Capítulo 12

Ilán deixou escapar um riso amargo e triste, uma gargalhada que ressoou com desdém e raiva, enquanto seu olhar se cravava em Damon com um ódio palpável, seus feromônios carregados de ressentimento invadindo o ar.

—Falas como se eu fosse o único cruel aqui, como se separar o Gio de ti fosse a pior coisa que eu poderia ter feito —suas palavras estavam carregadas de raiva e tristeza—. Mas o que tu fizeste foi mil vezes pior, Damon. Tu foste o responsável por um dos nossos bebês ter morrido! —Ilán cuspiu essas palavras com o coração destroçado, recordando a dor que havia suportado.

O quarto se encheu de uma tensão insuportável. Os feromônios de ambos, furiosos e caóticos, se entrelaçavam em um combate invisível, carregando o ambiente com uma mistura de tristeza, culpa e rancor. Damon sentiu como o peso dessas palavras o esmagava, fazendo-o recordar cada erro que havia cometido no passado.

—Nem sequer querias os nossos filhos desde que estavam no meu ventre —continuou Ilán, sua voz tremendo pela raiva acumulada e seus olhos marejados—. Duvidaste que fossem teus, nem sequer te importavas em saber como estava a gravidez. Nunca me acompanhaste ao médico. Nem sequer perguntavas por mim!

As palavras de Ilán eram como facas que se cravavam em Damon, ferindo seu orgulho e seu coração. Ele sabia que havia cometido erros, graves erros. Mas escutar a dor de Ilán, seu desprezo, fazia com que cada um desses erros cobrasse vida de novo.

—E agora, se não fosse porque o Gio precisa da tua maldita medula óssea, nem sequer me daria ao trabalho de te procurar. Porque não quero que meu filho conheça um bastardo como tu —Ilán cuspiu as palavras com tanto ódio que os feromônios de Damon se descontrolaram por um momento, seu alfa interior lutando para conter a ira que borbulhava sob sua pele.

—Tu...! —Damon apertou os punhos com força, seu corpo tremendo enquanto tentava conter a fúria. Os feromônios de ambos seguiam se chocando no ar, se misturando em uma tempestade de emoções intensas.

Não podia acreditar no que estava escutando. Sabia que havia falhado no passado, mas Ilán não parecia disposto a deixá-lo se redimir. Apesar de Damon ter carregado com sua própria culpa durante anos, Ilán o seguia vendo como o único culpado, sem reconhecer tudo o que ele também havia sofrido.

Ilán o olhou com desafio, seus olhos acesos com uma mistura de dor e ódio.

—O que foi, Damon? Queres me empurrar outra vez como fizeste antes? —o desafiou, recordando aquele momento do passado em que sua relação havia chegado ao limite.

Damon fechou os olhos um momento, respirando profundamente para não perder o controle. Sabia que se deixasse que a rabia o dominasse, tudo pioraria. Precisava manter a calma. Precisava saber o que havia acontecido com seu filho.

—Onde está meu filho? —perguntou, sua voz tensa, mas controlada—. Quero vê-lo.

—O Gio está no hospital —respondeu Ilán, seu tom frio, mas os feromônios de desespero ainda persistiam ao seu redor.

—O quê? —Damon sentiu que o chão se movia sob seus pés—. Então me leve para vê-lo agora mesmo! —exigiu, dando um passo em direção à porta com urgência.

Ilán o deteve, agarrando seu braço com força. Seus olhos se encontraram e, por um momento, todo o rancor e a fúria desapareceram, deixando apenas a dor.

—Espera —disse Ilán, sua voz mais suave, mas ainda firme—. Estás disposto a ser o doador? Antes de conhecê-lo... preciso saber se estás disposto.

Damon o olhou diretamente nos olhos, sem hesitar.

—Por que ainda perguntas? —respondeu, seus feromônios emitindo uma mistura de sinceridade e resolução—. Darei minha medula, darei minha vida se for preciso.

Thump.

Ilán sentiu como seu coração se detinha por um segundo. A intensidade nos olhos de Damon, a honestidade de suas palavras, o fizeram duvidar de todo o ódio que havia acumulado durante os anos. Buscou algum sinal de mentira nos olhos de Damon, mas o único que encontrou foi verdade.

—Então, o que esperas? —disse Damon, fazendo um gesto para que Ilán o guiasse até o hospital—. Me leve até ele.

Sem dizer mais nada, Ilán saiu do escritório, seguido de perto por Damon, ambos em silêncio, mas os feromônios que emitiam falavam da urgência e do peso de tudo o que não se dizia.

O trajeto até o hospital foi rápido, embora para Damon, cada segundo fosse uma eternidade. Seus pensamentos giravam em torno de Gio, seu filho. Um filho que nunca havia conhecido, que não sabia que existia, e que agora estava em perigo.

Depois de vinte minutos, o carro parou em frente ao hospital, e ambos desceram em silêncio, seus passos apressados os levaram até o quarto onde Gio estava internado. Ilán abriu a porta, permitindo que Damon passasse primeiro.

—Ele é o Gio, nosso filho... —disse Ilán em voz baixa, enquanto Damon se aproximava do menino que jazia na cama.

O coração de Damon se deteve ao ver o pequeno. Seu peito se apertou com uma mistura de emoções impossíveis de descrever. Gio era uma mistura perfeita de ambos; seu rosto era uma combinação das feições de Ilán e as suas. Jazia ali, dormindo, alheio a todo o caos que o rodeava, lutando silenciosamente contra sua doença.

Damon se aproximou lentamente, como se temesse romper aquele momento. Seus feromônios, antes tão agitados, agora emitiam uma calma protetora, um juramento silencioso de cuidado e amor.

—Papai vai cuidar de ti, pequeno —sussurrou Damon, inclinando-se para beijar suavemente a testa de Gio. Suas palavras, embora apenas um murmúrio, ressoaram na alma de Ilán, que observava da porta, mordendo os lábios para não romper em prantos.

Finalmente, tudo fazia sentido. Os sonhos que Damon havia tido, em que sua filha perdida parecia tentar lhe dizer algo. Agora entendia que aqueles sonhos eram um aviso, um chamado desesperado do outro lado, alertando-o sobre a existência de Gio, sobre sua luta silenciosa.

—Vou te proteger, filho... —murmurou Damon, com os olhos cheios de lágrimas, prometendo que faria tudo o que estivesse em seu poder para salvar seu filho.

Ilán não pôde suportar mais. As emoções o abateram e, antes que Damon pudesse vê-lo chorar, saiu do quarto, buscando refúgio no corredor do hospital. As lágrimas rolavam por suas bochechas enquanto o peso de tudo o que havia ocorrido lhe caía em cima.

Alguns minutos depois, Damon o alcançou no corredor e, sem dizer uma palavra, ambos caminharam juntos em direção ao consultório do médico para realizar os testes de compatibilidade, deixando Gio aos cuidados de sua cuidadora.

....

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Comments

solealua566~ jikooka ~

solealua566~ jikooka ~

como ele vai ver se na primeira oportunidade tu saísse com teu amante

2024-12-24

0

Clesiane Paulino

Clesiane Paulino

espero que vc faça diferente agora Damon 🥺🥺🥺🥺

2024-12-23

1

Estefany

Estefany

Bla blá blá seboso

2024-11-17

0

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