O médico finalizou a consulta, confirmando que Beatriz estava se recuperando bem, apesar do susto e do ferimento na cabeça. Miguel suspirou de alívio, mas permaneceu ao lado da filha, acompanhando cada movimento com olhar atento.
Enquanto isso, do lado de fora, Catarina caminhava com passos rápidos, coordenando os empregados e garantindo que tudo estivesse em ordem. A tensão na casa grande era palpável, mas ninguém ousava questionar as ordens da senhora da casa.
Anastasia apareceu de repente, furiosa, com os olhos faiscando de raiva. Ela se aproximou de Catarina e, sem se importar com os empregados por perto, quase gritou:
— A senhora sabia que foi o vaqueiro que encontrou Beatriz na mata? — Sua voz estava carregada de indignação.
Catarina lançou um olhar de advertência para os empregados que estavam por perto e, com um gesto firme, mandou que se afastassem. Assim que ficaram sozinhas, ela se voltou para a filha.
— É claro que eu sabia! — respondeu Catarina, ainda surpresa com a raiva da filha. — Mas o que isso importa agora?
Anastasia cruzou os braços, os lábios tremendo de frustração.
— Importa porque Beatriz está apaixonada por ele! — disse, quase cuspindo as palavras. — Se Miguel souber disso, vai ficar furioso.
Catarina arregalou os olhos, surpresa com a revelação.
— Apaixonada pelo vaqueiro? — repetiu, chocada. — Isso é inaceitável! Miguel nunca permitiria algo assim. E não podemos deixar que essa situação saia do controle. — Catarina balançou a cabeça, processando a informação. — Em breve, Germani estará aqui na fazenda.
Anastasia revirou os olhos, desconcertada com o plano da mãe.
— Germani? — perguntou, tentando esconder seu desagrado.
Catarina não percebeu ou simplesmente ignorou. Ela se inclinou para mais perto da filha.
— Sim, Germani. Não podemos perder a oportunidade de garantir um bom casamento, Anastasia. Você deve fazer o possível para chamar a atenção dele.
Anastasia empalideceu, mordendo o lábio com raiva.
— Eu não vou dar em cima de homem nenhum, mamãe! — rebateu, a voz embargada.
Catarina a olhou com um misto de irritação e frieza.
— Se não quer voltar para a Argentina, para a casa do seu pai comerciante, vai fazer o que eu digo. Ou você prefere morrer de tédio na Argentina, cuidando das lojas do seu pai?
O rosto de Anastasia ficou vermelho de raiva e humilhação.
— Eu prefiro morrer a voltar para lá! — exclamou, sua voz cheia de ressentimento.
Sem esperar resposta, ela se virou e saiu da casa grande, batendo os pés no chão com cada passo. O ressentimento queimava dentro dela, e a proposta de sua mãe a deixava ainda mais enfurecida.
Ieda observava com curiosidade o desenrolar da discussão entre Catarina e Anastasia. Quando Anastasia saiu furiosa, Ieda aproveitou o momento para se aproximar de Catarina, tentando manter a discrição.
— Senhora Catarina, desculpe-me a intromissão, mas não entendi muito bem o jeito de Anastasia — comentou Ieda, com um toque de hesitação. — Ela parece sempre tão... irritada.
Catarina suspirou, ajeitando a echarpe em volta do pescoço, e olhou para Ieda com um olhar crítico.
— Anastasia é... complicada — começou Catarina, com um tom levemente ácido. — Sempre foi muito masculina, não tem delicadeza. Talvez por isso os homens se afastem dela.
Ieda franziu o cenho, um tanto surpresa com o comentário, mas ficou em silêncio, sem ousar perguntar mais nada. Ainda assim, não conseguia evitar pensar no motivo por trás daquela crítica.
Enquanto isso, do lado de fora, Anastasia se dirigia a passos rápidos até o estábulo, onde Rodrigo estava se preparando para mais um dia de trabalho. De longe, ela gritou o nome dele, sua voz carregada de autoridade.
— Rodrigo! — chamou, com um tom que misturava raiva e provocação.
Rodrigo, que ajustava a sela de um dos cavalos, parou o que estava fazendo e se virou devagar. Seus olhos estreitaram ao ver Anastasia se aproximando, e sua expressão se fechou em frieza.
— O que foi, dona Anastasia? — perguntou ele, a voz baixa, mas firme.
Anastasia caminhou até ele, com um sorriso irônico surgindo em seus lábios.
— O amor da sua vida já está melhor, sabia? — disse ela, a voz gotejando sarcasmo. — Se recuperando bem, depois de passar a noite em sua cama.
Rodrigo franziu a testa, seu olhar se tornando mais cauteloso.
— Não sei do que está falando — respondeu ele, voltando a ajustar a sela, tentando se manter impassível.
Anastasia deu mais um passo, aproximando-se o suficiente para que ele pudesse sentir o cheiro de seu perfume.
— Não se faça de desentendido, Rodrigo — continuou ela, com um tom de voz que insinuava ameaça. — Eu sei de tudo. Sei que você está se envolvendo com a filha do seu patrão.
Rodrigo colocou o chapéu em sua cabeça com um movimento rápido e ergueu os olhos para ela, o rosto endurecido.
— Não lhe devo satisfações, dona Anastasia — respondeu ele, com uma calma calculada. — E agora, se me der licença, tenho trabalho a fazer.
—Se Miguel souber que você está envolvido com sua filha você será demitido daqui e capaz dele desaparecer com você. Miguel é bonzinho mas não quer sua filha envolvida com um vaqueiro fedido igual você. —Disse ela tentando falar alto mas Rodrigo já estava longe.
Anastasia fica com seu rosto vermelho enfurecido de raiva e que com mais vontade ainda de conquistar aquilo que ela almeja.
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Atualizado até capítulo 101
Comments
Claudia
Que mulher mau amada 🤬🤬🤬🤬🤬
Tomará que Miguel veja as armações dessas🐍🐍
2024-11-11
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