apenas prazer

Maria abriu a porta, ainda sonolenta, e encontrou Caio ali, de pé, com um olhar aflito. Ela piscou algumas vezes, tentando se acostumar com a claridade da manhã e processar sua presença. "O que você está fazendo aqui, Caio?" perguntou, surpresa e com uma leve confusão na voz.

Ele deu um passo à frente, com um olhar de súplica. "Amor, não faz isso. A dívida já está paga, vamos voltar. Eu te amo, Maria."

Ela o deixou entrar, hesitante, e fechou a porta atrás dele. Eles caminharam até a sala, onde Caio continuou a insistir, a voz trêmula. "Eu me trato, faço o que você quiser, mas, por favor, não termina comigo. Se não me ama, diz logo."

Maria suspirou profundamente, sentindo o peso das palavras dele. "Caio, você foi meu primeiro em tudo. Eu só tive você como relacionamento. Nós nos conhecemos desde criança, e eu me acostumei com sua presença na minha vida... mas não é o suficiente." Ela olhou diretamente nos olhos dele. "Você precisa se tratar. Esse vício está destruindo você e, de certa forma, a mim também. Até Miller está preocupada com você."

Caio, desesperado, se aproximou mais. "Amor, eu prometo que vou me tratar. Vou fazer de tudo por você... mas, por favor, não acaba com a gente. Não se eu ainda tenho alguma chance."

Maria suspirou novamente e baixou os olhos. "Eu ainda te amo, Caio, mas não como antes. Acho que o que sinto agora é mais conforto do que amor de verdade. Podemos ser amigos, e eu sempre vou me importar com você, mas não posso continuar assim."

Caio, percebendo que suas palavras não estavam sendo suficientes, se aproximou ainda mais, pegou o rosto dela em suas mãos e a beijou. Ele sabia exatamente como derretê-la, como tocar os sentimentos que ainda estavam ali. Maria, surpreendida pelo gesto, não recuou. Ela aceitou o beijo, deixando-se levar por um instante.

Enquanto o beijo se intensificava, uma imagem surgiu na mente de Maria: Stefan. Sua presença, seu toque, sua voz rouca e o desejo que ele despertava nela. Ela tentou afastar esses pensamentos, mas quanto mais Caio a beijava, mais ela sentia o conflito dentro de si. Mesmo assim, ela se entregou ao momento.

Caio a pegou no colo, seus corpos já reacendendo a familiaridade entre eles. Ele a levou até o quarto, deitando-a suavemente na cama. Maria se sentiu dividida entre o conforto do que era conhecido e o caos que Stefan trazia para sua vida. Mesmo assim, naquele momento, ela escolheu o conforto. Eles fizeram amor, mas a mente de Maria vagava, cheia de incertezas e lembranças de Stefan. O toque de Caio era familiar, mas o desejo que ela sentia por Stefan era o que pulsava em suas veias.

Enquanto estavam deitados depois do ato, Maria olhou para o teto, se perguntando se algum dia poderia fugir do caos que sua vida havia se tornado. Ela amava Caio, mas seu coração, de alguma forma, já havia sido arrebatado por Stefan.

Maria estava deitada na cama, ainda processando o que acabara de acontecer, quando Caio se virou para ela, cheio de expectativa e com uma expressão quase desesperada.

"Maria, a gente está junto de novo, certo? Me dá mais uma chance, por favor. Eu prometo que vou fazer o tratamento dessa vez. Eu posso mudar."

Ela se sentou na beira da cama, passando as mãos pelo cabelo, confusa e cansada. Olhou para ele, tentando encontrar a resposta certa. "Caio... eu não sei. Acho melhor não. Eu estou tão confusa, com medo de me machucar de novo. Aquele tal de Sombra me ameaçou por causa das suas dívidas. Isso não é justo comigo."

Caio suspirou, fechando os olhos por um momento antes de responder, com um tom mais suave, mas determinado. "Eu entendo, Maria. Mas eu não vou desistir de você. Vou te mostrar que posso mudar, vou fazer isso por nós dois."

Antes de sair, ele se inclinou e a beijou suavemente, um gesto carregado de esperança e um último pedido silencioso de redenção. Maria não resistiu, mas também não retribuiu com a mesma intensidade. Ele se levantou, vestiu-se em silêncio e se dirigiu à porta.

Ao chegar na sala, Caio encontrou Miller esperando. Ela estava no sofá, com um olhar desconfiado. Ele a cumprimentou com um beijo na bochecha, como costumava fazer. "Até mais, Miller," ele disse, tentando soar despreocupado.

Miller observou enquanto ele saía e, assim que a porta se fechou, ela se virou para Maria, que estava encostada no batente da porta do quarto, parecendo cansada e abatida. "O que ele estava fazendo aqui, amiga?"

Maria suspirou e deu de ombros. "Ele veio pedir outra chance. Disse que vai mudar, que vai se tratar..."

Miller balançou a cabeça, cruzando os braços. "E você, o que acha?"

"Eu não sei, Miller. Parte de mim quer acreditar nele, mas outra parte só quer deixar tudo isso pra trás. Eu já passei por tanto com ele... E agora tem o Stefan."

Miller levantou uma sobrancelha. "O mafioso gostoso de ontem?"

Maria riu, balançando a cabeça, mas logo seu rosto ficou sério novamente. "Sim, ele mesmo. Tudo está tão confuso."

Miller se aproximou e colocou a mão no ombro de Maria. "Amiga, você merece mais do que ser arrastada para essas confusões. Talvez seja hora de pensar no que é melhor pra você."

Maria olhou para a amiga, sabendo que ela estava certa, mas ainda presa em seus próprios sentimentos e medos.

Maria sorriu, um sorriso suave e cheio de nostalgia, enquanto olhava para Miller. "Amiga, obrigada por estar sempre comigo. Sabe, quando éramos crianças, eu tinha a impressão de que você gostava do Caio... mais do que só como amigo. Lembra quando eu te perguntei sobre isso e você negou? E disse que, se ele me pedisse em namoro, eu podia ficar com ele sem problema?"

Miller soltou uma risada baixa, balançando a cabeça. "Ai, amiga... faz tanto tempo isso."

Maria suspirou, olhando para o chão por um momento antes de levantar o olhar novamente. "Desde então, você sempre esteve ao meu lado, apoiando e me ajudando, mesmo quando as coisas ficaram difíceis entre mim e o Caio. Você é uma amiga incrível, Miller. Eu te amo."

Miller sorriu, com os olhos brilhando de emoção, e puxou Maria para um abraço apertado. "Eu também te amo, amiga. A gente passou por tanta coisa juntas, e eu sempre vou estar aqui, independentemente de quem está ao seu lado ou das escolhas que você fizer."

As duas ficaram em silêncio por alguns segundos, apenas apreciando o conforto da amizade que tinham construído ao longo dos anos. Miller se afastou e olhou para Maria com um sorriso travesso. "Mas sobre o Caio... você tinha razão naquela época. Eu gostava dele, mas era só uma paixão boba de adolescente. Ver vocês dois juntos foi o certo, e você fez ele muito feliz por muito tempo. Agora, se ele não conseguir ver o que perdeu... é problema dele."

Maria riu, sentindo o peso em seu peito aliviar um pouco. "É, eu sei. Mas obrigada por ser sincera. Isso significa muito para mim."

Miller deu de ombros. "É para isso que as amigas servem. E falando nisso... o que você vai fazer agora? Tem o Caio, mas também tem o Stefan. E convenhamos, amiga, aquele mafioso mexeu com você."

Maria revirou os olhos, rindo. "Ai, Miller, não começa..."

Maria riu enquanto falava, jogando-se no sofá, ainda com o cabelo úmido do banho. "Mano, sabe o que é engraçado? O Stefan já é um coroa, mas, amiga... que coroa gostoso!" Ela balançou a cabeça, como se estivesse tentando afastar os pensamentos, mas logo continuou com um sorriso travesso. "Amiga, do céu, ele é gato, gostoso e ainda tem aquele lance de perigo. Ele é o tipo de cara com quem eu sempre sonhei para uma aventura, mas, sinceramente? Eu não quero me relacionar com ninguém agora. Nem com ele, nem com o Caio, nem com mais ninguém."

Miller, sentada na poltrona em frente, gargalhou. "Ai, amiga, o Stefan realmente mexeu com a sua cabeça, hein? Mas eu entendo, é aquele tipo de homem que parece saído de um filme de ação, perigoso e irresistível."

Maria balançou a cabeça com força, quase como se estivesse se livrando do pensamento. "Não, não, nada disso! O que eu quero mesmo é curtir a vida. Quero ir pra balada, trabalhar nos meus casos, estudar, cozinhar, e dançar com a minha melhor amiga." Ela olhou para Miller com um sorriso. "E é isso que importa. O resto? O Caio, o Stefan, eles que vivam a vida deles. Eu vou viver a minha."

Miller sorriu, orgulhosa da determinação da amiga. "Isso mesmo! A gente não precisa de homem nenhum para ser feliz. E, falando nisso, a gente está cheia de trabalho hoje. Que tal deixar esses caras de lado e focar no que a gente faz de melhor? Vamos fazer essa parceria brilhar!"

Maria riu e se levantou, esticando os braços. "Combinado! Vamos focar no que interessa. Hoje é dia de trabalho e de cuidar da nossa agência."

Miller levantou-se junto com Maria, pegando os papéis que estavam espalhados na mesa. "Amiga, juntas, nós somos invencíveis. Deixa esses dramas de lado, porque hoje é dia de arrasar."

As duas trocaram sorrisos cúmplices e se prepararam para encarar o dia de trabalho, deixando os problemas amorosos no passado, pelo menos por enquanto. A amizade e a parceria entre elas era o que realmente importava.

Stefan, desde que voltara de Las Vegas, não conseguia tirar Maria da cabeça. Havia algo nela que mexia com ele de uma maneira que nenhuma outra mulher jamais tinha feito. Mesmo agora, em sua mansão luxuosa, cercado de poder e riqueza, seu pensamento vagava para a noite intensa que tivera com Maria. Sua presença o intrigava, o desafiava, e isso o deixava obcecado.

Stefan estava saindo do banho, ainda enxugando os cabelos quando Jade entrou em seu quarto sem bater, com a familiar atitude despreocupada. "Stefan, amor, você foi viajar e nem pensou em me levar." A voz dela era doce, mas havia uma pitada de provocação. Ela se aproximou da cama, lançando-lhe um olhar sedutor.

Com um tom sarcástico, Stefan respondeu sem sequer olhar diretamente para ela: "E desde quando eu preciso te levar para algum lugar? Para mim, você só serve pra uma coisa. Agora, se coloca no seu lugar, Jade."

Jade, com o corpo escultural e a confiança de quem sabe o poder que tem sobre os homens, nem se abalou com as palavras duras de Stefan. Pelo contrário, ela estava acostumada com a brutalidade dele e, de certa forma, a desejava. "Amor, eu estava com saudade," ela murmurou, tirando a roupa lentamente, deixando à mostra o corpo perfeito que sempre arrancava olhares de desejo.

Stefan, porém, olhava para ela sem o mesmo fervor que tinha por Maria. Para ele, Jade era apenas mais uma mulher em sua lista, uma distração temporária. Não havia paixão ali, apenas necessidade física. Sem demonstrar afeto, ele a puxou pelo cabelo com força, jogando-a na cama com uma brutalidade que ele sabia que ela gostava.

Jade, já acostumada com essa intensidade, gemia alto enquanto ele a penetrava com força e precisão. Ela adorava o jeito bruto com que Stefan a tratava. "Você é um desgraçado, mas eu adoro isso," Jade sussurrava entre gemidos, incitando-o a continuar com mais força.

Stefan se movia rápido, sem cuidado, mas com uma frieza que revelava que, para ele, aquilo não era mais do que um ato mecânico. Ele a satisfazia, mas seus pensamentos ainda estavam em outra pessoa – Maria. Ele não conseguia esquecer o jeito que ela resistia a ele, o olhar desafiador dela, e a forma como, apesar de tudo, ela cedia ao desejo. Era esse controle sobre ela que o instigava, e nenhum gemido de Jade poderia preencher o vazio que Maria deixava.

Quando o ato terminou, Jade ofegava, satisfeita. Stefan, no entanto, se afastou sem uma palavra, seus olhos fixos no teto, sua mente já longe dali. "Você me enlouquece, Stefan," Jade murmurou, virando-se para ele, mas ele nem respondeu. Para ele, Jade já era uma sombra insignificante de tudo o que realmente o consumia naquele momento.

Stefan se levantou da cama sem dizer uma palavra, caminhou até o cofre na parede, abriu e pegou um maço de dinheiro. Com um movimento casual, ele jogou o dinheiro sobre o corpo nu de Jade, que ainda estava deitada, respirando ofegante. "Tá aí," disse ele, com frieza.

Jade, que por um momento havia pensado que aquilo era mais do que uma transação para Stefan, sentiu o coração apertar. "Stefan, eu não quero seu dinheiro... Eu quero seu amor. Me ame," ela pediu, quase em desespero, enquanto lágrimas começavam a surgir em seus olhos.

Stefan se aproximou novamente, segurando os pulsos dela com firmeza, mas sem carinho. Ele olhou diretamente nos olhos de Jade, com um olhar que era tanto implacável quanto desdenhoso. "Jade, eu nunca vou amar você."

Jade começou a chorar, lágrimas escorrendo livremente pelo rosto. "Por quê?" Ela sussurrou entre soluços, esperando que talvez, de alguma forma, ele mudasse de ideia.

"Você é linda, gostosa..." Ele começou, sua voz carregada de sarcasmo e desprezo. "Mas qualquer um que te dê jóias, que te encha de luxo, consegue o que quiser de você. Basta te dar o que você quer, e você abre as pernas sem pensar duas vezes."

Jade arregalou os olhos, chocada e ferida pela brutalidade das palavras de Stefan. "Não, não diz isso!" Ela tentou se defender, sua voz trêmula. "Eu sou rica, poderosa! Tenho tudo que quero, Stefan, mas o que eu te peço é o seu amor!"

Stefan já estava sem paciência. Ele riu, um riso frio e debochado, que ecoou pelas paredes do quarto. "Você acha que eu vou te dar isso? Acha que o que nós temos é amor?" Ele balançou a cabeça, rindo novamente. "Você é só uma distração, Jade. Uma peça descartável."

Jade, em prantos, tentou se aproximar dele, mas Stefan levantou a mão, interrompendo qualquer tentativa de reconciliação. "Suma daqui, Jade. Agora," disse ele, a voz firme e gélida. "Obedeça seu Dom, ou eu acabo com você."

O medo tomou conta de Jade. Ela sabia que Stefan não fazia ameaças vazias. Sem mais uma palavra, ela se levantou rapidamente, ainda tremendo de choro, recolheu suas roupas e saiu do quarto o mais rápido que pôde, deixando para trás qualquer esperança de que Stefan pudesse, um dia, amá-la.

Stefan a observou sair, sem demonstrar qualquer emoção. Para ele, Jade nunca fora mais do que uma diversão passageira. A única mulher que ocupava seus pensamentos naquele momento era Maria, e ninguém mais.

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