20 - Sobre o Dia Longo

Em casa, Leyne deixou a bolsa e as pastas em cima da escrivaninha no escritório. Em seguida ele foi tirar o casaco, e Tez surgiu para o auxiliar.

Leyne: Obrigada. Hoje foi um dia tão longo.

Tez: Foi? Me conta como foi?

Leyne: Hoje você está com paciência para me ouvir?

Tez: Sim. Pode falar o quanto quiser.

Tez pegou Leyne no colo.

Leyne: Vou no colo lá para cima. Porque está me mimando tanto?

Tez: Porque você teve um dia longo. Vou fazer uma massagem tá bom?

Leyne: Tá bom.

No quarto, Tez colocou Leyne gentilmente na cama, e tirou seu sapatos, e o excesso de roupa, começando a massagem em seguida.

Leyne: Bem... Eu conheci um funcionário hoje, um garoto bonito e simpático, e muito inocente. Ele veio me pedir conselhos de relacionamento, acredita?

Tez: Que interessante. Mas ele veio assim, do nada?

Leyne: Sim. Porque?

Tez: Não pareceu suspeito?

Leyne: Eu não pensei nisso. Mas não considero ele suspeito não. Tivemos uma conversa bem intima. Ele me falou sobre o relacionamento dele, que ele é virgem, e o namorado, aliás, noivo fica o pressionando para ter relações sabe? Só que esse noivo dele sim é suspeito amor. Quer investigar ele?

Tez: Sim. Porque achou ele suspeito?

Leyne: Ele é possessivo, trabalhava com o Nilson, e é muito feio para o Mauro.

Tez riu alto.

Tez: Com certeza eu vou querer investigar esse cara muito feio.

Leyne: Eu acho suspeito sim. Porque um cara tão velho, e feio de repente quer namorar um garoto bonito e novinho.

Tez: Isso é um problema?

Leyne: Não sei. Não parece combinar.

Tez: E o que diz de nós dois?

Leyne: O que?

Tez: Sou velho e feio, cheio de cicatrizes pelo corpo, e você bonito e novinho.

Leyne: Claro que não! Tez!? Você não é feio mesmo. Nem se quisesse ficaria feio. Você tem esse cabelo grisalho jogado, seu corpo e muito sexy, seu olhar é hipnotizante... Até seus dentes são sedutores.

Tez: Eu sei que não sou feio. Só queria ver você me elogiando... Gosta dos meus dentes?

Leyne: Gosto...muito.

Tez mordeu o ombro de Leyne.

Leyne: Ai!

Tez: Não disse que gostava dos meus dentes?

Leyne: Sim. Mas não abusa né?

Tez: Certo. Continua contando, como foi que você acabou tão assustado no final do dia? Será que não foi esse namorado do menino? Ele pode ter te visto conversando com o menino, e quis assustar você, por ciúmes. Tem alguns caras que fazem coisas assim por ciúmes.

Leyne: É, não é? Só que eu acho que não era. Porque eles foram embora juntos. Ele nos encontrou voltando para a empresa juntos. Estava de braços cruzados na porta da empresa, com uma cara de bunda que só vendo. E ele falou na maior grosseria com o menino. Foi nesse momento, vendo o olhar dele e a atitude, que percebi que ele é possessivo.

Tez: Bem, não posso julgar ele. Porque o que é meu, é só meu e pronto.

Leyne: Não, mais eu ainda não te falei o pior de tudo. O Mauro me disse que ele era um galinha. Um sem vergonha que saia com várias pessoas antes. Por isso, ele tem, um pouco de receio, pela fama do cara. Então, para provar que o tal, o ama de verdade, ele falou sobre casamento. E o safado só aceitou provavelmente porque achou que poderia enrolar o garoto depois, e conseguir ficar com ele antes do casamento.

Tez: Entendi. Concordo com o seu ponto de vista. Vou investigar ele. Qual é o nome dele?

Leyne: Décio. Não sei o sobrenome.

Tez: Tudo bem, eu posso averiguar isso. E então como foi a massagem?

Leyne: Muito boa.

Leyne se sentou na cama.

Leyne: Vem aqui mais perto?

Tez obedeceu. Leyne o abraçou.

Leyne: Te amo. Obrigado por aparecer sempre que eu preciso. Não consigo pensar na minha vida, se eu ficar sem você um dia. Eu só sei viver, porque tenho você.

Tez sentiu um nó se formar em sua garganta. Ele se afastou e segurou o rosto de Leyne.

Tez: Você sabe viver sim. Mas não precisa pensar nisso, porque eu não pretendo te deixar nunca ok?

Leyne: É que... Eu fiquei pensando na diferença de idade do Mauro e do Décio, e depois pensei na gente...

Tez: Não. Então não pense mais.

Leyne passou os braços ao redor do pescoço de Tez, e se acomodou em seu colo. Aproximando devagar o seu rosto, ele uniu seus lábios aos de Tez em um beijo calmo e romântico. Por poucos minutos, o casal estava aos beijos, até que o celular de Leyne tocou. Leyne se afastou apenas o seu rosto, pegou o aparelho e colocou na orelha.

Leyne: Alô? Leyne falando.

Do outro lado da linha, uma respiração assustou Leyne.

Leyne: De novo isso?

Tez: O que?

Leyne: Eu não sei. Me ligou no trabalho também. Foi uma meia hora antes de você chegar. Eu xinguei e desliguei Mas agora de novo.

Tez pegou o aparelho da mão de Leyne.

Tez: Chefe Sallene falando, quem é?

Igualmente a Leyne, tudo o que Tez escutou, foi o som breve de uma respiração, que parou repentinamente, caindo a ligação. Com a sombrancelhas baixas, e o rosto sério, Tez pegou o seu celular do bolso.

Tez: Boa noite, preciso que rastreiem uma ligação. O numero estou mandando por mensagem, faz um minuto. Me informa assim que conseguirem identificar.

Leyne: Tez? Você vai atrás dessa pessoa agora?

Tez olhou para os olhos de Leyne, e mudou sua resposta.

Tez: Não vou querido. Hoje não. Mas assim que me passarem as informações, eu giro essa cidade inteira e não paro até encontrar essa pessoa.

Leyne: E se for só um trote né? As vezes, pode ser não é.

Tez: É muito difícil isso ser obra de um trote. Alguma coisa é, e eu vou descobrir, não se preocupe.

Leyne: Não estou preocupado... Acho que estou impressionado, amedrontado um pouco, e curioso também... sei lá. Primeiro a caneta depois o susto no trabalho, depois a ligação da Rayane... São coisas recente, e eu só estou pensando em todas elas ao mesmo tempo.

Tez: Já vamos descobrir isso. Vem, volta aqui.

***Esta obra está sob contrato com a NovelToon, e a pirataria, como a reimpressão sem permissão, é estritamente proibida.***

***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***