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Os dias até á festa de aniversário de Xiang passaram rapidamente. Durante esse tempo quase não o via, ele saía muito cedo para a universidade e eu durante o dia estava com a minha mãe mais a equipa de decoração que estava a tratar do evento.

- Já passei ao Dj contratado as músicas favoritas do teu irmão, ele já deve vir a caminho para saber onde vai ser que vai passar as músicas. O teu irmão vem a que horas? -perguntou-me Min com a ansiedade á flor da pele.

- Ele vem com o pai. Eles foram tratar de umas coisas e ele depois vem para trocar de roupa...- disse-lhe enquanto olhava para o meu telemóvel sem saber se devia ou não enviar uma mensagem a Xiang a desejar um feliz aniversário. - Falta mais alguma coisa?- perguntei quando guardei o telemóvel no bolso traseiro das minhas calças e olhava para a responsável pela decoração que me estava a comer com os olhos desde que tinha chegado.

- Não, por agora penso que está tudo, só falta mesmo o pessoal do catering chegar, as mesas estão prontas para receber a comida. Espero que ele goste! - disse-me entusiasmada, mas  a única resposta que recebeu de mim foi um acenar de cabeça.

Nervoso, andei ás voltas pelo jardim enquanto via os empregados num entra e sai frenético pela casa. O Dj chegou entretanto e foi logo testar a mesa de mistura. Eu vi a minha mãe estar a dar-lhe indicações, a frizar novamente as músicas que Xiang amava e acabei por subir as escadas até ao meu quarto para me preparar.

Entrei no banho, meti a cabeça debaixo de água e ali fiquei durante algum tempo: aquele dia, por mais que fosse um dia alegre era um dia triste para mim, porque eu não o ia poder beijar nem abraçar para lhe desejar um feliz dia. Eu tinha desistido de lhe desejar feliz aniversário por mensagem, não tinha palavras para o fazer e depois da conversa que tinha tido com o meu pai tinha ficado claro que ele nos amava como filhos dele e eu não deveria ter a triste ideia de mudar isso.

Saí do banho e meti a toalha á volta da minha cintura a tempo de Xiang entrar dentro da casa de banho.

- Não sabes bater? - perguntei corando, mas irritado ao mesmo tempo.

- Estou com pressa, desculpa. A mãe está prestes a ter um ataque de histeria se eu não me despachar.

- Tivesses vindo mais cedo. - disse enquanto passava por ele e lhe dava um encontrão.

Ele não me respondeu, limitou-se a fechar a porta e eu sentei-me na cama enquanto tentava acalmar o meu coração que estava aos pulos, como se quisesse sair do meu peito.

Vesti-me rapidamente na esperança de não me cruzar com ele quando ele saísse do banho, mas por mais que eu me despachasse ele saiu do banho quando eu estava a colocar a minha gargantilha preta.

- Eu ajudo. - ele disse enquanto ma tirava das mãos e me ajudava a pôr.

- Não era preciso. -disse num tom indiferente, mas com o coração novamente a querer sair-me pela boca.

- O que me compraste de prenda de anos? -  ele perguntou enquanto a fechava ignorando a minha resposta.

- Depois vês.- respondi enquanto me afastava dele. - Obrigado por teres feito algo que eu sei fazer... - resmunguei saindo do quarto disparado.

Parei no corredor que dava para as escadas para descer para a sala agarrado ao peito. Ele sabia como me tirar do sério quando queria, isso eu tinha de admitir, mas naquele dia eu ia ter de usar a minha "máscara" habitual e ninguém ia poder perceber o que eu sentia por ele na realidade. No entento, se eu o espreitasse enquanto ele se vestia, bem, isso era algo que ele nunca ia saber e nos meus sonhos eu ia poder ser francamente mais feliz.

Devagar, o mais silenciosamente que consegui abri a porta do quarto de maneira a que eu conseguisse vê-lo: ele ainda não tinha tirado a toalha, estava a enxugar o cabelo com a toalha enquanto procurava na gaveta dele por boxers, mas depois de muito procura foi em direcção á minha e tirou uns boxers meus pretos simples pousando-os em cima da cama dele. " Acabei de resolver o mistério dos meus boxers desaparecidos.", pensei enquanto via ele andar de um lado para o outro do quarto. Como a minha mãe me tinha pedido, em cima da cama dele já estava a roupa de festa que ela tinha escolhido para ele. Xiang pegou na sweat que eu lhe tinha comprado vermelha e nas calças de ganga azuis escuras, olhou e sorriu tirando de repente a toalha para se começar a vestir.

No momento em que ele tirou a toalha eu senti um calor enorme em direcção ás minha bochechas: eu já o tinha visto nú quando éramos mais novos, mas desde que o nosso pai nos tinha metido a durmir no mesmo quarto que evitávamos estar nús um ao pé do outro. Eu tinha sérios complexos com o meu corpo por ser super baixo e ele por uma questão de respeito evitava sempre tomar banho quando eu estivesse por perto e trocava de roupa na casa de banho. Por isso, naquele momento, todo o meu corpo reagiu a ele, quando vi os seus músculos do abdómen tonificados e os músculos nos braços salientes. Ele vestiu os boxers e depois virou-se de frente para o espelho para se ver ao espelho: com um dedo percorreu corpo desde o abdómen até ao umbigo fazendo quase faltar-me o ar do outro lado da porta.

- Estás a gostar do que vês? - ouvi ele dizer olhando para a porta, onde eu estava a espreitá-lo.

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