18 - Bancando o Detetive

  Após três horas trabalhando, Leyne resolveu ir tomar um café. No caminho, ao caminhar pelo corredor algo lhe chamou a atenção. Erick Sinter, discutia no telefone.

Leyne: { Ele parece bravo hein?}

Erick Sinter: Eu não consigo ficar esperando entendeu! Resolve isso logo! Eu não vou te dar outra chance! E se lembre que nós dois vamos perder...

O homem falando, gesticulava sem parar, e rodeava pela sala, com portas de vidro. Em um certo momento, ele viu Leyne olhando para ele.

Leyne: {Céus ele me viu? Espero que não.}

No mesmo instante, Erick desligou o celular e saiu da sala.

Leyne: {Eita! Está vindo na minha direção.}

Leyne tentou disfarçar, mas foi inútil.

Erick Sinter: Leyne! Que bom que você está aí, eu estava mesmo pensando em você.

Leyne: Estava?

Erick Sinter: Sim. Venha até a minha sala por gentileza?

Leyne: Ah... Sim. Claro.

Erick Sinter: Eu passei algumas situações da empresa para a Rayane. E como sempre, ela insiste que nós dois devemos resolver isso. Acho que você não deveria se preocupar com coisas pequenas, mas ela quer que eu passe para você, do mesmo jeito.

Leyne: Eu tenho certeza que você pode resolver tudo sozinho. Tem capacidade para isso. Caso contrário, não teria chegando aqui. Vou analisar essas situações, somente porque ela insiste a minha participação, que fique claro.

Erick Sinter: Claro. Eu sei. E fico muito feliz que ela confie em mim. Confesso que esses últimos acontecimentos me deixaram muito nervoso. Não sei... Se dou conta sabe?

Leyne: Se acha que não aguenta, sempre pode pedir para sair. Vergonha não é tentar concluir uma tarefa. É ter certeza que não consegue.

Erick Sinter: Você parece muito velho dando essas conselhos sabia? Mas eu aceito de bom grado.

Erik sorriu amigávelmente.

Leyne: {Que estranho. Porque ele está sendo excessivamente gentil?}

Um funcionário do escritório contábil, se aproximou de Leyne.

Leyne: Oi Mauro Como vai? Precisa de alguma coisa?

O homem à frente, era jovem, e parecia encantado ao falar com Leyne.

Mauro: Senhor, eu queria lhe pedir um conselho pessoal. Se for possível.

Leyne: Ah sim. Claro. Sem problemas.

Mauro: Meu noivo é cinco anos mais velho que eu. E como o senhor é casado com um homem bem mais velho, e com todo respeito, muito bonito, acho que é a pessoa certa para me ajudar.

Erick Sinter: Olha só! Conselheiro Amoroso agora Leyne? Que bacana. E é verdade que seu marido é bem mais velho e...

Leyne: Bem mais velho, e bem mais ativo e perigoso que muitos por aí.

Erick Sinter: Só estou te enchendo o saco hein!? Não vai ficar bravo.

Leyne: Não. Imagina eu sei. E com uma coisa assim eu não brinco. O assunto é sempre sério, quando chamo o meu marido para conversar.

Erick engoliu a seco, assustado.

Erick Sinter: É. Bem...

Leyne: Vem comigo Mauro, vamos tomar um café em outro lugar ham?

Leyne gentilmente acompanhou o jovem, até o café na esquina do prédio emissora.

Leyne: E estão, qual seria o problema?

Mauro: Eu vou ter que contar toda a história... Nos conhecemos faz um ano. Aqui na empresa mesmo. Comecemos a namorar, mas coisa inocente sabe? Eu não...

Leyne: Nunca teve relacionamentos antes?

Mauro: Não senhor.

Leyne: Então, o seu noivo foi seu primeiro?

Mauro: Ele...Vai ser. Esse é o nosso problema. Ele quer ter intimidade comigo, e eu quero esperar o casamento porque... Falavam que ele era um pegador. E só queria isso. Mas, se fosse verdade, ele não estaria comigo há um ano. Não acha?

Leyne: Estaria sim. Se estivesse comendo em outro lugar e...

O jovem arregalou os olhos.

Leyne: Ops! Isso foi grosseria. Mas não muda o sentido do que eu queria dizer.

Mauro: Então... O Senhor acha que ele pode estar saíndo com outras pessoas?

Leyne: Mauro, ou ele ama muito você, e vai esperar o seu momento. Ou você é uma sobremesa que ele namora na vitrine, e só não consegue pegar porque a loja ainda não abriu.

Mauro: Sobremesa!?

Leyne: Ele pode estar louco para pegar você, e por isso, ele acha que vale a pena esperar. Mas, com o que você me falou, já deve estar se cansando. Desde quando ele fala sobre avançar?

Mauro: Já tem uns meses.

Leyne: Meses!? Quando ele pediu você em casamento?

Mauro: Faz dois meses hoje.

Leyne: Mauro, pensa um pouquinho. É melhor você entender isso, porque você está vivendo isso. Analisa se ele sempre foi voraz, e você teve que fugir muito dele.

Mauro: Sim. Um pouco.

Leyne: E ele só pediu você em casamento, quando deixou claro que não quer fazer sexo antes?

Mauro: É, foi tipo isso.

Leyne: Então querido... Você corre sim uma porcentagem de risco aí, meio alta dele de deixar, e não se casar, casos faça o que ele quer antes. Olha você é bem bonito. Nota-se que sua retaguarda, é saliente. Deve receber muitas cantadas, certo?

Mauro ficou vermelho.

Leyne: Sim né? Então tenho certeza se esse cara te ama. E se você o ama também. E outra coisa... Você só está conseguindo se guardar, porque quer prender ele a você. E ele não deve ser um homem, tão atraente assim. Porque chega uma hora, que o sentimento pega. E você pula no colo mesmo, sem pensar duas vezes.

Mauro: É... O que eu faço?

Leyne: Eu vou te ajudar. Quem é o cara? Eu conheço?

Mauro: Sim. Ele é o Gerente de Compras, o Décio.

Leyne: Não sei quem é. Ao menos não me lembro.

Mauro: Senhor, ele trabalhou diretamente com o Nilson. Eles até eram amigos. Saiam juntos algumas vezes.

Leyne: Há é? Interessante. Então agora mesmo vou tentar te ajudar com isso. Não se preocupe. Conte comigo tá bom?

Mauro: Por favor senhor, não deixe ele perceber isso. Não quero que fique bravo comigo.

Leyne: Só confia em mim. Eu sei exatamente o que fazer para te ajudar. Agora, vamos saborear nosso café tá bom?

Leyne balançou a mão para o garçom, que veio prontamente. Os dois fizeram seus pedidos.

Leyne: Viu? Não disse que você é uma beleza? O garçom não tirou os olhos de você.

Mauro: Nossa... Que vergonha.

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