Beatriz chegou em seu quarto, trancando a porta atrás de si, com a mente ainda em turbilhão. Seu coração batia forte, ainda sentindo os efeitos do beijo, os lábios queimando, o desejo misturado com a confusão. Ela tocava suavemente os lábios, como se ainda sentisse o calor do beijo de Rodrigo em sua pele. Não sabia o que pensar nem como reagir, mas precisava falar sobre aquilo.
Foi quando Ieda a viu passando, com a expressão distante. Ela, percebendo o estado de Beatriz, perguntou com um tom de preocupação:
– O que aconteceu, patroa?
Beatriz, olhando ao redor e vendo que ninguém estava por perto, agarrou a mão de Ieda e a puxou com força para o quarto. Ela trancou a porta, sentindo a necessidade de dividir o que estava sentindo com alguém. Sentou-se na beirada da cama, respirando fundo.
– Ieda, eu preciso contar. Eu... eu beijei o Rodrigo – ela disse, como se estivesse confessando algo muito grande, com os olhos brilhando de uma mistura de emoção e ansiedade.
Ieda, visivelmente surpresa, colocou a mão na boca, surpresa com a revelação. Ela não podia acreditar no que acabara de ouvir, mas a expressão de Beatriz, a maneira como ela falava e o brilho em seus olhos, dizia tudo. Ela não estava brincando.
– O Rodrigo... o vaqueiro? – Ieda perguntou, ainda atordoada.
Beatriz assentiu, sorrindo suavemente, tocando seu coração, como se sentisse aquele beijo pulsando dentro dela.
– Sim, o Rodrigo – Beatriz confirmou, sua voz baixa e cheia de emoção. – Eu não sei o que aconteceu, mas eu senti algo diferente. E ele... ele me beijou.
Ieda ficou em silêncio por um momento, processando as palavras de Beatriz. Ela não imaginava que Beatriz fosse se envolver com alguém como Rodrigo, alguém que, na visão de Ieda, estava longe do mundo que Beatriz conhecia. Ela tentou pensar no que dizer, mas suas palavras estavam presas.
– Eu... não sei o que dizer – Ieda começou, hesitando. – Não imaginaria que você, com tudo o que tem, se interessaria por um vaqueiro que passa o dia inteiro com cheiro de suor e cavalo.
Beatriz riu, mas era um riso nervoso, quase como se estivesse tentando se convencer de algo.
– Eu sei, eu sei... Mas não posso negar. Ele... ele é o homem mais sexy que eu já vi. E suas mãos, Ieda... as mãos dele são tão firmes – Beatriz dizia, falando com mais intensidade à medida que ia lembrando do toque de Rodrigo, de cada detalhe do beijo, da sensação de ter ele tão perto.
Ieda, enquanto ouvia Beatriz falar com tanto desejo e admiração por Rodrigo, não pôde deixar de se perder em seus próprios pensamentos. Mas, na mente de Ieda, um pensamento sombrio surgiu: o beijo de Rodrigo deveria ter sido em mim. Ela estava vendo como Beatriz se encantava por ele, e isso a consumia de ciúmes.
Ouvindo tudo o que Beatriz dizia, Ieda abriu um sorriso sem jeito. Seu coração batia mais forte, mas não era de alegria pelo que Beatriz estava passando. Na verdade, Ieda sempre foi apaixonada por Rodrigo, mas ele nunca a havia olhado da maneira que ela queria. Sempre a tratou com respeito, mas nada além disso. Agora, ver Beatriz falando com tanto carinho e desejo por ele fazia seu sangue ferver. Ela olhava para Beatriz com uma mistura de fúria e inveja, sentindo que algo em seu mundo estava prestes a se desfazer.
Com um sorriso forçado, Ieda se levantou e, tentando disfarçar sua raiva, disse:
– Eu preciso voltar às minhas obrigações. – Ela se afastou da cama, tentando manter o controle.
Beatriz, ainda sentindo o peso do que acabara de compartilhar, olhou para Ieda com um olhar ansioso.
– Por favor, Ieda, você não pode contar para ninguém. Eu confio em você. – A voz de Beatriz estava cheia de um pedido silencioso, de confiança que ela sentia em Ieda, apesar de tudo.
Ieda, com um sorriso, confirmou com um aceno de cabeça.
– Pode ficar tranquila, patroa. Eu nunca contaria nada. Eu sou um túmulo. Pode confiar em mim.
Beatriz respirou aliviada, um sorriso discreto se formando em seus lábios.
– Obrigada, Ieda. – Ela disse, sentindo-se um pouco mais aliviada agora que tinha alguém com quem dividir sua confusão.
Ieda apenas assentiu e, sem mais palavras, saiu do quarto, mas, em sua mente, os sentimentos por Rodrigo eram uma tempestade que não se acalmava. Ela teria que lidar com aquilo de algum jeito.
Sem conseguir dormir direito, Beatriz desceu até a cozinha para beber água. Desta vez, não encontrou Ieda lá. Ao olhar pela janela, viu um homem passando depressa. Assustada, tentou se esconder, mas percebeu que ele estava tentando abrir a porta. Em um impulso, foi até a gaveta, pegou uma faca e se posicionou perto da porta, pronta para se defender.
Quando ela abriu a porta, o homem estava bem à sua frente. Ela soltou um grito, e ele rapidamente a puxou para trás, tapando sua boca.
– Fica calma, Beatriz. Sou eu, Rodrigo. – Ele pediu, com a voz baixa.
Beatriz respirou fundo, aliviada, e ele tirou a faca de sua mão. Rodrigo riu.
– Você teria coragem de usar isso? – Perguntou, brincando.
Beatriz, ainda um pouco tensa, respondeu:
– Claro que sim.
Rodrigo riu mais uma vez e disse:
– Não parece que tem cara de quem mataria alguém.
Beatriz ajeitou o babydoll sem jeito, sentindo um pouco de vergonha por ele estar ali, tão próximo. Ela perguntou, tentando mudar de assunto:
– O que você faz aqui, uma hora dessas?
Rodrigo olhou para ela e respondeu com um sorriso envergonhado:
– Não consegui dormir. Vim pegar algo para comer. Aqui é a cozinha dos empregados, então… achei que não teria problema.
Beatriz olhou ao redor e concordou com a cabeça:
– É verdade. Mas a cozinha principal não tem leite.
Rodrigo colocou a mão na cintura e ficou observando Beatriz por um momento. O silêncio se instalou entre os dois, e Beatriz começou a se sentir desconfortável sob o olhar dele.
Ela, quebrando o silêncio, perguntou:
– Por que você disse aquilo para mim, quando nos beijamos?
Rodrigo parecia hesitar antes de responder:
– Porque você é filha do meu patrão, Beatriz. Isso não ia acabar bem.
Ela o olhou, sentindo uma mistura de confusão e desejo, e respondeu:
– Eu gostei do beijo, Rodrigo.
Rodrigo olhou para os lados, garantindo que ninguém estava por perto, e então, com um gesto decidido, colocou as mãos na cintura dela e a puxou para mais perto, beijando-a novamente, agora de forma intensa. Ele colocou suas mãos debaixo da blusa de Beatriz que gemeu como se gostasse daquilo, alisou suas costas macias com suas mãos fortes fazendo seu corpo pressionar mais ainda no dele. Ela sentia seu corpo ficar mais perto do dele e involuntariamente abria suas pernas deixando Rodrigo dominar totalmente. Após sentir que o corpo estava ficando quente e os dois estão empolgados.
– Vamos parar por aqui. – Disse Beatriz com a voz trêmula e nervosa.
– Eu também acho. Me desculpe.
Rodrigo se afastou e saiu depressa da cozinha.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 101
Comments
Claudia
Beatriz melhor ter guardado para você ou falar com o seu pai ou ligar para a sua mãe, boa sorte🧿♾
2024-11-10
1