A noite era um labirinto de sombras e silêncio, denso e sufocante. Sofia corria, pés descalços cortando a pele contra pedras e galhos, mas a dor era apenas um eco distante, sobreposto pelo terror que pulsava em suas veias. O som dos passos dele – firmes, calculados – preenchia o ar, se aproximando como uma promessa sombria que há muito perseguia seus piores pesadelos.
Ela corria sem olhar para trás, com a esperança insana de que a liberdade estivesse logo adiante, a poucos passos de distância. Ao longe, o som de pneus cantando e a explosão que se seguiu iluminaram a noite como um último suspiro. A escuridão finalmente a envolveu, e ela soube que ele não a perseguiria mais.
Dois anos depois, Sofia ainda sentia as cicatrizes. Dormia com a luz acesa, evitava espelhos que pareciam refletir seu próprio medo e lutava para enterrar as lembranças. Até que uma tarde, enquanto caminhava distraída pela rua, o viu. Parado a poucos metros, sorrindo e sem um traço de reconhecimento no olhar. Era ele – a mesma presença inquietante, mas agora com um olhar vazio, inocente. Sofia sentiu o gelo percorrer seu corpo, enquanto a mesma dúvida sussurrava em sua mente: será ele uma nova pessoa... ou o monstro ainda se esconde por trás daquele sorriso?
A resposta, ela sabia, seria uma linha tênue entre a esperança e o horror.
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Atualizado até capítulo 43
Comments
Guerreira Mattos
Ele está fingindo logo dará o bote.
2024-12-12
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Marlete Valente
parabéns autora, leitura interessante
2025-01-09
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