8 - Aplicando a Lição

Ao cair uma chuva fina e gelada na pele de Nilson, o medo do homem, somente aumentou. Enquanto Tez permanecia imponente de braços cruzados. Mesmo não conhecendo bem o homem à sua frente, Nilson percebia em seu olhar, que era capaz de fazer algo muito ruim. Quase certo de que seu castigo seria severo, o homem novamente suplicou.

Nilson: Por favor.. Eu realmente dei em cima dele. Eu o provoquei e disse coisas obscenas para ele. Eu... pensei nele... Pensei muito nele.

Tez: Sabendo que ele era casado. Certo?

Nilson: Sim. "Muito bem casado." Como ele dizia... Por favor, senhor Tez, me perdoe. Eu nunca mais vou fazer isso. Nunca mais chego perto dele novamente...

Tez: Será que não!?

Tez se aproximou com a Adaga em suas mãos, e apontou ela pra o homem.

Tez: Sabe, antigamente diziam que a justiça, era muito cruel. Só que ela funcionava muito bem antes. Hoje em dia, homens são substituídos por câmeras, em lojas e agências, e os crimes não diminuem, muito pelo contrario. Os criminosos acenam para as cameras sem preocupação nenhuma. Acaso você se lembra o que acontecia, quando uma pessoa roubava algo de alguém? Ela tinha sua mão decepada. Essa era a única garantia, que se tinha, que realmente ela não faria de novo. E se tentasse mesmo assim, estaria marcado para que todos soubessem que tipo de criminosos eles são.

Nilson: Senhor Tez eu...

Tez: Espere! Eu ainda estou falando. Quando uma pessoa começa a cobiçar algo que não lhe pertence, ela no mínimo está ciente do que pode acontecer, se for descoberta. Certo? Sabendo que o Leyne era casado, você não esperava que a gente ia se encontrar?

Nilson: Na... Não.

Tez: Não!? Você é burro, ou muito sonhador. Se fosse inteligente, antes de mais nada, procuraria saber "Quem é o Marido", da pessoa que cobiça! Coloque a sua mão direita na barra de ferro da ponte!

Nilson: Não! Não... Não. Por favor.

Tez: Faça isso agora! Ou eu vou encontrar outro lugar para punir você.

O homem segurando as lágrimas, obedeceu e colocou a mão esticada, sobre a barra de ferro, que separava a ponte de uma queda de quinze metros até um rio. Tez no mesmo instante fincou a adaga no meio da mão do homem.

Nilson: Aaaaaaaah!

Tez: Eu não vou cortar a sua mão fora, porque você não roubou o que é meu. Vou te deixar livre dessa vez, mas antes, tenho uma pergunta, dependendo do que me disser, infelizmente, eu vou jogar você lá embaixo. Aconselho você a ser sincero. Eu sei quando uma pessoa está mentindo.

O Homem soluçando de dor, balançou a cabeça.

Tez: Tem mais alguém naquela empresa, que fale sobre o Leyne de forma diferente? Alguém que olhe para ele? Que de repente, você já tenham visto o seguindo, ou demasiado tempo ao redor dele? Especialmente, na segunda feira?

Nilson pensou um pouco.

Nilson: Antes de ontem o Erick Sinter falou com ele na porta da empresa. Não sei o que falaram, mas ficaram vários minutos conversando. Ele estava rindo. Parecia satisfeito. Em geral, Ele fala muito sobre o Leyne ser competente, e que gostaria de ser como ele. Ele tem uma admiração grande pelo Leyne, não tão grande quanto a que ele tem com a Senhora Rayane, mas tem. Que eu me lembre, é só ele.

Tez tirou a faca da mão do homem, ignorando o seu grito de dor, pegou um estojo dentro do carro, e jogou perto do homem.

Tez: Obrigada por ser sincero. Aí tem o que você precisa para cuidar da sua mão. Talvez, você vá querer dar queixa de mim na delegacia... Não perca o seu tempo. Ninguém vai dar ouvidos a você. Seria interessante sair dessa cidade. Qualquer coisa que acontecer ao Leyne, e tiver algo que possa ligar você, eu vou fazer um furo igual, mas na sua cabeça. E sim, como pode ver, eu sou extremamente ciumento. Eu até tentei fazer terapia mas, não consegui.

Nilson deu um passo atrás se afastando de Tez.

Tez: Chamei um táxi para você. Já deve estar chegando. Tchau.

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Ao amanhecer, Leyne buscou Tez na cama, e se frustrou ao não encontrar.

Leyne: Tez?

Descendo as escadas, descalço, ele se apressou para entrar na cozinha.

Tez: Porque você não está usando nada nos pés?

Leyne: Sério? Eu tomei um susto porque você não estava na cama. E é assim que me dá bom dia?

Tez abraçou Leyne, e o beijou.

Tez: Bom dia querido. Pode se sentar, eu vou pegar seus chinelos.

O homem foi e voltou prontamente, calçou os chinelos nos pés de Leyne e começou a servir.

Leyne: Estamos... De boa?

Tez: "De boa?" Isso significa o quê?

Leyne: Você sabe... Não está mais bravo comigo?

Tez: Entendo que tem os seus motivos, para não me contar certas coisas. Tenho que respeitar isso.

Leyne: Que bom... Eu me senti tão sozinho ontem. Pensei que ia ficar me ignorando, e isso... Me deixou triste. E eu também achei que você estava me evitando para me castigar... Até porque não tomamos banho juntos, e você ficou desfilando todo cheiroso na minha frente.

Tez: Agora que sei que isso é um bom castigo, tenho uma forma muito boa de te punir se necessário.

Leyne: Mas você não faria isso. Faria?

Tez: Acho que não é necessário. Certo?

Leyne: Sim.

O casal desfrutou do café da manhã, e assim que deixaram a cozinha, em direção a sala, escutaram um barulho de passos se aproximando.

Leyne: Tez? Escutou isso?

Tez: É o Rodrigo querido. Eu pedi para ele vir.

Leyne: É mesmo? E deu a chave da casa para ele de novo?

Tez: Não. Deixei a porta aberta. Acho que já sabemos muito bem, que ele sempre aparece em momentos inadequados, eu não poderia dar às chaves para ele, depois de tudo que aconteceu.

Rodrigo e Ruan entraram pela porta da sala, de mãos dadas.

Rodrigo: Bom dia.

Ruan: Bom dia Leyne, Bom dia Senhor Tez.

Tez: Bom dia. Me sigam por gentileza.

O casal, seguiu Tez até a sala de coleções. A exuberante caneta dourada repousava sobre mesa. Tez a pegou.

Tez: Então, Pelo que o Rodrigo me disse, você conseguiria desvendar a mensagem dessa caneta, certo?

Tez entregou a caneta nas mãos de Ruan.

Ruan: Espero que sim. Estudei muito línguas antigas, e até códigos. Eu sempre ajudava o David. Se eu não consegui, podemos chamar ele.

Run observava a caneta, enquanto os presentes, o observavam.

Ruan: Não vai ser necessário chamar o David. Já consegui entender o que está escrito. Está em Latin, mas ao contrário.

Tez: O que está escrito Ruan?

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