Para a alegria de todos, a primeira aula era de Artes, o que significava que todos os alunos do segundo ano se reuniriam na sala de arte para desenhar. Alguns sabiam desenhar como se tivessem nascido para isso, enquanto outros eram péssimos nessa habilidade, o que é normal. O curso de arte, infelizmente, é obrigatório para todos os alunos desse colégio British, sabendo ou não sabendo o uso da prática.
Joker estava ali claramente deslocado, mesmo sendo um dos melhores pintores de sua família. Ele se acomodou no fundo da enorme sala, ao lado da gigantesca janela, observando a paisagem da área escolar. Enquanto seus colegas, Banz, First e Prem, conversavam entre si, formando um quarteto de bagunceiros.
Já haviam se passado três dias desde a chegada do novo aluno transferido, e os quatro, aos poucos, se aproximaram. Não se tornaram amigos íntimos, mas começaram a se entrosar. Joker foi incluído no grupo dos encrenqueiros.
Porém, Prem ainda odiava Joker e sentia-se ameaçado com sua chegada na escola, já que era forte sua intimidação. Afinal, o transferido chegou causando, torcendo seu pulso, roubando sua carteira na sala de aula. Como não odiar um idiota desses?
Os três amigos conversavam, Joker permanecia quieto, mastigando seu chiclete, e sua atenção foi desviada da janela ao lado para uma pessoa chamada Kraisee, que conversava com o presidente estudantil, August.
— Bom dia a todos… — O professor entrou na sala e Joker o observou atentamente. O senhor Arthit tem cabelos longos que descem pelas costas e uma barba que lhe conferia um ar artístico, como se ele tivesse sido esculpido pela profissão. Apesar de ser um pouco excêntrico, o adulto era bonito e carregava um sorriso sedutor.
Joker percebeu que seria fácil provocar o professor se ele lhe desse espaço para isso. Ele estava disposto a fazer isso não apenas para provocar seu tio, mas também sua mãe. Pensando assim, o estudante do fundo ficou observando-o com segundas intenções. Estariam errados aqueles que pensassem que Joker ainda é virgem. Olhe para sua cara de encrenqueiro, vocês realmente acreditam nisso? Um sorriso metálico surgiu em seus lábios.
Com a chegada do professor, todos se sentaram nos seus lugares e ficaram quietos. Banz, Prem e First permaneceram perto de Joker, mostrando uma aura de encrenqueiros que ninguém queria mexer.
— Hoje a sala está cheia. — Sorriu o professor. — Vocês estão animados para desenhar?
Alguns concordaram com a pergunta. Fluke gosta de desenhar, mesmo não tendo talento, já Win é bom com traços e o professor o admira muito desde o fundamental.
— O que vamos desenhar, professor? — Grace perguntou. Kaew estava ao seu lado, junto com as amigas.
— Vamos desenhar nossos amigos… Formem duplas de dois, ok? — Esclareceu, já que existiam aqueles que aproveitavam o momento para formarem trios e assim em diante.
Com o pedido, a sala ficou uma bagunça com falatório e os barulhos de estiradores sendo arrastados. No final, August foi rápido em escolher Kraisee como seu par, deixando Fluke um pouco sem jeito, pois ele havia se virado com animação para fazer par com o presidente, igual a todos os dias.
Kraisee aceitou o convite de August e os dois se aproximaram. Fluke virou para escolher outra pessoa e viu Madee disponível. Mesmo brigando o tempo todo, eles eram cunhados e família, então ainda se ajudavam com deveres e outras coisas.
Win foi o único que acabou trabalhando com outra pessoa, uma estudante que gostava de admirá-lo.
Já Joker se sentou junto a Banz e Prem com seu amigo First.
— Todos já estão sentados um de frente ao outro com seus pares? — Arthit observava todos com atenção, vendo a sala bem organizada, enquanto seus alunos se sentavam um de frente para o seu grupo.
Depois da pergunta, o professor ouviu um coro de concordância. Ele distribuiu folhas de 200 g/m² para cada um e depois simplesmente sentou-se em sua própria carteira retangular e colocou fones de ouvido para ouvir músicas.
— Vocês têm uma hora para desenhar um autorretrato do colega. Depois darei a nota. Quem não terminar até o final receberá zero.
Muitos ali não sabiam desenhar e criar um autorretrato do amigo se tornou um verdadeiro desafio. Kraisee olhou para o rosto de August e sorriu.
— Você é tão bonito, mas infelizmente ficará tão feio no meu retrato.
O que Kraisee disse era verdade. Além de presidente estudantil, August Suwanno também era um dos populares mais bonitos daquele colégio, mas mesmo sendo popular, August nunca se exibiu ou maltratou os outros alunos. Kraisee o admirava por causa disso; ele sabia que o amigo não precisaria humilhar os outros para provar seu valor.
Eles realmente se davam muito bem.
— Depois que terminar de me desenhar e o professor lhe der nota, irei querer o desenho para mim. Quero guardar. — August sorriu, sentindo seu coração agitar no peito enquanto olhava para a aparência fofa de Kraisee.
— Mas vai estar tão feio, por que você quer guardá-lo? — Perguntou ingênuo. August apenas sorriu.
— Não é sempre que alguém me desenha, só isso.
— Certo... — Kraisee começou a desenhar os traços pesados na folha que estava no estirador. Este era um momento agradável para August admirar a beleza do amigo sem precisar esconder. Há meses, ele vinha percebendo Kraisee de uma maneira especial, talvez fosse a elegância com que ele usava os óculos, ou seu sorriso encantador, ele não sabia, mas seu coração começou a se apaixonar por ele de maneira discreta, e agora era tarde demais para retroceder.
Enquanto ele desenhava Kraisee e o admirava em segredo, Fluke olhou na direção dos dois, notando o sorriso de August, e voltou sua atenção para Madee.
— Você realmente acha que ele gosta do Kraisee? — Sua voz saiu baixinha, e Madee revirou os olhos.
— Eu não acho, tenho certeza. Por quê? Vai me falar que você gosta realmente do August? — Ela o desenhava bem. No final, Madee quer ganhar uma nota boa e para isso não pode zoar com o cunhado.
Fluke arregalou os olhos um pouco e negou com a cabeça.
— Não… claro que não. August é meu melhor amigo. Apenas isso! Eu me preocupo com ele… com eles! — Justificou sua curiosidade e Madee desenhava os olhos fofos de Fluke, depois desceu para sua pequena boca vermelha.
— Pare de falar… estou desenhando sua boca. — Pediu, e Fluke fez o que foi pedido. Ele tentou ignorar a conversa sobre August e dedicou sua atenção ao desenho, desenhando sua cunhada. Porém, às vezes ou outra, olhava na direção do presidente, vendo como ele observava com atenção Kraisee. Mas isso é normal, não é?
August é seu melhor amigo. Eles dormem juntos, comem juntos, passeiam juntos e fazem muitas coisas que os melhores amigos fazem juntos. Então, seu Phi lhe contaria algo como isso, não contaria?
Ah! O que ele está pensando... Fluke tentou novamente afastar esse pensamento. Ele só tem quinze anos, o que ele pode entender sobre esse assunto? Sua atenção foi focada cem por cento no seu desenho feio.
Ele realmente não tem talento. Que vergonha!
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Atualizado até capítulo 39
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