o herdeiro dás tumbas perdidas

Capítulo 11: A Dama de Cinzas

Kian limpou o sangue seco de sua adaga enquanto olhava para a entrada da tumba diante dele. Uma energia densa emanava das pedras, como se o próprio ar estivesse vivo, vibrando com um poder antigo e selvagem. Ele sabia que esta não seria uma exploração comum. As inscrições gravadas na pedra gritavam um aviso claro: "Aqui jaz o último trono. Profane-o e pague com sua alma."

— Algum arrependimento? — perguntou Lira, encostada em uma das colunas de pedra, o olhar fixo nele.

Kian deu de ombros, um sorriso irônico surgindo em seus lábios.

— Só vou me arrepender se não sair com nada.

Ela revirou os olhos.

— Você realmente acha que isso é só mais uma tumba? Não sente essa energia? Essa coisa quer nos engolir vivos.

Ele guardou a adaga no cinto e começou a caminhar em direção à entrada.

— Já passei por lugares piores.

Lira suspirou e o seguiu, apertando sua lança com força.

Dentro da tumba, o ambiente era sufocante. As paredes, cobertas por símbolos desgastados, pareciam se mover à medida que a luz das tochas os iluminava. A cada passo, o silêncio se tornava mais opressivo, até que um som os fez parar.

— Você ouviu isso? — perguntou Lira, sua voz um sussurro.

— Sim. — Kian se virou, seus olhos se estreitando enquanto tentava identificar a origem do som.

De repente, uma figura surgiu das sombras, uma mulher vestida com um manto de cinzas. Seu rosto estava coberto por uma máscara, mas sua presença era esmagadora.

— Vocês ousam entrar no domínio da Dama de Cinzas? — Sua voz era um sussurro gélido, mas carregava uma autoridade que fez Lira recuar instintivamente.

Kian, no entanto, deu um passo à frente.

— Não estamos aqui para desafiar ninguém. Apenas queremos o que está escondido aqui.

A mulher inclinou a cabeça, como se considerasse suas palavras.

— O que está escondido aqui não pertence a você, invasor.

Ele sorriu.

— Isso é o que veremos.

Antes que ela pudesse responder, a tumba começou a tremer. As paredes desmoronavam, e figuras feitas de cinzas emergiram, cercando-os. Lira brandiu sua lança, mas Kian a impediu.

— Não adianta lutar contra isso. Precisamos encontrar o coração da tumba.

— E como pretende fazer isso? — ela gritou, enquanto uma das criaturas avançava.

— Confie em mim.

Kian fechou os olhos e concentrou-se. Ele sentiu o poder da tumba fluindo ao seu redor, conectando-se a ele. De repente, as figuras de cinzas congelaram, como se estivessem sob o controle dele.

A mulher deu um passo à frente, sua máscara brilhando com uma luz sinistra.

— Você é mais do que um simples invasor.

Kian abriu os olhos, seu olhar firme.

— E você é mais do que uma simples guardiã.

A tensão era palpável, mas antes que pudessem continuar, uma porta oculta se abriu no fundo da sala.

— O coração da tumba — sussurrou Lira.

Sem hesitar, eles avançaram, a Dama de Cinzas os observando com um interesse renovado.

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