Capítulo 15: Retornou à Nova Harmonia.

...----------------...

Elena caminhou por um bom tempo até finalmente chegar à cidade. Vestida com um moletom e capuz, ela queria passar despercebida. Seus passos eram rápidos, e ela mantinha a cabeça baixa, evitando o contato visual com qualquer um que passasse. O crepúsculo começava a envolver as ruas familiares em sombras, aumentando a sensação de desolação que a acompanhava.

Ao passar pelas ruínas de sua antiga casa, Elena parou. Tudo o que restava eram os pilares carbonizados, um triste vestígio do que um dia foi seu lar. As paredes que outrora abrigaram tantas lembranças estavam agora reduzidas a escombros. Ela abaixou a cabeça, sentindo o peso da perda.

— Desculpa, vovó, por não conseguir... — murmurou, a voz embargada de tristeza e culpa.

As lágrimas rolaram pelo seu rosto, misturando-se à sujeira da viagem. Lembrou-se dos dias felizes passados ali, das risadas e das histórias contadas. Agora, tudo aquilo era apenas uma lembrança dolorosa.

Ela não podia se demorar ali. Precisava continuar. Limpou as lágrimas com a manga do moletom, tentando reunir forças. Sentiu uma dor profunda no peito. Caminhar era difícil, cada passo parecia pesado como chumbo.

No caminho até a casa de Sophia, sua mente estava repleta de pensamentos confusos. Ela não sabia o que encontraria, mas precisava ver sua amiga. Sentia-se desesperadamente só, e a perspectiva de um rosto familiar e amigo a impulsionava a seguir em frente.

Enquanto caminhava pelas ruas semi-desertas, notou o olhar curioso de algumas poucas pessoas. Puxou o capuz mais para baixo, cobrindo melhor o rosto. Finalmente, avistou a casa de Sophia, uma visão que lhe trouxe um breve alívio.

Elena respirou fundo, tentando controlar a ansiedade que sentia ao se aproximar da porta. Apertou a campainha com dedos trêmulos, sentindo o coração acelerar. Precisava de um lugar seguro, precisava de sua melhor amiga Sophia.

Quase imediatamente, a porta se abriu, revelando uma Sophia assustada e incrédula.

— Elena! — gritou Sophia, as lágrimas escorrendo pelo rosto enquanto se jogava para um abraço.

Elena tapou a boca de Sophia rapidamente, seus olhos suplicantes. — Shhh, fala baixo, por favor. Não quero que ninguém me reconheça.

Confusa, mas obediente, Sophia assentiu e puxou Elena para dentro de casa, fechando a porta rapidamente. O interior da casa era acolhedor, com luzes suaves e o cheiro familiar de bolo recém-assado, um refúgio seguro em meio ao caos.

— O que aconteceu? Onde você esteve? Por que não veio me procurar? E o que aconteceu com a sua casa? — Sophia disparou perguntas, sua voz um sussurro agitado.

Elena ergueu as mãos, tentando acalmar a amiga. — Calma, Sophia. Vou te contar tudo.

Sophia conduziu Elena até a sala de estar e a fez sentar-se no sofá. Ela correu para a cozinha e voltou com um copo de água, entregando-o a Elena.

— Beba um pouco. Você parece exausta. — Sophia disse, sentando-se ao lado dela.

Elena aceitou o copo com um aceno agradecido e tomou um gole, sentindo a frescura da água acalmar sua garganta seca. — Obrigada, Sophia.

— Eu realmente pensei que você estava... — Sophia não conseguiu terminar a frase, sua voz falhando enquanto olhava para Elena com preocupação.

— Muita coisa aconteceu — disse Elena, sua voz baixa. — Não sei nem por onde começar. Minha... bem eu comecei entendio.

Sophia arregalou os olhos, assustada. — Você... porque faria algo assim?

— É complicado. Tem a ver com anjos, demônios e relíquias antigas. — Elena fez uma pausa, observando a expressão incrédula de Sophia. — Sei que parece loucura, até eu as vezes acho que estou louca.

— E sua avól? — perguntou Sophia, com um toque de hesitação. — Foi encontrado restos mortais no local, mais só as cinzas, não conseguiram identificar, então o caso foi encerrado, disseram que você também havia morrido lá.

Elena suspirou profundamente. — Minha avó. Ela era um tipo de guardiã, e sabia de tudo. Ela não morreu por causa do encendio, ela foi assassinada.

Sophia estava tentando processando tudo. — Como assim assassinada?

Elena abaixo a cabeça, ela estava triste e cansada.

—Elena desabafa comigo, eu estou aqui. - Sophia á abraça.

Elena respirou fundo antes de começar a explicar tudo. Falou como sua avó morreu, sobre a jornada para encontrar as relíquias, o confronto com Lucian e a recente revelação sobre seus pais. Sophia ouvia atentamente, seus olhos arregalados de surpresa e medo.

— Elena, tudo isso é inacreditável — disse Sophia, sua voz trêmula.

Elena suspirou. — Eu sei. Parece uma loucura, mas é a verdade.

Sophia arqueou as sobrancelhas, interessada. — E quem é Gabriel? Você fala dele de um jeito diferente.

— Gabriel. Ele é... um anjo. — Elena disse, hesitante.

Sophia ficou boquiaberta. — Um anjo? Estão você gosta de um anjo? - Sophia e rir e fala em tom de brincadeira. -É por isso que você não namorava, seu tipo é muito alto.

Elena riu, apesar da situação. — Não sei se temos algo, Sophia. E mesmo que tivéssemos, acho que não daria certo. Somos de mundos diferentes. Além disso, ele mentiu para mim. Disse que meus pais poderiam estar vivos, ele me fez acreditar nisso, mas ele sabia a verdade o tempo todo.

Sophia ficou séria, aproximando-se de Elena. — Sinto muito, Elena. Isso é muita coisa para processar.

Elena assentiu, sentindo o peso da situação. — Eu só precisava de um lugar para pensar. E saber que você está aqui me ajuda muito.

Sophia segurou a mão de Elena com firmeza. — Você sempre pode contar comigo. Mas, e agora? O que você vai fazer?

Elena olhou para o chão, seus pensamentos confusos. — Não sei. Elyria me disse que não posso confiar em ninguém, especialmente neles. Ela também disse que há mais sobre meus pais que eu preciso descobrir.

— Você vai procurar por respostas sozinha? — perguntou Sophia, preocupada.

— Talvez. Não sei se posso confiar em Gabriel e Ezequiel agora. Preciso de tempo para pensar e planejar meus próximos passos. — Elena respondeu, sua voz determinada.

Sophia assentiu. — Eu entendo. Mas lembre-se, você não está sozinha. Eu vou te ajudar no que precisar.

Elena sorriu, sentindo-se um pouco mais aliviada. — Obrigada, Sophia. Seu apoio significa muito para mim.

Sophia retribuiu o sorriso, seus olhos brilhando com determinação. — Agora, vamos pensar em como podemos encontrar essas respostas. Você não precisa fazer isso sozinha.

Elena sentiu um calor reconfortante ao ouvir isso. — Certo. Primeiro, preciso de mais informações sobre meus pais. Talvez haja algo nos registros antigos da cidade ou em algum lugar que eles frequentavam.

Sophia assentiu. — Podemos começar a procurar amanhã de manhã. Hoje, você precisa descansar. Está exausta.

Elena concordou, sentindo o peso da fadiga. — Sim, você tem razão. Obrigada, Sophia. De verdade.

— Não precisa agradecer. Somos amigas. — Sophia respondeu, puxando Elena para um abraço apertado. — Vai ficar tudo bem, Elena. Vamos descobrir tudo juntas.

Elena fechou os olhos, sentindo um alívio temporário. Pelo menos, por agora, ela tinha um lugar seguro e alguém em quem confiar. E isso era tudo o que precisava para seguir em frente.

...----------------...

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!