Sabrina acordou na madrugada, o silêncio pesado da casa de Arthur se arrastando como uma nuvem escura. Era ali, entre as paredes frágeis e o cheiro de descuido, que ela começaria sua ascensão. O corpo de Arthur, ainda fraco e indefeso, não poderia esconder o que ela já sabia ser seu destino. Com seus olhos ferozes, ela observou cada canto do pequeno quarto. Cada detalhe agora era seu campo de batalha.
O relógio no canto da parede indicava que era cedo, mas a mente de Sabrina estava em pleno funcionamento. Sentia a urgência pulsando em suas veias. Não podia esperar mais tempo, não podia se permitir permanecer na sombra da fraqueza que aquele corpo representava. Ela já havia conquistado impérios e derrubado gigantes, e agora estava diante de um novo jogo, um que exigia paciência e astúcia.
Arthur, como se nada tivesse mudado, levantou-se lentamente da cama. Ele havia sido ensinado a ser submisso, a seguir regras invisíveis impostas pela sociedade que o rotulava como insignificante. Mas Sabrina sabia que as regras não se aplicavam a quem tinha o controle. E agora, era ela quem controlava. Cada movimento seu, cada gesto, era uma lembrança do poder que já tinha, e logo, ela faria o mundo se curvar novamente.
Desceu para a cozinha, onde sua mãe ainda estava, mexendo uma panela com uma expressão vazia. Ao entrar, a mulher olhou para ela com o mesmo desprezo de sempre, ignorando a mudança que estava prestes a acontecer.
— Arthur, você vai ser um peso para mim o resto da vida? — a mãe resmungou, sem tirar os olhos da panela. — Você ainda vai me dar trabalho, não é?
Sabrina sentiu o veneno nas palavras, a crítica constante e cruel. Mas agora, o olhar de Arthur — agora, o olhar de Sabrina — não era mais o de um garoto submisso. Ele a encarou sem medo, com uma confiança renovada. Era quase como se o ar ao seu redor estivesse mudando, como se ela já estivesse começando a engendrar algo maior.
— Você não tem ideia do que está por vir. — Sabrina disse com uma voz fria, sem hesitar.
A mãe, surpresa com a firmeza na voz do filho, não disse mais nada. No fundo, sabia que algo havia mudado, mas não entendia ainda o quanto. Sabrina seguiu em silêncio para fora de casa, seu corpo ainda se acostumando com a nova forma, mas sua mente já funcionando a mil por hora.
Ela sabia que o mundo não esperaria por ela. As máfias do Brasil e do Japão, os territórios que um dia dominou com sangue e traços de sua própria ambição, não estavam à sua porta, aguardando ansiosamente. Não. Ela teria que reconstruir tudo, do zero, de um ponto em que ninguém a reconheceria, onde ela seria apenas mais um ômega no mundo.
Mas Sabrina não era "apenas" nada.
Ela tinha recursos. Inteligência. E a habilidade de manipular qualquer um a seu redor. Sabia que a chave para sua ascensão estava em entender a natureza dos ômegas, algo que nunca precisou aprender antes, mas que agora seria sua maior arma. A sociedade que a havia subestimado, que acreditava que ela era fraca, logo veria seu erro. O corpo de Arthur, com sua fragilidade natural, seria a fachada perfeita. Ninguém esperaria que uma mente implacável como a de Sabrina estivesse por trás daquela aparência tão vulnerável.
Ela caminhou até o centro da cidade, onde a movimentação era escassa naquele horário. No entanto, ela sentia que o tempo estava se aproximando. Os primeiros passos em seu novo caminho precisavam ser calculados com precisão. Precisava de aliados, de informações. O mundo fora de sua antiga bolha ainda era vasto e cheio de inimigos em potencial, mas agora, ela jogaria de forma diferente.
As sombras das ruas a observavam como se soubessem o que estava prestes a acontecer. Sabrina sentiu uma onda de excitação. O jogo estava apenas começando.
Naquele instante, ela soubera. Não seria mais apenas uma mafiosa com poder; seria uma entidade de terror e respeito. Ela dominaria as ruas novamente, de uma forma que ninguém jamais ousou imaginar. A linhagem de Sabrina, a Rainha das Sombras, estava de volta.
E ninguém, nem mesmo a sociedade que a desprezava, poderia impedi-la.
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Atualizado até capítulo 74
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