Renascimento da Rainha das Sombras
Tudo começa com uma atmosfera carregada de tensão. Sabrina, a líder inquestionável das duas maiores máfias do mundo, comanda o submundo com um olhar que poderia congelar o mais bravo dos homens. No entanto, em uma noite que parecia rotineira, tudo mudaria para sempre.
No salão iluminado por uma luz difusa e amarelada, Sabrina se sentava em uma cadeira imponente, analisando documentos e mapas com a precisão de um general. O som da cidade do Rio de Janeiro ao longe — buzinas, risadas e tiros ocasionais — era um fundo constante, mas para Sabrina, aquilo era silêncio. Ela havia conquistado cada pedaço de território com sangue e astúcia. No Japão, seu nome era murmurado em reverência; no Brasil, era gritado com medo.
Ao seu lado, seus dois tenentes de confiança trocavam olhares discretos. Ricardo, alto e de cabelo escuro como a noite, tinha um semblante preocupado, enquanto Ayumi, uma japonesa com olhos afiados e uma postura calculada, mantinha um ar de aparente tranquilidade.
— Sabrina, estamos prontos para o próximo passo? — perguntou Ayumi, com a voz baixa e firme.
Sabrina ergueu os olhos, um brilho gelado reluzindo em seu olhar. Antes que pudesse responder, a porta do salão se abriu com um estrondo. Homens armados invadiram o recinto, e em um piscar de olhos, o ar estava saturado com o cheiro acre de pólvora. Era uma traição — daquelas que ela havia prevenido dezenas de vezes, mas agora, de alguma forma, a alcançava. E então, no meio do caos, Sabrina viu a última coisa que esperava: Ricardo, seu fiel aliado, segurando uma arma apontada diretamente para ela.
— Por quê? — A palavra escapou de seus lábios como um sussurro, mais dolorosa que qualquer ferimento.
Ricardo não respondeu, seus olhos traindo uma mistura de arrependimento e determinação. Um tiro ecoou, e Sabrina sentiu o impacto antes de ouvir o som. A dor queimava, mas era a traição que perfurava mais fundo. Ayumi, igualmente surpresa, tentou reagir, mas foi rapidamente dominada.
O mundo ao redor de Sabrina escurecia, as vozes se tornavam ecos distantes. Sua última visão foi a de Ricardo se afastando, o rosto encharcado pela sombra da culpa. Sabrina não podia acreditar que aquele era o fim — não para ela, não sem vingança.
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A morte deveria ser o fim, mas para Sabrina, era apenas um portal para algo inimaginável. Quando abriu os olhos, não havia mais o som de tiros ou o peso de suas conquistas. Havia um teto simples, desbotado e rachado, acima dela. Sentiu o corpo estranho, fraco e menor do que lembrava. Tentou se mover e percebeu que seus braços eram finos, quase esqueléticos.
Foi então que memórias começaram a inunda-la. Fragmentos da vida de Arthur surgiram em sua mente como um turbilhão. Ele era um garoto de 15 anos, nascido em uma sociedade onde alfas, betas e ômegas ditavam os papéis sociais. Como ômega, Arthur sempre foi considerado fraco, submisso. Seus pais, envergonhados pela sua condição, o tratavam com desprezo. Na escola, ele era o alvo de zombarias constantes, um rapaz que ninguém respeitava.
A mente de Sabrina, feroz e cheia de cicatrizes, mal podia conceber aquela realidade. Sentiu um misto de raiva e determinação crescer em seu peito. Se aquele corpo era agora o seu lar, ela faria questão de esculpi-lo em algo digno de seu antigo nome. Sabrina não seria, jamais, uma vítima de novo.
A porta do quarto se abriu, e a mãe de Arthur — uma mulher de expressão fria e lábios finos — lançou-lhe um olhar de desdém.
— Levante-se. Não temos tempo para preguiçosos.
Sabrina observou a figura com olhos afiados, e por um breve momento, a mãe sentiu algo diferente naquele olhar. Mas descartou como imaginação e saiu, batendo a porta com força.
Sozinha novamente, Sabrina se levantou e se olhou no espelho quebrado do quarto. Os olhos que refletiam de volta não eram apenas os de Arthur; eram os de uma predadora que havia renascido. Uma promessa silenciosa se formou entre ela e o espelho: ninguém mais a humilharia. Com aquele corpo, ela mostraria ao mundo que a Rainha das Sombras não havia sido enterrada — ela apenas havia renascido em um novo formato, mais calculista e perigoso do que nunca.
Ainda naquela manhã, ao descer para o café, o silêncio na casa era quebrado apenas por risos distantes dos outros membros da família. Sabrina, com um sorriso quase imperceptível, reconheceu ali a primeira oportunidade. Observou tudo ao redor, cada gesto, cada olhar desdenhoso, e guardou tudo em sua mente. Aquilo seria apenas o início de uma jornada manchada de sangue e vingança. E quando a poeira finalmente baixasse, todos, sem exceção, estariam de joelhos diante dela.
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Atualizado até capítulo 74
Comments
Eloiza Santosmelo
achei incrível o primeiro capítulo /Shy//CoolGuy/
2025-03-31
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