capítulo 6 coração quebrado

Estou conhecendo a cidade de Nice e estou apaixonada. É linda, os cafés, bares, restaurantes, tudo muito sofisticado. Os dias têm sido atarefados. Às vezes fico com minha princesa durante o dia, para Josie ir a algum lugar, e isso me distrai.

Não tive muito tempo para pensar na minha família, e nele. Nem imagino como estão, se estão sentindo minha falta ou ao menos se deram ao trabalho de me procurar.

— Mali, a Josie mandou mensagem, pediu para você ir lá. Disse que te ligou e você não atendeu. Deve estar no mundo da lua de novo, né? — Peguei o aparelho que estava no sofá e olhei a tela.

— Deve ser o barulho da TV, eu não devo ter escutado. — Estou com a TV ligada, mas não estou prestando atenção em nada. Minha cabeça hoje está longe, eu preciso mesmo de distrações.

— Vou lá, já estou com saudade da princesinha. — Levantei-me e fui direto para o apartamento de Josie. A porta tem minha digital, que ela gravou para facilitar, então entrei.

— Oi, Jô, está tudo bem? — perguntei assim que a vi na sala com algumas malas. Ela sorriu, e Emilly fez festa nos braços dela, querendo meu colo.

— Se lembra que falamos do pai de Emilly? — Assenti. Ela disse que ele estava viajando e nem conheceu a menina. Que tipo de homem faz isso? São mais de oito meses sem aparecer.

— Então, ele veio nos buscar. Ele é um empresário árabe e está aqui por nós. Sei que não entende. — Talvez ela pense isso pela minha cara. Claro que não entendo.

— A tradição do país dele é totalmente diferente. Ele só estava resolvendo tudo para nunca mais precisar voltar para lá. Ele não quer criar nossa pequena Emilly na tradição deles. Ele cresceu aqui na França, mas a família e os negócios estavam todos lá.

Eu assenti sem parar. Quem sou eu para julgar? Não direi nada. Só me preocupo.

— Espero que você seja feliz, mas para onde vão? — Ela sorriu e me entregou Emilly, que não parava de se jogar.

— Vamos para a Espanha. Ele tem uma filial da empresa que transformou em sede por nós. — A campainha tocou e eu abracei Emilly, me despedindo.

— Quando voltarmos para a França, mesmo a passeio, com certeza vamos vir atrás de você! — Ela me abraçou, e eu lhe entreguei Emilly. Alguns homens, que pareciam seguranças, entraram para pegar as bagagens delas.

...

— Não acredito que elas foram embora. Por que não me disse nada? — Ju deu de ombros.

— Ela tinha que dizer. Fizemos uma festinha de despedida, depois ela foi se encontrar com o seu príncipe encantado — ela disse, debochada.

— Por que disse assim? — Ela me encarou, e vi que estava séria.

— Não acredito que um cara desses se apaixonaria loucamente. Olha só o que aconteceu com você. — Fiquei desconcertada, me lembrando de toda a situação que vivi meses atrás.

— Desculpa, me perdoe, por favor, não pensei direito antes de falar. — Segurei suas mãos.

— Para, eu te entendo. E penso do mesmo jeito, eu também não acredito mais. — Ela me olhou com carinho e me abraçou.

— Agora me conta, o que aconteceu com você? De um coração quebrado para outro. — Afastei-me e perguntei à minha melhor amiga, que pareceu sofrer quando disse não acreditar no amor.

— É, eu também quebrei a cara. Me apaixonei por um cara, mas descobri que ele é casado e muito feliz, com seus dois filhos. — Arregalei meus olhos, espantada. Ela nunca tocou no assunto.

— Filho da puta! _ ela riu

— É engraçado ver você xingando, e ele é, sim, um grande filho da puta! _ estamos nos tornando tudo o que a professora vida, nos ensinou

— Vou te levar para a boate hoje. É meu dia de folga, dançaremos a noite toda! _ ela segurou minha mão e me puxou para seu quarto. Abriu seu closet, e vi vestidos maravilhosos, saltos lindos e todos com cara de dinheiro.

— Vamos mostrar às francesas, o que as brasileiras têm de melhor _ ela tirou um vestido vermelho, com um decote em V, curto, e um salto prata

— Usa isso hoje, eu vou te maquiar. _ tomei um banho e sequei meus cabelos, o perfume francês Lacôme, que a Jô me deu é maravilhoso.

— Nossa. Você está linda, agora realçaremos esses olhos azuis! _ disse assim que entrei em seu quarto com o vestido, e o salto

Passou meia hora passando várias camadas em meu rosto, e em meus olhos um monte de tipo de maquiagem.

— Eu nunca fui de usar maquiagem, sabe disso, acho que no máximo, batom e rímel _ disse enquanto ela finalizava com um spray fixador, com glitter no meu rosto

— Você está um mulherão, não está mais com cara de menina _ eu me virei e encarei o espelho.

Me senti tão poderosa, nem me reconheci, quem é essa mulher que reflete no espelho, não é nem sombra da menina boba de meses atrás.

— Vamos, vou te apresentar aos meus amigos

saímos e em poucos minutos chegamos a boate com o nome "code de conduite" código de conduta, muito chique, na parte mais nobre da cidade, Nice, é a segunda cidade mais rica da França.

O estacionamento subterrâneo, havia muitos carros de valor alto, carros que eu nunca nem sonharia em ver no Brasil.

A vaga que Juliana estacionou, estava em uma área privada, ela digitou um código antes do portão se abrir, e eu achei isso o máximo.

— Uiiii, que tudo. _ disse empolgada, nunca vi tanto luxo, e nós nem entramos. O elevador funciona com a impressão digital dela. Subimos ao quarto andar.

— Vou apresentar você a um amigo, ele é um segurança. Lembra que eu te disse que tem vários seguranças? _ assenti

O elevador abriu e estávamos ao que parecia uma festa privada, todos fizeram festa quando viram Juliana, alguns me cumprimentaram, outras garotas, lindas, estavam apenas observando.

— Marcos, essa é a Maria Elisa._ um rapaz alto e forte de olhos verdes se aproximou e me deu um beijo no rosto

— É famosa, mas ela não mentiu, você é mesmo muito linda! _ sorri, para o brasileiro galanteador

— Ora, ora, ora! O que temos aqui? _ uma mulher bonita, alta, de olhos azuis, se aproximou e me olhou dos pés a cabeça, sorriu e se voltou para Juliana. 

— Ela veio apenas para se divertir na boate, noite das garotas! _ senti Juliana um pouco na defensiva.

— Me apresente a bela moça, pelo que vejo é brasileira. Tem olhos lindos! _ ela estendeu a mão

— Obrigada, sou Maria Elisa. Sim, sou brasileira. _ olhei para Juliana sem entender

— Bom, nós vamos descer. Marcos, você vem também? _ ela me conduziu para o elevador e fez sinal para ele, que correu como um cachorrinho

— Você disse que ela não estaria aqui!

Juliana o recriminou, e ele deu de ombros.

— Ela disse que não viria hoje, apareceu do nada! _ eu no meio dos dois, sem entender nada, assisti os olhares entre eles.

— Quem é ela! E, por que você está desse jeito?

_ ela me encarou e se lembrou que eu estava ali, e ouvia tudo

— Desculpa, não é nada, não. _ se bem a conheço, ela está me escondendo algo, mas tem tanta coisa que ela não me conta, eu não pressionarei, quando ela quiser, ela vai me falar.

— Vem, vamos curtir a noite. _ ela disse, no exato momento em que o elevador abriu, e o som de um DJ, ótimo, estava rolando.

Seguimos em direção ao som, o bar era enorme ao redor da pista, isso eu nunca vi, estava cheio, as luzes piscando freneticamente, o mezanino ao redor, anunciava gente mais abastada ainda, como se os que estavam na pista parecessem pobres.

Nos misturamos na pista e logo estávamos dançando, Ju estava se pegando com Marcos.

Segurança, ele cuida bem mais do que da segurança.

Eu estava no ritmo da música, e depois de duas doses de tequila, estava leve, senti um corpo forte atrás de mim.

Me virei e um homem, alto, de cabelos cumpridos, barba grossa estava dançando comigo e eu adorei o jeito que ele me olhou. Uma cicatriz na sobrancelha esquerda o fazia parecer perigoso.

— Salut poupée!

— Oi, boneca! _ disse com a boca em meu ouvido, e eu arrepiei todinha

Ele colocou suas mãos em meu quadril, e eu requebrei até o chão, e subi com o corpo colado ao dele. Senti sua ereção.

Seu sorriso ladino, quando me apertou contra ele, me excitou. Me virei e minha bunda roçou em seu pau que estava duro.

— Où étais-tu toute ma vie?

— Onde você estava a minha vida toda?

Não sei o que deu em mim, mas adorei a sensação de poder.

Ele me virou para ele, e me beijou. Sua mão agarrou meu pescoço e apertou, e seus lábios selvagens, alcançou a minha boca. Sua língua parecia brigar com a minha, e eu adorei a sensação nova.

Marcos (segurança)

Jason (segurança)

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