Capítulo 8: Surpresas

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Na manhã seguinte, a mansão estava em movimento, uma energia palpável de preparação e urgência no ar. Elena e Gabriel estavam no salão principal, reunindo os últimos itens necessários para a jornada. Livros antigos, armas encantadas e provisões mágicas estavam espalhados por uma mesa de madeira maciça.

Ezequiel, com um mapa detalhado à sua frente, gesticulava para diferentes pontos do papel envelhecido. Seu semblante era de preocupação e seriedade.

— A segunda relíquia é a do fogo, ela está escondida no Submundo, no Reino de Ignis — disse Ezequiel, seus dedos traçando o caminho pelo mapa. — É uma área remota, cheia de armadilhas e criaturas guardiãs que protegeram a relíquia por séculos. Precisamos ser extremamente cuidadosos.

Gabriel, com seus olhos fixos no mapa, analisava cada detalhe cuidadosamente. — Precisamos estar preparados para qualquer coisa. Ezequiel, você fica aqui e monitora os movimentos de Lucian. Se ele fizer qualquer movimento em nossa direção, precisamos saber imediatamente.

Ezequiel levantou o olhar, seus olhos encontrando os de Gabriel. — Entendido. Farei o possível para mantê-los informados. — Ele então voltou-se para Elena, sua expressão suavizando um pouco, mas ainda carregada de preocupação. — Cuidem-se. Lembrem-se de que o tempo é nosso maior inimigo.

Elena assentiu, sentindo o peso da responsabilidade crescer em seus ombros. — Vamos trazer a relíquia, Ezequiel. — Ela olhou para Gabriel, que lhe devolveu um olhar confiante. — Confie em nós.

Ezequiel suspirou, finalmente esboçando um leve sorriso. — Eu confio. Apenas voltem em segurança.

Com as palavras de Ezequiel ecoando em suas mentes, Elena e Gabriel pegaram seus equipamentos e seguiram para a saída da mansão.

Elena e Gabriel partiram, voando em direção ao Reino de Ignis. O céu ainda estava tingido de laranja e rosa quando eles começaram sua jornada, as asas de Gabriel batendo ritmicamente enquanto Elena segurava firme. A paisagem abaixo passava rapidamente, e a calma da viagem parecia promissora.

A tranquilidade, no entanto, durou pouco. Ao pousarem em uma densa floresta que marcava a entrada do Reino de Ignis, Gabriel sentiu uma perturbação no ar. Seu corpo ficou tenso, os sentidos aguçados.

— Cuidado, Elena! — gritou Gabriel, sua voz firme e urgente.

Do meio das árvores, subordinados de Lucian emergiram das sombras, suas figuras sinistras e hostis. Gabriel desembainhou sua espada, o metal brilhando, pronto para a luta. Elena, ao seu lado, sentia a adrenalina correr em suas veias enquanto se preparava para usar seus poderes.

— Proteja-se, Elena! — ordenou Gabriel, enfrentando os primeiros atacantes com destreza.

Elena fechou os olhos por um breve momento, concentrando-se na energia do colar que pulsava em seu pescoço. Sentindo a força mágica fluir por seu corpo, ela abriu os olhos e, com um gesto decidido, lançou uma barreira de luz ao redor de Gabriel, protegendo-o dos ataques.

A batalha que se seguiu foi feroz. Inimigos vinham de todos os lados, suas armas brandindo no ar, mas Gabriel e Elena lutavam com determinação. Gabriel desferia golpes precisos com sua espada, cada movimento uma dança letal de habilidade e força. Elena, por sua vez, usava sua magia para criar barreiras, lançar rajadas de energia e afastar os atacantes.

— Elena, atrás de você! — gritou Gabriel, bloqueando um ataque que quase a atingiu.

Elena girou rapidamente, levantando a mão e liberando uma onda de energia brilhante que derrubou vários subordinados de Lucian. Ela sentiu sua confiança crescer a cada movimento, mas sabia que precisava manter o foco.

Gabriel, vendo a habilidade crescente de Elena, sentiu um orgulho profundo. Cada movimento dela mostrava não apenas poder, mas também uma precisão e determinação que ele admirava. No entanto, enquanto ele se concentrava em afastar um grupo de atacantes, um dos subordinados de Lucian conseguiu se aproximar perigosamente de Elena.

Antes que ela pudesse reagir, a lâmina do inimigo a atingiu levemente, cortando seu braço. Elena caiu de joelhos, surpresa pela dor repentina que irradiava de seu ferimento.

— Elena! — Gabriel gritou, seu coração disparando de preocupação.

Num piscar de olhos, ele se lançou em direção a ela, seu corpo se movendo com uma velocidade sobrenatural. Com uma força renovada e uma raiva ardente, ele canalizou seus poderes e lançou um poderoso feitiço. Uma onda de energia luminosa varreu o campo de batalha, afastando os inimigos restantes e os lançando de volta para a escuridão da floresta.

A batalha terminou abruptamente, os subordinados de Lucian recuando para as sombras, derrotados e desmoralizados. Gabriel ajoelhou-se ao lado de Elena, seu coração batendo descontroladamente enquanto ele examinava o ferimento dela.

— Você está bem? — ele perguntou, sua voz cheia de preocupação.

Elena assentiu, se levantando, mas ainda sentindo o impacto do golpe. — Estou... só foi um corte...está doendo, mas logo passa.

Gabriel colocou a mão em cima do corte e uma pequena luz surgiu, ele curou o ferimento de Elena. Gabriel segurou seu rosto com suavidade, seus olhos refletindo a intensidade de suas emoções. — Você precisa tomar cuidado, Elena. Eu não suportaria se algo te acontecesse.

Sem pensar, movida por uma mistura de alívio, gratidão e uma atração crescente, Elena inclinou-se é beijou Gabriel. O contato foi inesperado, mas carregado de uma intensidade que surpreendeu ambos. O gosto salgado do suor de Gabriel, misturado com a suavidade do lábios de Elena, criou uma sensação elétrica que percorreu seus corpos.

Gabriel inicialmente ficou paralisado,mas logo cedeu ao momento, envolvendo os braços ao redor da cintura de Elena e aprofundando o beijo. Havia uma urgência em seus movimentos, como se todo o medo e a preocupação dos últimos momentos estivessem sendo liberados através daquele contato íntimo.

Quando se separaram, ambos estavam sem fôlego, seus olhos ainda fixos um no outro. Gabriel tocou no rosto de Elena com ternura, seus dedos roçando levemente a pele dela.

-Elena, tenho medo que isso possa te machucar, eu deveria te proteger... - ele começou, mas as palavras pareceram falhar.

Elena sorriu, um sorriso que refletia alívio, sentia seu coração acelerar, uma mistura de emoções e sensações tomando conta de seu ser. - Vamos primeiro encontrar essa relíquia, juntos - ela disse, sua voz firme mas com um toque de suavidade.

Gabriel apenas assentiu, seus olhos ainda brilhando com uma intensidade renovada. - Juntos.

Eles ficaram assim por um momento, a proximidade física entre eles quebrando a barreira do medo e da incerteza. Havia algo profundamente reconfortante e estimulante em estarem juntos.

Com uma última troca de olhares, Elena e Gabriel retornaram sua jornada. A ligação entre eles estava se tornando mais forte do que nunca, e equanto avançavam em direção ao Reino de Ignis, sabiam que, juntos, poderiam superar qualquer obstáculo que encontrassem pelo caminho.

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