouco disso – disse ele com suavidade. – Meu pai também me marcou de uma maneira diferente\, mas de uma forma que não posso esquecer. Ele… ele fez coisas que mudaram minha vida para sempre.

Amélia o olhou, surpresa.

Ela não sabia que Alex também tinha um passado difícil.

- O que aconteceu\, Alex? – perguntou ela\, a curiosidade tomando conta de seu tom.

Ele baixou os olhos por um momento, pensando nas palavras certas.

Quando olhou novamente para ela, seus olhos estavam mais sérios, como se o peso das lembranças estivesse voltando com força.

- Minha mãe... ela faleceu quando eu era mais jovem. Devido ao meu pai. Ele estava envolvido com coisas que eu nunca soube detalhadamente\, mas sei que foi a relação dele com pessoas erradas que a levou a falecer. Ela estava em um lugar errado na hora errada. E desde então\, meu pai se afastou de mim. Ele nunca foi o mesmo depois disso. Eu o perdi duas vezes – disse ele\, a dor em sua voz revelando a profundidade da sua experiência.

Amélia não sabia o que dizer.

Ela sentia uma empatia profunda por ele, sentia o peso da história que ele carregava.

Era mais do que ele estava revelando, ela podia ver isso em seus olhos. Era uma dor que ele ainda não havia superado, uma ferida aberta.

- Ei não sabia disso\, Alex. Isso deve ter sido muito difícil para você – disse Amélia\, tocando a mão dele\, como se pudesse aliviar um pouco daquela dor.

Alex olhou para ela com gratidão, um sorriso tímido nos lábios.

Ele nunca havia falado sobre isso com ninguém, mas sentia que, com ela, ele podia dividir esse peso.

- Obrigado por ouvir\, Amélia – disse ele\, com sinceridade. – E agora\, o que importa é que encontrei você.

O jantar continuou, mas o clima entre eles havia mudado.

Não era mais apenas uma refeição agradável; agora havia uma conexão mais profunda, mais sincera.

A conversa se tornou mais íntima, os olhares mais prolongados, os gestos mais suaves.

Quando o prato principal foi retirado e o garçom trouxe uma sobremesa indulgente, Alex observou Amélia com uma intensidade renovada, como se estivesse tentando reunir coragem para algo importante.

Ele respirou fundo, seu olhar fixo nela. Ela percebeu a mudança no ar, e seu coração disparou.

- Amélia… - começou ele\, sua voz mais baixa e carregada de significado.

– Eu não quero mais esconder o que sinto. Eu amo você. E, no fundo, sempre soube que seria com você que eu queria dividir minha vida.

Ela o olhou, completamente tomada pela emoção que aquelas palavras causaram nela.

Ele não podia saber o quanto ela precisava ouvir isso, não de alguém qualquer, mas dele. Alex tinha se tornado mais do que ela imaginara, e agora, mais do que nunca, ela sentia que o que eles tinham era real.

- Eu também te amo\, Alex – disse ela\, com a voz cheia de emoção\, a resposta saindo sem hesitação.

Antes que as palavras pudessem se dissipar no ar, Alex se inclinou para frente, os lábios encontrando os dela em um beijo suave, mas cheio de significado.

Eles se perderam um no outro, como se o mundo tivesse parado, como se aquele momento fosse a única coisa que importasse.

Quando o beijo terminou, ambos estavam sem fôlego, os olhos fechados por um instante, saboreando a intensidade daquilo que estavam compartilhando.

Eles sabiam que, a partir daquele momento, nada mais seria como antes.

Eu te amo, Amélia – sussurrou Alex, sua voz cheia de ternura.

Ela sorriu, seus olhos brilhando.

Eu te amo, Alex.

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