Então, o sinal tocou alto para toda a escola ouvir e todos os alunos começaram a arrumar suas coisas para irem embora, satisfeitos com mais um dia de aula.
Já preparados desde minutos atrás, Joker, Prem, Banz e First foram os primeiros a se levantarem de seus lugares e passaram pelos alunos de forma descolada e encrenqueira.
Joker passou pela mesa de Kraisee no lado esquerdo e observou um pirulito em seu estojo. Ele parou imediatamente e o encarou.
Kraisee ergueu o rosto e o observou.
— Estava pensando em te intimidar numa próxima vez... — começou Joker, e Kraisee arqueou a sobrancelha. — Mas vou deixar passar se você me presentear com esse pirulito.
Kraisee olhou para o próprio estojo, onde viu o pirulito. Win encarou-o e revirou os olhos.
— E por que você quer me intimidar mesmo? — Kraisee estava indignado. Joker realmente é um idiota infantil.
— Por sentar no meu colo mais cedo, me senti ofendido por aquilo. — Disse naturalmente, com sorrisos travessos. Seus amigos já haviam saído da sala, enquanto ele ficava ali, por causa de um pirulito.
— Não acredito que estou ouvindo isso.
— Pode acreditar, pois você está. Eu fiquei realmente surpreso. Achava que você fosse um garotinho tímido e fofo, mas acabou me mostrando sua verdadeira personalidade.
Kraisee ficou com as bochechas vermelhas, e Joker sorriu com um sorriso travesso. Ele achou graça.
— Seu amigo me empurrou. Eu não tive culpa e você... — Tentou se defender, mas percebeu que alguns alunos os olhavam. Isso o envergonhou.
— Você sentou no meu colo e ainda não quis sair...
Kraisee se levantou da sua carteira, arrumou suas coisas, pegou o pirulito e colocou na mão do encrenqueiro que ele odeia.
— Win, até amanhã. Tchau. — Saiu apressado. Joker sorriu, achando engraçado enquanto o menor fugia como se fugisse de um demônio na cruz.
— Pare de perturbar o meu amigo. — disse Win, e Joker olhou para ele com desdém.
— E se eu não quiser? — não esperou para discutir com seu primo. Ele saiu da sala e viu Kraisee se afastar apressado pelo corredor. Ao sair do colégio, Kraisee respirou aliviado. Ele realmente fugiu daquele encrenqueiro. Isso realmente o envergonhou.
Deixando isso para lá, Kraisee pegou seu celular e mandou mensagem para o grupo onde estão todos os seus amigos.
_Vou embora primeiro, tenho algo para fazer em casa.
Enviou, enquanto caminhava calmamente pela calçada em direção à sua casa. Sua mãe não o buscaria esse fim de tarde e sua irmã iria embora para a casa de uma amiga. Enquanto caminhava até o ponto de ônibus, Kraisee sentiu o celular tremer.
_Ok, vá em segurança. — Respondeu Madee.
_Nos avisa quando chegar em casa. — August também mandou.
Kraisee sorriu com os bons amigos que ele tem. Ele parou no ponto de ônibus e ficou ali com os outros alunos. Ainda não estava escuro, já que saiu mais cedo da escola e observou Joker passar de bicicleta, com o pirulito na boca. Esse maldito pirulito. Por acaso, ele é viciado em doces? Sempre está mastigando, seus dentes vão cair. Pensava!
— Que idiota… — Kraisee revirou os olhos. Ele assistiu Joker sumir na distância e voltou sua atenção ao celular.
_Irei comer com August na convivência, alguém quer ir? — Perguntou Fluke no grupo.
_Não sei como ele te atura… — Madee respondeu.
_🤧, nem eu. — August respondeu. Fora da tela, Fluke olhou para o amigo.
— Você é malvado.
August guardou o celular e ligou sua moto. Eles ainda estavam no pátio do colégio. O presidente olhou para seu amigo.
— Suba, vamos comer seus doces.
— Certo… — Ele subiu na motinha branca e abraçou a cintura do amigo. Os dois saíram da escola, rumo às aventuras de Fluke. Eles compraram vários doces brasileiros e depois seguiram para a casa do próprio August.
Uma mansão grande e bonita. Os pais de August estavam viajando para a Itália e a casa ficou somente para os dois nessas semanas, além dos funcionários que trabalhavam ali também.
Fluke, já se sentindo em casa, subiu a escadaria para o piso de cima e correu até o quarto do amigo, pulando na cama.
— Ah, isso é tão confortável... — Ele fechou os olhos e se enrolou no cobertor com o cheirinho do seu melhor amigo.
— Troque de roupa. Vamos assistir Harry Potter enquanto comemos os doces.
Fluke concordou com a cabeça e se levantou da cama, correndo até o closet do amigo, onde pegou uma roupa gigantesca para vestir. Ele foi ao banheiro e tomou banho também. Depois de se banhar e vestir as roupas, Fluke voltou para o quarto e ficou de frente para o amigo que estava sentado na borda da cama. Seus olhos deslizaram no corpo pequeno e magro alheio.
— Minhas roupas são grandes em você, mas mesmo assim você fica fofo.
— Eu gosto delas. São confortáveis.
August sorriu.
— Vou tomar banho, já, já volto.
— Ok.
August seguiu até o seu banheiro particular, e Fluke voltou a deitar-se na cama gigante. Ele abriu o seu doce preferido e comeu sozinho, enquanto aguardava pelo seu melhor amigo. Na espera, que durou quase dez minutos, August finalmente apareceu, já com o banho tomado e seu pijama vestido. Ele se deitou na cama ao lado de Fluke e apertou o Play da televisão.
— Experimente esse doce. É muito bom, chama-se brigadeiro — disse Fluke.
— Ok. — August pegou o doce com os dedos longos e experimentou enquanto assistiam ao filme na televisão. Eles ficaram ali juntos até anoitecer, escovaram os dentes e foram dormir também juntos. Eles eram assim desde sempre.
Mas, voltando algumas horas no tempo, enquanto Fluke e August ainda estavam na conveniência brasileira, comprando alguns doces diferentes e gostosos. Kraisee descia do ônibus ao lado do condomínio. Por sorte, o ônibus passava pela rua em que mora, mas antes de entrar no condomínio, ele ouviu uma voz.
— Você... que coincidência.
Kraisee virou o rosto na direção da voz e se assustou. Joker?
— Você... o que faz aqui? Está me seguindo?
Joker continuava com o uniforme escolar e se aproximou de Kraisee.
— Por que te seguiria? Eu moro aqui.
— No condomínio? — Kraisee tremeu. Como ele nunca o viu dentro do condomínio?
— Não… eu moro naquele corredor de kitnets. Eu moro sozinho.
Kraisee olhou para o corredor ao lado do condomínio e arqueou a sobrancelha.
— Eu achei que você fosse rico, mas...
— Mas o quê? — Joker também arqueou a sobrancelha.
— Nada. Estou pensando bobagem. Você não é bolsista. Cadê seus pais?
— Eu não moro com meus pais. — Conversavam perto um do outro, mostrando a diferença de altura. — Moro sozinho. Quer conhecer?
— Não… — Virou de costas e apertou o interfone para o porteiro liberar sua entrada, já que ele esqueceu o controle. — No final, nem seus pais te aguentam…
Comentou baixinho, mas Joker ouviu.
— Você é muito abusado. Não tem medo de mim? — Segurou a cintura do menor e o puxou para si. — Eu sou malvado quando quero.
— Você é um idiota infantil, isso sim! — Ela olhou para Joker e tentou se soltar.
— Você realmente não tem medo de mim... isso é bem ruim...
— Que pena. Espero que você não me perturbe. — Ele se afastou quando o porteiro perguntou se estava tudo bem. Kraisee arrumou seu uniforme e concordou com a cabeça. Ele olhou uma última vez para Joker, que cruzou os braços e sorriu, antes de entrar no condomínio, o enorme portão os separando.
Joker acenou com a mão, mas Kraisee o ignorou e se afastou pela rua dentro do condomínio.
— Ele é bem divertido. — Disse Joker, dando as costas e seguindo até a viela, observando o gatinho marrom de rua comer a ração que ele havia colocado minutos antes de Kraisee aparecer.
— Você é fofo... igual a uma pessoa aí. — Sorriu Joker, acariciando a pelagem do gato.
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Atualizado até capítulo 39
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