— Vou querer coca, por favor. — Kraisee fez seu pedido e Win pediu o mesmo, menos Madee, que só queria água com muito gelo.
— Coca e água. Vou estar preparando tudo com carinho, aguardem, por favor. — A senhora sorriu e se afastou. Kraisee ouviu a risada alta de Joker e acabou olhando para seu grupo, percebendo que eles jogavam algum jogo e que Prem estava irritado. Eles estavam um pouco afastados e não haviam notado sua presença. Isso era bom, poderia continuar assim até o final do dia.
— Eles são muito barulhentos. — disse num murmúrio. Win apenas observou a mesa onde seu primo se encontrava de costas para eles, e Fluke virou o rosto para também olhar, lembrando-se da conversa que tiveram juntos na quadra, no momento do jogo de queimada.
— Ele conversou comigo. Além de bonito, ele também pareceu divertido?
— Você o achou divertido? — August entrou na conversa, e Fluke concordou. O presidente virou o corpo, olhando para as costas de Joker. — Ele não é tão bonito assim...
— Você é muito mais bonito que ele. — Fluke sorriu.
August é só um pouco mais baixo que Joker, mas em compensação ao corpo, o presidente tem mais músculos, mesmo para um garoto de dezesseis anos.
— Ainda bem que você sabe disso. — August apertou com leveza a ponta do nariz de Fluke e observou o band-aid.
Kraisee observava os dois em silêncio. Ele não queria pensar na beleza de Joker, já que uma vez esteve tão perto do estudante a ponto de conseguir ver as pequenas pintinhas que não podiam ser notadas de longe. Eles já estiveram tão próximos que até havia sentado no seu colo. Que embaraçoso!
— Mark é muito mais bonito do que você e Joker juntos — disse Madee, mostrando a tela do telefone onde estava a imagem do namorado em uma chamada de vídeo.
_Oi, pessoal… Vocês estão vendo quem é mais bonito de quem? Bem, sinto informar, mas eu sou o mais bonito de todos vocês…
— Como o Phi é convencido. — Fluke mostrou a língua para o irmão, que também mostrou a língua pela chamada de vídeo.
— Como você está, Phi? Faz tempo que não conversamos. — Kraisee sorriu para o amigo. Madee virou o telefone na sua direção para os dois conversarem.
_Oi, Nong. Eu estou exausto. A faculdade é difícil às vezes. Olha, nem faz um mês desde que começaram as aulas. Mas todos dizem que vai piorar muito mais. Só estou no meu primeiro ano. Quero fugir. Saudades de quando estudávamos juntos na escola.
Kraisee compreendia seus sentimentos. Mark era dois anos mais velho que todos. Além de ser irmão de Fluke, ele também era amigo de todos e os encontravam nas trocas de aulas. Foi assim que Madee e ele começaram a namorar. Agora ele começou a estudar numa das melhores faculdades da cidade e dividia seu tempo entre estudos, família e namorada.
— Estou torcendo por você, Phi. Boa sorte. Ainda faltam dois anos de estudo para todos nós... queria estar no último ano e começar meu curso em Bangkok — reclamou Kraisee, mas ele só precisava esperar mais um pouco.
_Vocês vão para Bangkok mesmo? — perguntou Mark.
— Eu não. Ficarei aqui e entrarei na mesma universidade que a sua. — Madee interrompeu a conversa e virou a tela para si. — Já Kraisee, Win e August vão para Bangkok…
— Talvez todos nós vamos nos separar no futuro… — Fluke suspirou, sentindo-se triste diante da pergunta.
— Você vai para Bangkok conosco. Não vou deixar que fique aqui… — August sabia que, por Mark e Fluke serem bolsistas, eles não tinham grandes chances de se mudarem para Bangkok, mas a esperança é a última a morrer, então ele tentou animar o pequeno amigo.
Win não dizia nada, apenas observava todos, este era ele: reservado e quieto. Seus amigos o amavam do jeito que ele era. Enquanto isso, Kraisee observava Fluke e August conversarem, ele sorria, achando a amizade dos dois muito fofa. Nunca havia conhecido alguém tão verdadeiro como eles.
Enquanto Madee conversava com seu namorado por chamada de vídeo, Win mostrava algo a Kraisee e Fluke perturbava August. A senhora da barraquinha começou a arrumar os pratos cheirosos na mesa, chamando a atenção de todos.
— Espero que a comida agrade a todos vocês.
A senhora sorriu, colocando também os sucos, leite, água e coca na mesa.
— Hmm... o cheiro está ótimo, tia. Obrigado! — Fluke sorriu e observou a senhora partir, deixando-os para apreciar a comida. Ele olhou para Win, que observava tudo com atenção. — Eu sei que você só come em restaurantes caros, mas te garanto que a comida de rua da tia é ótima.
Ele deu uma joia com o dedo, querendo mostrar que Win iria amar.
Entre os cinco amigos, Win era o mais rico e milionário. Seus pais eram donos do colégio onde estudava e ele quase nunca ou nunca comia fora de casa. Porém, ele queria mostrar que era humilde e sorriu.
— O cheiro está ótimo. Tenho certeza de que está gostoso.
— Vamos comer tudo… — Kraisee também sorriu. Madee desligou finalmente o telefone e observou seu prato.
— Deixa eu experimentar. — Ela era mimada, tinha empregados em casa, mas mesmo assim, por namorar Mark, começou a frequentar lugares como esse, que diferiam de sua classe. — Hm… está maravilhoso.
Fluke sorriu e também provou, olhando para August.
— Tome… — Ele pegou um pouco de sua própria comida e levou à boca do amigo, que aceitou. Todos começaram a comer, conversando sobre coisas banais da escola, tarefas e Mark.
Minutos depois…
Um pouco distante, Joker estava ganhando no jogo de cartas. Ele gostava de provocar Prem e se divertia ao irritá-lo. Sempre tentava se mostrar como o líder, tentando roubar o lugar de destaque no grupo.
— Vamos voltar… — disse Banz, observando Kraisee, Win e seu grupo, mas ele não mencionou nada sobre eles.
— Ok… — First já se sentia satisfeito. Agora precisava correr um pouco para digerir a comida.
— Desisto desse jogo maldito. — Prem jogou suas cartas na mesa e se levantou irritado. Foi então que ele percebeu os nerds sentados à mesa. — Olha quem está ali.
Joker olhou na direção, observando Kraisee e seus amigos.
Prem sorriu encrenqueiro e caminhou até o grupo com as mãos no bolso do short azul. Ao se aproximar, ele puxou uma cadeira de plástico e se sentou ao lado de Madee.
— Que gracinha. Todos os nerds comendo. — Sorriu. First, Banz e Joker se aproximaram também.
Joker foi o único a caminhar até Fluke, ficando entre ele e Kraisee, que sentiu o cheiro do shampoo dos seus cabelos um pouco bagunçados. Aquela era a primeira vez que não estava totalmente lambido para trás.
— O que aconteceu com o seu narizinho? — perguntou, abaixando o tronco para ficar na altura do garoto.
Madee olhou para Prem, relaxado na cadeira, observando as comidas que estavam em cima da mesa. Já Fluke olhou para Joker.
— Levei uma bolada, se esqueceu? Foi por sua culpa... — disse, levando os dedos ao nariz.
— Minha culpa? Por quê? Eu só desviei para não ser queimado... — sorriu, mostrando seu aparelho. Fluke deu de ombros.
— Vocês estão nos atrapalhando. Poderiam sair? — Kraisee comentou, vendo Prem sorrir, enquanto Joker virava o rosto e lhe encarava cara a cara.
— Está bravo comigo só porque te queimei?
Kraisee tentou se afastar um pouco. Não querendo ver cada detalhe desse rosto idiota.
— Não sou tão infantil assim. — Revirou os olhos.
Banz e Firts puxaram cadeiras para todos se sentarem na mesa. Win encarou com nojo todos os encrenqueiros. Madee discutia com Prem para que ele não lhe roubasse comida.
— Mas foi divertido te queimar, seu namorado... — Olhou para August, que lhe encarou frio. — Não conseguiu te proteger.
— Ei… — Fluke empurrou Joker. — Quem está namorando quem?
— Você é realmente esquentado. — Joker sorriu e apertou o nariz do menor, fazendo-o grunhir de dor.
— O que você está fazendo? — August segurou sua mão e o afastou rudemente.
— Só estou brincando com meu amiguinho. Eu acho ele bem fofo. — Desta vez, apertou a bochecha de Fluke.
Kraisee revirou os olhos. Viu Win se levantar e ele fez o mesmo. A fome até passou.
— Vocês são muito desagradáveis. — Madee também se levantou, abraçando seu celular. August também fez o mesmo, segurando a mão de Fluke; eles seguiram até a barraquinha para pagar pela comida.
Joker se afastou e sorriu. Em seguida, Prem e Banz se aproximaram.
— O Win nos encara como se fôssemos restos de esgoto... Não gosto dele. — First cruzou os braços.
— Ele é filho do diretor, então acaba achando que todos nós somos inferiores. — Prem olhava para o grupo de nerds. Joker não disse nada. No final, ninguém sabe que Win é seu primo.
— Ele me odeia. Hoje, queimei ele no jogo de queimada e ele me olhou com surpresa. Afinal, um bolsista teve essa coragem. Não gosto de pessoas que são assim, que veem os pobres como se fossem piadas. — Banz comentou.
— Fluke também é bolsista, e eles são amigos. — First lembrou.
— Sorte dele, mas eu não acreditaria nessa amizade. Não vindo de uma pessoa que tem o ego às alturas. — Banz deixou os amigos para trás e começou a andar de volta para o colégio. Joker o seguiu, refletindo sobre o que ele havia dito. No final, Banz tem razão. Ele é filho de milionários, dono de um internato em Bangkok, e, sim, ele nunca considerou suas amizades como algo verdadeiro. Nem mesmo os três encrenqueiros, ele leva a sério. Tudo, no final, é falso. Seus sentimentos por Banz, First e Prem não são reais.
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Atualizado até capítulo 39
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