Capítulo 12: As Sombras da Manipulação

O sol se punha lentamente, tingindo o céu de laranja e rosa, enquanto eu caminhava pelo parque, pensando na recente mudança em minha vida. Lucas e eu estávamos cada vez mais próximos, e cada momento que passávamos juntos me deixava mais animada. No entanto, havia algo em Alberto que começava a me preocupar. Ele sempre foi uma presença constante na vida de Lucas, e seu olhar desconfiado em relação a mim não passava despercebido.

Nos dias que se seguiram, notei que Alberto se tornara mais insistente em sua busca por atenção. Ele sempre estava por perto, tentando se inserir nas conversas entre mim e Lucas. Embora inicialmente parecesse genuíno, havia algo em sua abordagem que me deixava inquieta. Ele fazia perguntas excessivas sobre mim, como se estivesse tentando descobrir algum ponto fraco.

Enquanto isso, Lucas parecia cada vez mais ocupado com seus estudos e suas responsabilidades familiares. O tempo que passávamos juntos se tornava mais escasso, e eu percebia a frustração crescendo dentro de mim. Sentia falta de nossas conversas despreocupadas e dos momentos em que apenas explorávamos o parque, rindo e sonhando juntos.

Em uma tarde ensolarada, decidi que precisava de uma conversa franca com Lucas. Eu o esperava em nosso banco habitual, os dedos inquietos em meu caderno enquanto tentava articular minhas preocupações. Quando ele finalmente chegou, um sorriso iluminou seu rosto, mas havia uma sombra de cansaço em seus olhos.

“Oi, Clara! Desculpe a demora. Eu tinha que resolver algumas coisas com meu pai,” ele disse, sentando-se ao meu lado.

“Tudo bem. Na verdade, eu queria conversar sobre algo. Você notou como Alberto tem estado mais presente?” perguntei, tentando manter o tom leve, mas a preocupação transparecia em minha voz.

“Sim, eu percebi. Mas ele é meu amigo. Ele só quer se certificar de que estou bem,” Lucas respondeu, seu tom defensivo fazendo meu coração apertar.

“Eu entendo isso, mas ele tem sido muito insistente. Às vezes, sinto que ele está tentando se intrometer entre nós,” eu disse, frustrada. “Ele se comporta como se soubesse mais sobre nós do que realmente sabe.”

Lucas hesitou, e isso me preocupou ainda mais. “Olha, Clara, Alberto é um bom cara. Ele só está tentando ajudar. Não quero que você se preocupe com isso.”

A irritação começou a se acumular em mim. “Mas eu quero que você veja como isso está nos afetando. Não podemos deixar que a presença dele interfira no que estamos construindo juntos.”

Lucas parecia perdido, e a tensão começou a subir. “Clara, você está sendo muito dura com ele. Ele não está fazendo nada de errado.”

Eu suspirei, sentindo a frustração transbordar. “Talvez você não esteja vendo as coisas como elas realmente são! Ele só está esperando uma oportunidade para se aproveitar da situação.”

Lucas cruzou os braços, sua expressão se tornando mais fechada. “Você está sendo injusta, Clara. Alberto sempre esteve ao meu lado. Como pode achar que ele está tentando nos separar?”

As palavras dele me atingiram como um soco no estômago. “Eu só estou tentando proteger o que temos. Você não entende que, por causa de Alberto, eu me sinto insegura?”

A conversa estava se tornando uma briga, e eu não queria que isso acontecesse. Mas a frustração e a insegurança me dominaram, e em um momento de raiva, eu disse: “Você parece mais preocupado com a amizade dele do que com o que está acontecendo entre nós. Não posso ficar assim!”

Lucas respirou fundo, como se estivesse tentando manter a calma. “Clara, eu não quero discutir. Mas você precisa entender que Alberto é meu amigo. Se não confia em mim, isso é um problema maior.”

Aquelas palavras foram como um golpe. Eu não queria que nossa relação se tornasse uma batalha, mas a insegurança e a desconfiança estavam pesando sobre mim como uma nuvem escura. “Se você não consegue ver o que está acontecendo, talvez eu não devesse estar aqui,” eu disse, a voz tremendo.

Ele ficou em silêncio, o olhar distante. Eu sabia que havia cruzado uma linha, mas a dor da rejeição e a frustração eram difíceis de controlar. O que começou como uma conversa honesta agora se transformara em uma briga acalorada, e eu sentia que tudo estava desmoronando.

Lucas se levantou lentamente, seu olhar triste e desapontado. “Talvez você precise de um tempo para pensar. Eu preciso de um tempo também,” ele disse, antes de se afastar, deixando-me sozinha em nosso banco.

A solidão que se seguiu foi esmagadora. Olhei para o caderno em meu colo, e as palavras que antes pareciam tão fáceis agora se tornaram pesadas e difíceis de escrever. Alberto havia se intrometido de uma forma que eu nunca poderia imaginar, e o que começou como uma amizade bonita estava agora se transformando em um campo de batalha.

Com o coração pesado, eu sabia que precisava enfrentar Alberto. Ele estava tramando algo, e, se eu quisesse proteger Lucas e nosso amor, precisaria descobrir o que ele realmente queria. A batalha estava apenas começando, e eu não estava disposta a perder.

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