Arthur saiu da sala da diretora com um sorriso de satisfação. Ele havia vencido mais uma vez, mas sabia que não podia baixar a guarda. A guerra dentro da escola ainda não tinha acabado.
No corredor, Clara e Rafael o esperavam.
— E então? — Clara perguntou, os olhos atentos a qualquer sinal de perigo.
— Eles recuaram — Arthur respondeu, guardando o celular no bolso. — Por enquanto.
Rafael cruzou os braços.
— Por enquanto? Você praticamente fez a diretora se ajoelhar.
Arthur riu de leve.
— Sim, mas o orgulho dela foi ferido. Pessoas como ela não esquecem. Apenas esperam uma chance para revidar.
Clara assentiu, entendendo o que ele queria dizer.
— Então, qual é o próximo passo?
Arthur olhou ao redor. O corredor estava mais silencioso que o normal. Algo parecia estranho.
— Primeiro, precisamos descobrir quem mais está nos observando. Ainda sinto que há alguém nas sombras.
E ele não estava errado.
Um Aviso Inesperado
No intervalo, Arthur recebeu um bilhete anônimo dentro do seu armário.
"Você pensa que venceu, mas ainda não viu nada. Sua queda será inevitável."
Clara leu por cima do ombro dele e bufou.
— Mais um tentando te intimidar?
Arthur sorriu de canto.
— Não. Isso é diferente.
Rafael pegou o papel.
— Como assim?
Arthur apontou para a caligrafia.
— Alguém escreveu isso com calma, sem pressa. Não é uma ameaça impulsiva de um alfa irritado. Isso veio de alguém calculista.
Clara franziu a testa.
— Miguel?
— Não — Arthur descartou. — Se fosse ele, viria diretamente a mim.
Ele dobrou o bilhete e guardou no bolso.
— Precisamos descobrir quem mandou isso.
A Armadilha
Naquela mesma tarde, Arthur decidiu agir.
Ele instruiu Clara e Rafael a ficarem atentos a qualquer movimentação suspeita. Enquanto isso, ele seguiu como se nada estivesse acontecendo, esperando que seu inimigo fizesse um novo movimento.
E aconteceu mais rápido do que imaginava.
Ao sair da escola, um grupo de alunos desconhecidos cercou Arthur. Eles não eram alfas conhecidos, nem ômegas revoltados. Eram neutros, mas com uma postura de quem sabia o que estava fazendo.
— Arthur, queremos conversar — um deles disse.
Arthur analisou o grupo. Cinco no total.
— E sobre o que seria essa conversa?
— Sobre você ter ultrapassado seus limites.
Arthur riu.
— Interessante. E quem exatamente decidiu que eu ultrapassei limites?
O líder do grupo não respondeu de imediato.
Arthur percebeu: eles não estavam ali sozinhos.
E, no segundo seguinte, Clara e Rafael surgiram dos lados, prontos para intervir.
O clima ficou tenso.
— Não estamos aqui para brigar — o garoto insistiu.
Arthur manteve a calma.
— Então, falem.
O garoto hesitou antes de finalmente dizer:
— Alguém quer te ver cair. E essa pessoa não é um aluno.
Arthur estreitou os olhos.
— Explique-se.
— Nós só fomos enviados para te avisar. Há alguém puxando os fios por trás de tudo. Alguém que quer você fora, custe o que custar.
Arthur sentiu um frio na espinha.
Ele sempre soube que havia mais jogadores nesse tabuleiro.
Mas agora, ele precisava descobrir quem era o verdadeiro inimigo.
Arthur manteve a expressão impassível, mesmo com as palavras do garoto ecoando em sua mente.
— Alguém quer me ver cair? — Ele repetiu, cruzando os braços. — E vocês são apenas mensageiros?
O líder do grupo assentiu.
— Nós só recebemos a ordem de te dar esse aviso. Nada além disso.
Arthur estreitou os olhos, analisando cada um dos cinco alunos. Eles não tremiam, não hesitavam. Isso significava duas coisas: ou estavam acostumados a lidar com situações perigosas ou acreditavam firmemente na força da pessoa que os enviou.
— Se não são os professores, quem é? — Rafael perguntou, impaciente.
O garoto hesitou, depois balançou a cabeça.
— Não sabemos. Só fomos pagos para entregar o aviso.
Arthur sorriu de canto.
— Pagos? Agora está ficando interessante.
Clara deu um passo à frente, os olhos afiados.
— Quem pagou vocês?
— Não sabemos — o garoto repetiu. — O dinheiro foi deixado para nós com instruções claras. E antes que perguntem, não conseguimos rastrear quem foi.
Arthur observou a postura deles. Não pareciam estar mentindo.
Isso significava que a pessoa por trás disso era cuidadosa.
Muito cuidadosa.
— E o que acontece se eu ignorar esse aviso? — Arthur perguntou.
O garoto hesitou, depois olhou diretamente nos olhos dele.
— A pessoa por trás disso não vai parar. Vai continuar até conseguir o que quer.
Arthur soltou uma risada baixa.
— Isso significa que eu realmente incomodei alguém importante.
Os cinco alunos não responderam.
Arthur deu um passo à frente, sua presença sufocante fazendo o líder do grupo engolir em seco.
— Diga ao seu empregador que eu não caio tão fácil. Se quer me derrubar, que venha pessoalmente.
O garoto hesitou, mas acabou assentindo.
— Entendido.
Com isso, o grupo se afastou e desapareceu pela rua.
Clara bufou.
— Isso não é bom.
— Não, não é — Arthur admitiu.
Rafael franziu a testa.
— E agora?
Arthur olhou para o céu escurecendo e sorriu.
— Agora, começamos a caçar.
A Noite da Caçada
Arthur passou a noite inteira analisando as informações que possuía. Quem poderia ter dinheiro, influência e ódio suficiente para querer vê-lo destruído?
Os professores estavam intimidados. Os alunos, controlados. Mas ainda havia alguém nos bastidores.
E então, um pensamento surgiu.
Os pais dos alfas derrotados.
Se havia um grupo que realmente tinha motivos para querer se vingar, eram os responsáveis pelos garotos que Arthur havia esmagado no chão. E muitos deles eram empresários, políticos e figuras importantes.
Ele pegou o celular e enviou uma mensagem para Miguel.
"Descubra se algum pai de alfa influente está se movendo contra mim. Quero nomes até amanhã."
A resposta veio rápida.
"Já estou nisso."
Arthur sorriu.
Se queriam vê-lo cair, teriam que fazer muito mais do que apenas enviar avisos anônimos.
Porque agora, era ele quem estava caçando.
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Atualizado até capítulo 74
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